Conheça as nove regras para a reabertura do comércio

Guia revela as regras a seguir por comerciantes e clientes na reabertura da economia, de forma a conter o vírus. Da ventilação ao pagamento, passando pelos gabinetes de prova, o que está em causa.

A reabertura gradual da economia portuguesa arranca na próxima segunda-feira, com os espaços de menor dimensão a terem aval para retomar atividade. O comércio tradicional, a restauração e os serviços de natureza pessoal, como cabeleireiros, têm agora autorização para começar a abrir portas ao público. Mas esse regresso vai ter regras. Para garantir as condições que previnam os contágios pelo novo coronavírus, foi criado um guia que deve ser seguido pelas empresas que começam a operar. No essencial, desde a ventilação ao pagamento, passando pelos gabinetes de prova, as regras resumem-se em nove pontos.

O guia disponibilizado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal encontra-se estruturado em três vertentes distintas. Dispõe de orientações gerais sobre o Plano de Contingência para o Covid-19, relacionada com a formação e informação que as empresas devem prestar aos seus colaboradores. Mas também orientações específicas, de aplicação transversal, sobre medidas gerais de prevenção, designadamente, regras de acesso aos estabelecimentos, de circulação nos mesmos, de atendimento, entre outros. Tem ainda orientações dirigidas a setores específicos de comércio, ou de serviços, propostos pelas estruturas associativas setoriais.

No que respeita às medidas gerais de prevenção são divididas nos seguintes nove pontos.

1. Acesso e circulação nos estabelecimentos

O guia começa por determinar que devem ser adotadas medidas de acesso aos estabelecimentos e de circulação dentro dos mesmos, que assegurem a segurança dos trabalhadores e dos clientes. Neste sentido, é pedido nomeadamente:

  • Manter, quando possível, a porta aberta para minimizar o contacto com a mesma e as respetivas maçanetas, e promover o arejamento natural dos espaços, se possível, ou estabelecer medidas eficazes de higienização das mesmas;
  • Gerir os acessos de modo a evitar a concentração de pessoas à entrada do estabelecimento ou situações de espera no interior, garantindo sempre o distanciamento físico de pelo menos dois metros;
  • Afixar as regras de etiqueta respiratória em local visível pelos clientes, em Português e Inglês, divulgadas pela Direção-Geral da Saúde, e incentivar os trabalhadores e os clientes para o respetivo cumprimento;
  • Nas operações de abastecimento dos estabelecimentos deve também ser limitado contacto e garantida a desinfeção dos objetos e a higiene das mãos. Na recolha de assinatura de receção da mercadoria, devem ser adotar formas alternativas de comunicação como o e-mails de confirmação, fotografias de entrega ou outros. Veículos ao serviço da empresa, designadamente para entrega de mercadorias ou prestação de serviços, devem ser também desinfetados após cada utilização.

2. Distanciamento

Em todas as atividades de laboração devem ser cumpridas as regras de distanciamento físico.

  • Cumprir a ocupação máxima do estabelecimento determinadas pelas Autoridades Públicas;
  • Assegurar uma distância mínima de dois metros entre pessoas e uma permanência das mesmas apenas pelo tempo necessário à aquisição dos produtos ou à prestação do serviço, recorrendo, se necessário, à inativação parcial de pontos de atendimento ou de prestação de serviços;
  • Organizar a entrada dos clientes, colocando, sempre que possível, marcas no chão que indiquem distâncias mínimas entre os clientes nas filas para atendimento e pagamento ou no acesso ao estabelecimento;
  • Adaptar a disposição de equipamento mobiliário, por forma a facilitar o cumprimento das distâncias mínimas de segurança. Mas também remover elementos físicos de potencial contacto com os clientes que não sejam indispensáveis e utilizar portas separadas para a entrada e saída para evitar o cruzamento entre as pessoas, quando possível.
  • Manter a distância de segurança em zonas de pausa. Designadamente, em refeitórios, sanitários, etc quando aplicável;
  • Privilegiar as formas de contacto com clientes, fornecedores e parceiros à distância (pedidos de material a fornecedores, orçamentos e marcações online para clientes).

3. Medidas de Proteção Individual

A utilização de equipamentos de proteção individual deve seguir as orientações da DGS, visando a proteção individual contra riscos de contaminação dos trabalhadores e dos clientes.

  • Disponibilizar máscaras ou viseira de proteção para utilização de todos os trabalhadores;
  • Informar os clientes sobre a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção ou viseira e impedir a entrada de quem não for portador de máscara, exceto quando tal seja não seja possível como, por exemplo, em circunstâncias de prestação de alguns serviços de cuidados pessoais;
  • Disponibilizar obrigatoriamente soluções de base alcoólica/álcool-gel, para profissionais e clientes, em todas as entradas e saídas dos estabelecimentos, assim como, no seu interior. Deverá ser aplicado rácio mínimo de um dispensador por 100 metros quadrados de área;
  • Disponibilizar toalhetes de papel para secagem das mãos, nas instalações sanitárias e noutros locais, de acesso aos trabalhadores e/ou clientes;
  • Afixar nas instalações sanitárias o folheto da Direção-Geral da Saúde sobre a lavagem correta das mãos.

4. Ventilação

A ventilação adequada dos espaços é um dos requisitos que as empresas devem cumprir, sendo que determinadas alguns regras sobre como tal deverá ser feito, em particular no caso de haver sistemas de ventilação.

