Covid-19: Aon reduz 35 mil salários, medida abrange Portugal
Os mais de 100 funcionários que a Aon tem em Portugal já foram informados da redução seletiva salarial que, a nível nacional, vai afetar 35% dos colaboradores da empresa.
A Aon, corretora global e especialista de risco que começou a lidar com a pandemia poucos dias depois de anunciar a aquisição da Willis Towers Watson, está apostada em diminuir custos para sair mais forte da crise causada pelo novo coronavírus. Embora mantenha a intenção de pagar dividendos a acionistas, a Aon já decidiu suspender um plano de recompra de ações (share buy-back) previsto para este ano e implementou a redução de gastos com fornecedores e outros prestadores de serviços, estendendo ainda o corte de despesas a outras áreas do grupo.
Em Portugal, a medida já foi comunicada aos cerca de 100 colaboradores da companhia. Trata-se de “uma redução seletiva salarial para atenuar os efeitos da crise do Covid-19”, disse a ECO Seguros fonte oficial da Aon, detalhando que, localmente, a redução seletiva vai abranger 35% dos empregados.
O processo começou a nível mundial com uma carta aberta dirigida aos funcionários da companhia, assinada por Greg Case, CEO da Aon, a explicar que “ao avaliarmos os riscos económicos no horizonte”, as reduções de custos externos, só por si, não serão “suficientes para proporcionar a flexibilidade operacional de que possamos necessitar”.
Por isso, entre eliminar empregos ou encontrar soluções alternativas que protejam os colegas e permitam manter serviços ao cliente, a opção é proteger todos (colaboradores e clientes), diz o CEO. Estabelecido o objetivo de proteger postos de trabalho, Case pede o apoio de todos para um esforço que mobiliza os membros da administração e cerca de 50 mil colaboradores distribuídos pelo mundo. Assim, os elementos do conselho de administração e uma série de diretores recém-nomeados irão sofrer um corte de 50% nos respetivos salários, indica a missiva.
No documento, o presidente executivo da Aon afirma ainda que o plano foi avaliado em coordenação com os dirigentes locais nos países onde a companhia tem operações. A redução salarial é temporária e adaptada a critérios locais, como o custo de vida, sendo por isso estabelecido um limite mínimo para cada situação. Em resultado, pelo menos 30% dos colaboradores não sofrem qualquer corte, mas 70% do pessoal (cerca de 35 mil dos 50 mil funcionários da companhia) será atingido por uma redução de 20% no salário mensal.
“O objetivo é que todos saiam deste período desafiante na melhor situação possível; infelizmente, é muito cedo para determinar quando serão mitigados os efeitos desta crise,” salienta Greg Case adiantando que a situação será revista numa base mensal.
Esforço já foi pedido aos colaboradores em Portugal
Em Portugal, o plano aplica-se durante o remanescente do exercício financeiro de 2020. De acordo com uma fonte, na comunicação aos mais de 100 colaboradores da empresa, Pedro Penalva, administrador delegado em Portugal, “enfatizou a necessidade da medida como forma de sairmos reforçados desta crise, numa melhor posição para poder servir ainda com mais força os nossos Clientes no futuro.”
No início de abril, o CEO da Aon em Portugal, em artigo do ECO Gestores em teletrabalho, Pedro Penalva já tinha abordado que existiam condicionalismos especiais resultantes do contexto atual a nível local e mundial.
Em Portugal, a equipa da Aon iniciou a 100% a operação à distância a partir de 16 de março, embora tenha começado a intensificar o trabalho remoto uma semana antes.
Enquanto Chief Commercial Officer na região EMEA, Pedro Penalva também acompanhou de perto o movimento internacional da empresa: “os planos de contingência variaram de intensidade em função do grau de incidência, mas os países estão muito alinhados nos procedimentos”, explicou.
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