Endividamento público no Reino Unido alcança recorde em abril devido à pandemia
Segundo o gabinete de estatísticas do Reino Unido, o endividamento do Governo britânico alcançou os 62.100 milhões de libras em abril. Este valor é explicado pelos gastos no combate ao Covid-19.
O endividamento do Governo britânico alcançou os 62.100 milhões de libras (68.746 milhões de euros) em abril, um valor mensal recorde e explicado pelos fortes gastos do Estado no combate a covid-19, segundo dados oficiais divulgados esta sexta-feira.
Segundo o gabinete de estatísticas do Reino Unido (ONS), o endividamento do setor público – que exclui os bancos nacionalizados – foi 51.100 milhões de libras (56.559 milhões de euros) mais elevado do que em abril de 2019.
O valor é também significativamente mais elevado do que o previsto pelos analistas, que tinham estimado um endividamento de 30.700 milhões de libras (33.970 milhões de euros) para esse período, refere a agência France Presse (AFP).
A crise originada pela covid-19 levou o Ministério da Economia a lançar um programa de manutenção de postos de trabalho, para evitar que as empresas diretamente afetadas pela crise despedissem os trabalhadores.
Com a medida, o Governo comprometeu-se a suportar 80% dos salários mensais dos trabalhadores em risco de despedimento até um máximo de 2.500 libras (2.758 euros).
Como resultado do aumento do endividamento estatal, a dívida líquida do setor público subiu até aos 1,8 mil milhões de libras (mais de 2,0 mil milhões de euros) no final de abril.
Vendas a retalho com maior queda de sempre em abril
A par do endividamento, também as vendas a retalho do Reino Unido tiveram, em abril, a maior queda mensal de sempre, ao contraírem 18% devido às medidas de confinamento contra a pandemia da Covid-19. Só nas compras de vestuário verificou-se uma queda de mais de 50%.
Trata-se de uma queda acentuada num mês de vendas, que já tinham caído 5,2% em março em relação a fevereiro, num período que incluiu apenas a primeira semana de confinamento introduzida em 23 de março no Reino Unido e que permaneceu em vigor durante todo o mês de abril, informou hoje o gabinete de estatísticas (ONS).
Todos os setores da economia registaram uma queda das vendas em abril, com o fecho generalizado das lojas, excluindo alimentação ou de venda de bens considerados essenciais.
Mesmo as vendas de bens alimentares recuaram 4% em abril, porque após um aumento recorde nas chamadas “compras de pânico”, antes do confinamento, as famílias deslocaram-se menos às lojas que permaneceram abertas.
O setor do vestuário foi particularmente atingido, com uma queda de 50% em volume, após uma descida de 34% no mês anterior, assim como os postos de gasolina, que também sofreram particularmente (com uma queda de 52%).
As vendas online, por seu turno, aumentaram 18%, assim como as compras de álcool (2,3%), principalmente porque bares e restaurantes foram fechados.
(Notícia atualizada às 11h37 com mais informação)
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