  • Manter os locais ventilados, com pelo menos, seis renovações de ar por hora;
  • Limpar e desinfetar periodicamente os sistemas de ventilação e ar condicionado, bem como assegurar que o ar é retirado do exterior, não devendo ser ativada recirculação de ar. Função de desumidificação, do sistema de ventilação e ar condicionado deve também ser mantida desligada.

5. Higienização e desinfeção dos espaços e equipamentos

As empresas devem definir um plano de limpeza e higienização das instalações onde são definidas as técnicas de limpeza a adotar, o qual deve ser afixado em local visível. Esse plano deve obedecer a vários aspetos.

  • Limpeza e desinfeção frequente dos espaços, equipamentos, objetos, utensílios e superfícies, designadamente instalações sanitárias, espaços de prova, mobiliário, pavimentos, portas, vitrines, mostradores, ferragens, cabides e máquinas dispensadoras, em conformidade com as orientaçõs da DGS para limpeza e desinfeção de superfícies em estabelecimentos de atendimento ao público ou similares.
  • Limpeza e desinfeção, após cada utilização ou interação, dos terminais de pagamento automático (TPA) e de outros equipamentos, objetivos e utensílios em contacto direto com o cliente ou utilizados para o seu atendimento;
  • Utilização de detergentes de base desinfetante que cumpram os requisitos recomendados pela DGS;
  • Adoção de um sistema de registo da limpeza com identificação das pessoas responsáveis e a frequência com que é realizada;
  • Observar o protocolo recomendado para tratamento dos resíduos, em particular no que diz respeito aos equipamentos de proteção individual.

6. Atendimento Prioritário

Para além das regras de atendimento prioritário definidas legalmente, deve ser privilegiado o atendimento prioritário para alguns segmentos de pessoas.

  • Pessoas idosas acima de 70 anos, com doenças crónicas – doença cardíaca, pulmonar, diabetes, neoplasias ou hipertensão arterial, entre outras. Mas também pessoas com compromisso do sistema imunitário, como as que estão a fazer tratamentos de quimioterapia, para doenças auto-imunes (artrite reumatoide, lúpus, esclerose múltipla ou algumas doenças inflamatórias do intestino), infeção VIH/sida ou doentes transplantados;
  • Profissionais de saúde, elementos das forças e serviços de segurança, de proteção e socorro, pessoal das forças armadas e de prestação de serviços de apoio social.

7. Horários

  • Os horários de abertura ao público devem respeitar as medidas, mais ou menos restritivas, que vierem a ser adotadas ou recomendadas, privilegiando-se uma adaptação dos horários que permita, no geral, menores fluxos de circulação e de atendimento ao público;
  • Os horários de trabalho devem, sempre que possível, ser diferenciados no sentido de organizar a rotação dos colaboradores, de modo a reduzir o número de trabalhadores em simultâneo no estabelecimento.

8. Livro de Reclamações

No que respeita à disponibilização do livro de reclamações físico quando solicitado pelo consumidor, são recomendados alguns procedimentos.

  • O operador económico deve informar o consumidor de que a reclamação pode ser submetida através da plataforma online www.livroreclamacoes.pt . Caso o operador económico ainda não se tenha registado na plataforma do livro de reclamações eletrónico, deverá fazê-lo com urgência de molde a permitir que os consumidores possam apresentar reclamações por esse canal;
  • Apesar de na presente conjuntura se encontrar suspensa a obrigatoriedade de apresentação do livro de reclamações no formato físico, quando permitida a sua disponibilização, caso o consumidor prefira apresentar a sua reclamação neste formato, o operador económico deve informá-lo de que, antes de efetuar a reclamação, deve desinfetar as mãos ou colocar luvas para o efeito e assegurar-se de que a higienização é efetuada antes e após a colocação das mesmas.

9. Manuseamento, Dispensa e Pagamento de Produtos e Serviços

  • Contacto pelos clientes em produtos ou equipamentos, bem como em artigos não embalados, devem ser contidos o máximo possível. Estes devem ser preferencialmente manuseados e dispensados pelos profissionais após lavagem rigorosa das mãos;
  • Acesso a vestiários, ou espaços de prova em estabelecimentos de pronto-a-vestir, deve também ser controlado de forma a garantir as distâncias mínimas de segurança e assegurando-se a sua desinfeção após cada utilização, assim como a disponibilização de solução antisséptica de base alcoólica para utilização pelos clientes;
  • Após a prova os produtos devem ser separados, não devendo ser colocados novamente em expositor antes de decorrido um período superior ao número de horas de sobrevivência do coronavírus, de acordo com o material em causa, de acordo com informação das autoridades de saúde. No caso de devolução de produtos, deve ser feita a sua desinfeção.
  • Pagamento por cartão ou outro método eletrónico, em particular contactless, deve ser priveligiado face ao pagamento em numerário.

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Táxis e veículos de plataformas eletrónicas com regras no transporte

  • Lusa
  • 2 Maio 2020

Passageiros transportados no banco traseiro e cuidados na renovação do ar e da limpeza, resumem as regras que os taxis e veículos de plataformas eletrónicas vão ter de cumprir para travar o Covid-19.

Os táxis e os veículos de plataformas eletrónicas têm de transportar os passageiros no banco traseiro, devendo também cuidar da renovação do ar e da limpeza, devido à covid-19, segundo um diploma publicado este sábado em Diário da República.

“No transporte em táxi e no transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica, os bancos dianteiros devem ser utilizados apenas pelo motorista (…), devendo ainda ser acautelada a renovação do ar interior das viaturas e a limpeza das superfícies”, indica o Decreto-Lei (DL) 20/2020.

