Pandemia não trava crédito para a casa. Está em máximos de 2008
Bancos concederam 952 milhões de euros em novos empréstimos para a compra de casa, em março. É uma subida de quase 4% face a fevereiro e de mais de 9% face ao mesmo mês do ano passado.
Os efeitos da pandemia ainda não estão a refletir-se na concessão de crédito para a compra de casa. Em março, mês em que foi reportado o primeiro caso de contágio pelo novo coronavírus em Portugal e o início do confinamento, a disponibilização de crédito à habitação ascendeu a 952 milhões de euros, um aumento de quase 4% face a fevereiro e de mais de 9% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se ainda de um novo máximo desde 2008, em termos homólogos.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal nesta terça-feira apontam para que os portugueses tenham ido buscar à banca 952 milhões de euros em março, acima dos 919 milhões de euros que se tinham verificado no mês anterior. Superam ainda os 870 milhões de euros concedidos no mesmo mês do ano passado.
O acréscimo da concessão de financiamento para a aquisição de casa registado em março poderá parecer um contrassenso tendo em conta que foi nesse mês que muitos portugueses começaram a sentir os efeitos económicos resultantes da pandemia. Contudo, poderá resultar do facto de existirem processos de crédito à habitação já em fase de conclusão naquele mês.
Crédito da casa acelera em março
Banco de Portugal
Daí podendo-se antecipar que só os dados relativos ao mês de abril possam já refletir uma eventual quebra de procura por crédito à habitação e dos valores disponibilizados. O último inquérito trimestral aos bancos sobre o mercado de crédito realizado pelo Banco de Portugal aponta, aliás, nesse sentido.
Os resultados divulgados a 28 de abril sinalizaram que a banca nacional antecipa uma forte redução na procura de crédito às famílias, em particular no que respeita ao financiamento para a compra de casa, durante o segundo trimestre deste ano. Previa ainda que “os critérios deverão tornar-se mais restritivos” no que respeita à disponibilização de financiamento às famílias.
Crédito ao consumo recua, mas pouco
Contrariamente à habitação, as restantes finalidades de crédito às famílias registou uma quebra nos valores concedidos, mas só em termos mensais, já que numa base homóloga a tendência voltou a ser crescente.
Os bancos concederam 421 milhões de euros em crédito ao consumo, 10% abaixo dos 469 milhões verificados em fevereiro. Comparativamente a março do ano passado, contudo, ocorreu um acréscimo de 8%.
Nos empréstimos às famílias com outros fins, a tendência foi semelhante. Foram concedidos 240 milhões de euros em março, 3% aquém dos 248 milhões concedidos em fevereiro. Face a março do ano passado, constata-se um aumento de 25% no valor concedido.
(Notícia atualizada às 11h44)
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