O diploma, que entra em vigor no domingo, 3 de maio, acrescenta que, além destas regras, “podem ser adotadas outras medidas adicionais que sejam adequadas e necessárias no sentido de preservar a saúde pública, designadamente a não disponibilização da venda de títulos de transporte a bordo, a instalação de separações físicas entre os condutores e os passageiros e a disponibilização de gel ou solução cutânea desinfetante”.

Portugal contabiliza 1.023 mortos associados à covid-19 em 25.190 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,6%) e mais 203 casos de infeção (+0,8%).

Das pessoas infetadas, 855 estão hospitalizadas, das quais 150 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.647 para 1.671.

Portugal termina às 23:59 de hoje o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e passa para uma situação de calamidade.

Entre outras medidas, o plano do Governo para continuar a combater o covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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Combustíveis não rimam com teletrabalho. “Vendas nos postos da Repsol são inferiores a 50%”

Em teletrabalho há quase dois meses, Armando Oliveira, responsável da Repsol em Portugal, diz que para a petrolífera "o impacto da crise foi grande em março e será relevante em abril e maio".

Nas bombas, os preços de combustíveis continuam a cair, mas nem assim a petrolífera espanhola Repsol está a aumentar as vendas. Muito pelo contrário. De acordo com Armando Oliveira, administrador delegado da empresa para Portugal, no mês de abril (o mais crítico até agora) as vendas de gasolina e gasóleo nos postos de abastecimento da marca foram “inferiores a 50%”.

“Este é um ambiente de negócio muito complexo que nunca antes tínhamos vivido. As vendas de combustíveis nos postos de abastecimento são inferiores a 50%, num contexto de preços muito favoráveis para os consumidores, que não podem desfrutar. Vendemos os combustíveis a preços de 30 a 40 cêntimos por litro (mais impostos)”, confessou o gestor ao ECO. Neste contexto, sublinha, a principal preocupação passa pela gestão de caixa. Armando Oliveira espera que “as vendas comecem a melhorar a partir de maio”.

“O impacto da atual crise foi grande em março e será sobretudo relevante em abril e maio, mas a partir daí esperemos que a retoma seja progressiva e terminemos o ano a recuperar desta crise. O plano inicial não servirá como comparação à nova realidade. No caso particular da nossa indústria, para quem, como nós, tem stocks em Portugal, a desvalorização desses mesmos stocks com as baixas de preços que se têm sentido, são naturalmente muito relevantes“, frisa ainda.

Quanto ao futuro, ainda está tudo em aberto. Para já a Repsol tem revisto os planos de 2020 numa base mensal, com a capacidade de resiliência da empresa a ser posta à prova ao longo dos próximos meses. “No último semestre começaremos a preparar o plano 2021 com base nas estimativas que venhamos a fazer para o fecho de 2020, já após verificarmos as tendências da retoma”, remata Armando Oliveira.

“Equipa responsável e comprometida” em teletrabalho

O administrador delegado da Repsol em Portugal está a trabalhar em casa há quase dois meses, desde 12 de março, dia em que a empresa decidiu que todas as pessoas que trabalhavam nos escritórios passariam para regime de teletrabalho. “No meu caso concreto, estou com toda a minha família em casa”, conta Armando Oliveira. Nesta nova realidade, os seus dias começam cedo com vários reports de seguimento sobre o dia anterior. Também pela queda acentuada da atividade, a análise diária dos dados passou a ser uma rotina, revela.

Quanto ao resto da equipa, não poupa elogios: “Felizmente, acabámos por confirmar que temos uma equipa responsável e comprometida, o que fez com que esta adversidade esteja a ser ultrapassada”.

A Repsol tem um universo de gasolineiras com operação própria, onde cerca de 500 pessoas continuam a prestar serviço nas lojas, por turnos. Há também outros 15 colaboradores que se dedicam a receber e expedir os combustíveis para os postos de abastecimento e para os clientes industriais, de distribuição e revenda, da agroindústria, da marinha, da construção civil, entre outros. Quanto aos cerca de 220 colaboradores dos escritórios centrais, estão todos em teletrabalho.

Quanto aos clientes, há “um pouco de tudo”. “Temos clientes que até estão com mais atividade, como por exemplo o setor agrícola”, conta o gestor, acrescentando: “No caso dos particulares, a procura de combustíveis tem sido inferior a metade, mas nos setores industriais, é variável em função das indústrias”.

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Empresas proibidas de guardar dados sobre temperatura de trabalhadores

  • Lusa
  • 2 Maio 2020

As entidades patronais podem medir a temperatura corporal dos seus trabalhadores, mas estão impedidas de guardar esses registos.

As entidades patronais podem medir a temperatura corporal dos funcionários “para efeitos de acesso e permanência no local de trabalho” devido à pandemia da covid-19, mas não podem registar esses dados, segundo um diploma publicado em Diário da República.

“No atual contexto da doença covid-19, e exclusivamente por motivos de proteção da saúde do próprio e de terceiros, podem ser realizadas medições de temperatura corporal a trabalhadores para efeitos de acesso e permanência no local de trabalho”, refere o Decreto-Lei (DL) 20/2020, que entra em vigor no domingo, 3 de maio.

O diploma acrescenta que este procedimento “não prejudica o direito à proteção individual de dados, sendo expressamente proibido o registo da temperatura corporal associado à identidade da pessoa, salvo com expressa autorização da mesma”.

“Caso haja medições de temperatura superiores à normal temperatura corporal, pode ser impedido o acesso dessa pessoa ao local de trabalho”, indica ainda o artigo 13.º-C do DL 20/2020, relativo ao “controlo de temperatura corporal”.

Portugal contabiliza 1.023 mortos associados à covid-19 em 25.190 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,6%) e mais 203 casos de infeção (+0,8%).

Das pessoas infetadas, 855 estão hospitalizadas, das quais 150 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.647 para 1.671.

Portugal termina às 23:59 de hoje o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e passa para uma situação de calamidade.

Entre outras medidas, o plano do Governo para continuar a combater a covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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Coima mínima de 120 euros para quem não usar máscaras nos transportes públicos

  • Lusa
  • 2 Maio 2020

Os passageiros dos transportes públicos são obrigados a usar máscaras. Violação da lei pode dar coima entre 120 euros e 350 euros.

Os passageiros dos transportes públicos que desrespeitem o uso obrigatório de máscaras ou viseiras, devido à pandemia da covid-19, incorrem numa coima de entre 120 e 350 euros, segundo um diploma publicado este sábado em Diário da República.

O Decreto-Lei (DL) 20/2020 diz que “é obrigatório o uso de máscaras ou viseiras na utilização de transportes coletivos de passageiros”, sublinhando que o incumprimento “constitui contraordenação, punida com coima de valor mínimo” de 120 euros e máximo de 350 euros.

O diploma, que entra em vigor no domingo, 3 de maio, refere ainda que “é obrigatório o uso de máscaras ou viseiras para o acesso ou permanência nos espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, nos serviços e edifícios de atendimento ao público e nos estabelecimentos de ensino e creches pelos funcionários docentes e não docentes e pelos alunos maiores de seis anos”.

Esta obrigatoriedade “é dispensada quando, em função da natureza das atividades, o seu uso seja impraticável”, lê-se no diploma.

O documento adverte que compete às pessoas ou entidades, públicas ou privadas, que sejam responsáveis pelos respetivos espaços ou estabelecimentos, serviços e edifícios públicos ou meios de transporte, a promoção do cumprimento destas regras.

Em caso de incumprimento, as pessoas ou entidades “devem informar os utilizadores não portadores de máscara que não podem aceder, permanecer ou utilizar os espaços, estabelecimentos ou transportes coletivos de passageiros e informar as autoridades e forças de segurança desse facto caso os utilizadores insistam em não cumprir aquela obrigatoriedade”, indica o DL.

Portugal contabiliza 1.023 mortos associados à covid-19 em 25.190 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

Portugal termina às 23h59 de hoje o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e passa para uma situação de calamidade.

Entre outras medidas, o plano do Governo para continuar a combater a covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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Paradas, 25% das empresas ficam sem dinheiro para salários em pouco mais de um mês

As empresas de alojamento e restauração são as que têm menos dinheiro em caixa disponível para pagar salários num cenário de paragem total parecido ao que estamos a viver.

Se fossem a contar apenas com o dinheiro que têm em caixa ou nos depósitos bancários, 25% das empresas portuguesas não conseguiriam pagar mais do que um mês de salários numa paragem total da sua atividade. Essa situação é mais dramática no alojamento e restauração, grande parte do setor do turismo, segundo uma análise publicada no boletim mensal do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia que, porém, não vincula o Governo.

Num momento em que muito do tecido empresarial está há cerca de mês e meio (quase) paralisado, dois economistas do GEE, Gabriel Osório de Barros e Nuno Tavares, foram tentar perceber qual é a capacidade das empresas portuguesas para assegurar o pagamento das remunerações numa situação de paragem total da atividade. “Esta situação colocou-as numa situação única em termos da sua gestão corrente uma vez que a repentina quebra de receitas não pode ser, pelo menos no curto prazo, acompanhada por uma equivalente redução na estrutura de custos”, escrevem.

“No caso do encerramento compulsivo e na ausência de outras alternativas, restará às empresas fazerem uso das suas disponibilidades como forma de garantir a continuidade dos pagamentos“, concluem. Para aferir a margem das empresas, foi calculado o “cash-buffer” que corresponde ao rácio entre o valor das disponibilidades e a folha salarial mensal. Esta é uma forma de medir a resistência das empresas antes de as medidas de apoio anunciadas pelo Governo chegarem ao terreno, como é o caso das linhas de crédito ou do lay-off, medidas que não são tidas em conta neste exercício.

A conclusão é clara: há uma “forte prevalência de empresas com capacidade reduzida (em número de meses) para fazer face aos seus custos salariais recorrendo apenas à sua caixa ou a depósitos bancários“. Falando em números, é possível dizer que, com base nos dados disponíveis e apesar das limitações metodológicas, “25% das empresas não disporiam de recursos suficientes para fazer face a mais do que um mês de salários”.

Em termos setoriais, o alojamento e a restauração são os mais afetados com 50% das empresas sem recursos suficientes para assegurar “muito mais do que um mês” de salários. Estas áreas ligadas ao turismo são precisamente das mais expostas às medidas de contenção adotadas pelo Governo e a nível mundial, sendo também são das mais afetadas no volume de negócios, entre outros indicadores, tal como mostram os inquéritos semanais do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal.

Em contraste, o comércio é o que está “mais preparado” para fazer face a encargos salariais dado que 50% das empresas desse setor “conseguiriam assegurar aproximadamente quatro meses de pagamento de salários com recurso a disponibilidades”.

Empresas maiores com menos cash-buffer, mas melhor acesso a crédito

Na análise pela dimensão das empresas, há um problema que se coloca: a capacidade de acesso ao crédito, antes das medidas de liquidez tomadas pelo Governo, era desigual. Normalmente, as micro, pequenas e médias empresas (PME) têm mais restrições de liquidez em comparação com empresas grandes.

Esse fator faz com que nesta análise sejam as empresas de maior dimensão — segundo o Jornal de Negócios (acesso pago), as empresas do PSI-20 tinham pouco mais de 6,7 mil milhões de euros em caixa no final de 2019 — as que dispõem de menor capacidade para pagar os seus salários durante vários meses utilizando apenas o dinheiro em caixa ou depositado.

Este resultado, à primeira vista surpreendente, não será no entanto de estranhar, uma vez que empresas de maior dimensão disporão de maior acesso ao crédito, permitindo-lhes uma gestão muito mais flexível da sua tesouraria”, explicam os autores da análise.

“Na verdade, a manutenção de saldos elevados em caixa ou em bancos poderá constituir mais um sinal da existência de restrições no acesso ao financiamento do que de um nível acrescido de liquidez“, notam, referindo o caso das pequenas e médias empresas “uma vez que será este o segmento, previsivelmente, mais afetado pelas restrições de liquidez e com menor capacidade de acesso ao crédito”.

Assim, as empresas de menor dimensão acabam por ser as que têm maiores saldos de disponibilidades, ainda que isso não signifique que, na prática, tenham maior resiliência numa situação de paragem total.

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Casos de Covid-19 sobem 0,8%. Já morreram 1.023 pessoas

As autoridades de saúde identificaram 223 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país, que contabiliza 25.190 casos. Morreram 16 pessoas devido ao Covid-19 no último dia.

Portugal registou 223 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 0,8% face ao dia anterior, com o total de pessoas infetadas a passar para 25.190. Morreram mais 16 pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.023 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

Os números foram divulgados pela Ministra da Saúde, Marta Temido, ainda antes da divulgação do boletim diário da Direção-Geral de Saúde, com a governante a alertar para o facto de haver uma discrepância face aos dados divulgados no dia de ontem, e que resulta de uma correção na informação anterior. Na sexta-feira, o número oficial de infetados em todo o país era de 25.351, abaixo dos 225.190 agora reportados.

“O número que deveria constar no boletim de ontem era de 24.987 casos. Não só o boletim de ontem, como os de alguns dias anteriores desde o dia 25 de abril, serão corrigidos“, adiantou Marta Temido.

A ministra da Saúde salienta que “houve 422 casos duplicados, que não eram casos novos, mas que resultaram de problemas de integração de dados”. “Um conjunto de casos que existia na região do norte eram casos confirmados que estavam duplicados. Portanto, não eram verdadeiros casos novos”, assumiu a ministra.

“Quando um caso confirmado laboratorialmente não tem número de utente associado — porque não é registado — para se verificar se esse caso é ou não constante do sistema, é corrida uma rotina que corre nome e data de nascimento para verificar se há ou não cruzamento. É dessa verificação que se constata que havia casos positivos de pessoas com nome e data de nascimento já constante no sistema”, pormenorizou a governante.

Esclarecida essa correção, os dados da DGS revelados este sábado apontam para que 1.671 pessoas já tenham recuperado do Covid-19 em Portugal. Ou seja, mais 24 pessoas do que o reportado nesta sexta-feira.

Já os internamentos hospitalares mantiveram tendência de queda. De acordo com a DGS, há agora 885 pessoas internadas, sendo que 150 estão em unidades de cuidados intensivos.

Tendo em conta o número de infetados e de vítimas mortais, a taxa de letalidade é de 4,06%, em linha com o registado ontem (4,03%).

O Norte, que tem sido a região mais castigada desde o início da crise de saúde pública, já considerando a correção de dados hoje contabiliza 14.951 casos confirmados e 585 mortes. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Centro, com 6.047 e 3.426 contágios reportados.

Desde 1 de janeiro, as autoridades de saúde já registaram 252.728 casos suspeitos de Covid-19, sendo que 223.777 não se confirmaram. Um total de 3.761 pessoas aguardam resultados laboratoriais e 27.895 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas.

(Notícia atualizada às 14h40)

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Santander com “produtividade nunca vista”. Castro e Almeida está “sempre ligado”

Pedro Castro e Almeida conta como é gerir em casa um dos maiores bancos em Portugal. Está sempre ligado, embora procure equilibrar com a vida familiar. Produtividade subiu mesmo em telebrabalho.

O Santander sabe muito bem o poder do novo coronavírus. O Covid-19 também levou um dos seus. No passado dia 18 de março, António Vieira Monteiro tornou-se na segunda vítima mortal do novo vírus. Vieira Monteiro foi quem mais ajudou no crescimento do banco em Portugal, hoje em dia um dos maiores do país. É em sua honra e memória que o Santander procura agora seguir em frente, dar continuidade ao seu legado e ajudar famílias e empresas a superar crise da pandemia.

As novas circunstâncias trouxeram uma “estranha forma de trabalhar”, mas o banco não tem descansado no sentido de apoiar a economia, adianta Pedro Castro e Almeida à rubrica do ECO “Gestores em Teletrabalho“.

Nas últimas semanas, o CEO do Santander Portugal tem trabalhado a partir de casa, assim como outros tantos trabalhadores do banco. Diariamente, são realizadas cerca de 10 mil videoconferências. Outros 2.000 trabalhadores continuam na linha da frente, ao balcão, mantendo as portas do banco abertas todos os dias.

É neste contexto que o Santander tem procurado afinar novos modelos e processos. Para já, a resposta de todos tem sido boa e tem dado frutos. “Estamos a trabalhar incansavelmente, e com níveis de produtividade nunca vistos no Santander. É uma afirmação bem representativa do espírito de missão como estamos a viver este momento”, explica. Pedro Castro e Almeida está “orgulhoso com a atitude” dos trabalhadores.

"Estamos a trabalhar incansavelmente, e com níveis de produtividade nunca vistos no Santander. É uma afirmação bem representativa do espírito de missão como estamos a viver este momento.”

Pedro Castro e Almeida

CEO do Santander Portugal

Foi este espírito de missão que permitiu, por exemplo, que o banco conseguisse disponibilizar em tempo recorde o pedido de moratória de crédito. Já foram concedidas mais de 70 mil moratórias no valor de 7,5 mil milhões de euros, segundo revelou Castro e Almeida há dias no Parlamento. É um mecanismo que permite que famílias e empresas possam adiar o pagamento das prestações para quando a fase mais aguda da crise passar.

Também houve um cuidado especial com as empresas, muitas das quais viram os seus negócios na vertigem do encerramento perante o encerramento da economia. O banco não teve mãos a medir e falou com todos os seus clientes empresariais para perceber como poderia ajudar para enfrentar a crise. “Foram 150.000 contactos no espaço de poucos dias, com testemunhos dramáticos e com o pronto apoio do banco”, revela Castro e Almeida.

O banco também tem agilizado os processos de financiamento às empresas. Na linha Capitalizar 2018 – Covid-19, o banco liderou o número de operações colocadas. “Não existe em Portugal nenhum banco que tenha uma quota maior do que o Santander neste tipo de apoio aos clientes”, refere.

Sensação de estar sempre “ligado”

O trabalho em casa cria a ilusão de que podemos estar mais perto da família. Mas o efeito pode ser precisamente contrário em muitos casos: tende-se a trabalhar mais horas no conforto do lar, dedicando-se menos tempo à vida pessoal.

Não surpreende que a gestão de um grande banco exija horas e horas de dedicação e disponibilidade de um CEO. Se isto já seria de esperar num dia normal, agora, em tempos de pandemia, as 24 horas que levam um dia a passar parecem não chegar para lidar toda a incerteza do amanhã.

Pedro Castro e Almeida sente o mesmo. “Dentro do possível, tento que o teletrabalho não me absorva totalmente, até porque temos a sensação que estamos sempre ligados. E no final do dia estamos”, diz. Embora em casa, mantém o contacto constante com todas as áreas do banco. Isto significa várias reuniões por videoconferência ao longo do dia ou simples telefonemas para ficar atualizado em relação a um determinado tema urgente.

Qual é a solução para não acabar absorvido pelo trabalho? “Manter um certo equilíbrio entre a minha vida profissional e a vida familiar. Algo que já acontecia antes. Privilegio o tempo de qualidade com a minha família. Privilegio o debate diário dos temas com que somos confrontados”, conta Castro e Almeida.

Dentro do possível, tento que o teletrabalho não me absorva totalmente, até porque temos a sensação que estamos sempre ligados. E no final do dia estamos.

Pedro Castro e Almeida

CEO do Santander Portugal

“Bancos serão dos setores mais afetados por esta crise”

Aos bancos tem-se pedido que assumam um papel importante na crise económica que a abertura gradual da economia vai agora destapar. Mas também eles sabem que acabarão por vir a pagar a fatura da recessão que se avizinha. O Banco Central Europeu assume uma quebra do PIB que poderá ser superior a 10%.

No caso do Santander, a resposta inicial passou por aqui. Manteve o salário por inteiro todos os colaboradores, incluindo o subsídio de refeição. Da mesma forma, manteve todos os estagiários, potencialmente dos grupos etários de maior risco na crise económica. “Assumimos o compromisso de não haver lay-offs, nem perda de salários por causa do Covid19”, diz Castro e Almeida.

Os clientes podem beneficiar das moratórias e de linhas de crédito, sendo que o banco também cortou a zero as comissões de transferências pelos meios digitais, bem como a mensalidade dos terminais de pagamentos (POS) para pequenas e médias empresas. Aos 4.500 fornecedores o banco passou a pagar a pronto, quando dantes fazia o pagamento a 30 dias. Não quer que lhes falte liquidez.

Também se contam outras iniciativas solidárias. Por exemplo, foram alocados 2,7 milhões de euros para a compra de ventiladores, material hospitalar e de proteção para quem está na linha da frente da pandemia.

Na verdade, a resposta do Santander é também aquela que todo o setor financeiro tem procurado dar nas primeiras semanas de impacto severo da crise de saúde pública. Os bancos sabem que quanto melhor estiver a economia, menos sofrerão eles próprios com a crise.

“Os bancos serão dos setores mais afetados por esta crise. A banca é um setor pró-cíclico. É expectável que as receitas desçam fortemente com a recessão, e o custo do risco, ou seja as suas provisões, aumentem também de forma significativa”, explica Pedro Castro e Almeida. No Parlamento, já disse que se o Santander conseguir 50% do que pretendia para este ano já será um “excelente resultado”.

O mundo mudou inesperadamente e “toca a todos” os seus efeitos, diz o CEO do Santander Portugal. Ainda assim, Pedro Castro e Almeida revela otimismo para o futuro. “Vejo, não com espanto, que nos adaptámos rapidamente a uma nova situação. Há um grande espírito de sobrevivência, mas também um grande espírito de entreajuda. E posso constatar esta atitude no Santander”, considera.

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Microempresas vão ter apoios até cinco mil euros para reabrir atividade. 80% dos apoios a fundo perdido

Medidas der apoio à retoma da atividade das microempresas prevê subsídios a fundo perdido até 80% para investimentos de criação de condições sanitárias adequadas à pandemia.

O Governo lançou um programa com vista a apoiar a retoma de atividade das microempresas. Programa prevê subsídios a fundo perdido até 80%, com montantes que podem ir até aos cinco mil euros, para investimentos de criação de condições sanitárias adequadas à pandemia.

Coube a Nelson de Souza, ministro do Planeamento, apresentar as condições do programa do Governo que pretende apoiar a retoma da atividade “particularmente vocacionado para os setores do comércio, do comércio tradicional, da restauração e dos serviços de natureza pessoal”. A apresentação foi feita este sábado durante a cerimónia de assinatura entre a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e a Direção Geral da Saúde de um protocolo de cooperação de boas práticas para o combate à propagação do Covid-19.

O sistema vai ter apoios às microempresas que, segundo Nelson de Souza “serão 80% de subsídio não reembolsável, despesas elegíveis que podem retroagir à data da declaração do primeiro estado de emergência, e têm um mínimo de 500 euros“. Montante máximo do apoio por empresa poderá ir até aos 5.000 euros.

As despesas elegíveis ainda vão ser afinadas, mas Nelson e Souza salientou os investimentos “para necessidades de equipamento de natureza de proteção individual, quer para trabalhadores quer para utentes, equipamentos de higienização, de contratos e de atividades de desinfestação, mas também muito daquilo que são atividades de natureza positiva como a criação de serviços de entregas ao domicílio ou de facilitação de mecanismos de teletrabalho”.

“O processo quer-se simples e com fluxo escorreito”, com o ministro do Planeamento a explicar que o processo de candidatura será “simplificado”. A candidatura resume-se à entrega de um orçamento.

Vão existir dois pagamentos, um com a contratação, com 50% do valor adiantado, sendo que o restante montante vai ser feito mediante declaração de despesa realizada por parte da empresa, confirmada por contabilista certificado.

Segurança é essencial para haver confiança na retoma da economia

O primeiro-ministro que também esteve presente na cerimónia disse que as condições de segurança no comércio e nos serviços são essenciais para que os portugueses se sintam confiantes na fase de reabertura gradual da atividade económica a partir de segunda-feira.

“Na segunda-feira, Portugal vai dar um passo para começar a reabrir muitas das atividades do setor comercial que foram encerradas por necessidade de contenção da pandemia de Covid-19, mas a retoma é essencial que seja feita com segurança para quem trabalha nos estabelecimentos e dos clientes“, declarou o líder do executivo no discurso que encerrou a sessão.

Para António Costa, a existência de condições de segurança “é fundamental para que os portugueses regressem com confiança aos estabelecimentos comerciais: Cabeleireiros, barbeiros, institutos de beleza, stands de automóveis, livrarias ou lojas de roupa”.

“Além das normas gerais que o Governo tem vindo a trabalhar em sede de concertação social, tendo em vista a higiene e proteção no trabalho – normas transversais a todos os setores -, há depois, naturalmente, especificidades próprias de cada ramo. Quem vai experimentar um carro tem condições diferentes de quem vai experimentar uma gravata”, comentou, a título de exemplo.

(Notícia atualizada às 12h08)

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PCP critica tribunal por obrigar a reintegrar trabalhador

  • Lusa
  • 2 Maio 2020

O Tribunal da Relação decidiu que o PCP tem de reintegrar um trabalhador despedido de forma ilegal. O PCP diz que é "inaceitável".

O PCP considera “inaceitável que alguém queira impor” uma “qualquer pessoa que se oponha” ao partido, num comentário à decisão do Tribunal da Relação de reintegrar o funcionário Miguel Casanova. Um dia depois de ter sido noticiada a condenação, pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), o PCP comentou a decisão em sete parágrafos e 2.224 carateres. Questionado pela Lusa, o PCP afirmou que a decisão “em nada altera as razões” do partido, nem “a natureza eminentemente política do processo”, embora nada esclareça sobre o que fará em seguida.

“É inaceitável que alguém queira impor ao PCP como quadro político a tempo inteiro uma qualquer pessoa que se oponha ao PCP ou esteja comprometida com outro projeto político, como decorreria da interpretação dos critérios que serviram de base a esta decisão”, lê-se no texto.

Para a direção comunista, “todo o processo até hoje mostra que a pessoa em causa provocou as condições objetivas de um conflito laboral para em torno dele alcançar o que pretendia: atacar o PCP, denegrir a sua imagem e pôr em causa a sua identidade”, segundo a nota enviada à Lusa em que Miguel Casanova é acusado de “hostilização política” e de dar uma “dimensão política” ao processo contra o partido.

“O coletivo partidário não deixará de registar e condenar a atitude de quem premeditadamente afrontou o respeito pelo tratamento igual entre camaradas e rompeu o dever de confiança e a base inicial de lealdade que esteve na génese da sua adesão e vontade em abraçar a atividade partidária a tempo inteiro, com o que significa ser funcionário”, lê-se ainda no texto.

Na quinta-feira, foi noticiado que o TRL confirmou a decisão que condena o PCP a reintegrar o funcionário Miguel Casanova, que o partido acusava de ter abandonado o posto de trabalho, negando provimento ao recurso interposto pelos comunistas.

Em junho de 2019, o Tribunal de Trabalho “declarou ilícito o despedimento” de Miguel Casanova, condenando o partido a reintegrá-lo e a pagar-lhe as retribuições que o funcionário deixou de auferir, desde 31 de agosto de 2018.

O PCP interpôs recurso para o TRL, no qual defendia que esta sentença fosse declarada nula “em virtude dos vícios e violações de direito que lhe são imputados”, pedindo que a mesma fosse substituída por uma sentença “não condenatória”.

O acórdão do TRL, assinado pelos juízes desembargadores António José Alves Duarte, Maria José Costa Pinto e Manuela Bento Fialho, datado de 29 de abril e a que a agência Lusa teve acesso, nega provimento à apelação (recurso) do PCP e confirma a sentença do Tribunal de Trabalho.

Segundo várias fontes ouvidas pela Lusa, em junho de 2019, Miguel Casanova desempenhava funções políticas de dirigente na Organização Regional de Setúbal do PCP até que, no início de 2018, foi contactado no sentido de mudar de instalações e de tarefas, para o recinto da Festa do Avante!, no vizinho concelho do Seixal.

O então funcionário terá continuado a apresentar-se ao trabalho em Setúbal, onde o seu gabinete, segundo outra fonte próxima do processo, foi desmantelado em março de 2018, falhando assim a presença na Quinta da Atalaia (Seixal), como o PCP requeria, e desejando manter as suas “funções políticas, que cumpria desde 2007”, em vez das novas tarefas “meramente técnicas”, no espaço dedicado ao evento político-cultural anual dos comunistas.

Na versão do aparelho comunista, o funcionário terá recusado a nova colocação e funções, tendo a sua dispensa sido efetivada em maio de 2018. A ação judicial do queixoso contra o PCP só viria a ser interposta em setembro de 2018.

O filho de José Casanova, histórico militante do PCP, antigo dirigente e diretor do jornal “Avante!” entre 1997 e 2014, assumiu ser vítima de perseguição política por ter “fugido da linha oficial do partido”, desde o final de 2015, ao criticar publicamente, embora em reuniões e órgãos do partido, a atual solução política que viabilizou o Governo socialista, com a posição conjunta entre PS e PCP, a denominada “geringonça”, assente em acordos semelhantes com BE e “Os Verdes”.

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Festa do 1º de maio. “É uma pouca vergonha”, diz Rio

  • ECO
  • 1 Maio 2020

Líder do PSD critica manifestação do 1º de maio da CGTP e do PCP e, especialmente, as camionetas que levaram centenas de manifestantes à Alameda, quando o país está em estado de emergência.

A CGTP juntou centenas de pessoas na Alameda para celebrar o 1º de maio quando há severas restrições à circulação e aos eventos públicos, depois de ter negociado os termos das comemorações com o Governo e, segundo o Expresso, com o envolvimento do próprio Presidente da República. Para Rio, “é uma pouca vergonha”.

A pandemia da Covid-19 e as medidas de estado de emergência, como a proibição de passar de um concelho para o outro, não impediram que centenas de pessoas enchessem esta tarde os relvados da Alameda, em Lisboa, para celebrar o 1.º de Maio, este ano com máscaras, além das bandeiras. Ao contrário da UGT, que assinalou o dia do Trabalhador por via digital, a CGTP e a sua nova secretária-geral, Isabel Camarinha, com Jerónimo de Sousa a assistir no relvado, fez mesmo uma festa e foram muitos os autocarros a chegar à Alameda. Ao mesmo tempo, a polícia manteve em vários pontos do país bloqueios à circulação e obrigou centenas de automobilistas a regressarem a casa.

Rui Rio criticou a iniciativa no twitter. “Milhares de pessoas da CGTP e do PCP na rua a festejarem o 1º de Maio em pleno Estado de Emergência é inaceitável, mas trazê-las de camioneta, quando hoje é proibido circular entre concelhos, é uma pouca vergonha. Para o Governo, a geringonça goza de estatuto especial. Assim não!”.

Já ontem, Rio já tinha feito outro tweet, desta vez com uma pergunta em tom irónico. Ilustrado com uma fotografia de todos os ministros deste Governo, o presidente do PSD questionava: “Já se conhece a distribuição dos Ministros pelos canais de televisão para este fim de semana prolongado?”

 

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Mercados nos EUA fecharam semana a cair

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Declarações de Donald Trump sobre a eventualidade de novas tarifas aduaneiras às importações chinesas assustaram os investidores.

Os mercados acionistas norte-americanos encerraram esta sexta-feira em queda de mais de 2,5%, arrastados pelos resultados trimestrais de empresas e pelas declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre as tarifas aos produtos chineses.

O índice industrial Dow Jones recuou 2,55% para 23.723,69 pontos e o tecnológico Nasdaq recuou 3,20% para 8.604,95 pontos. Também o índice alargado S&P500, que representa as 500 maiores empresas de Wall Street, acompanhou a tendência negativa e cedeu 2,81% para 2.839,71 pontos.

Wall Street inverteu a tendência de quinta-feira, quando encerrou em forte alta, com os investidores encorajados com os resultados de um teste de tratamento contra o coronavirus desenvolvido pela Gilead Sciences e o apoio continuado do banco central norte-americano.

Esta queda acentuada acontece depois de, na quinta-feira, Donald Trump ter ameaçado impor novas tarifas sobre a importações provenientes da China, em resposta à pandemia da covid-19, que para o Presidente dos Estados Unidos, é culpa de Pequima.

Em resposta a uma pergunta sobre se Trump planeava cancelar parte das suas obrigações de dívida com o Governo chinês, o Presidente norte-americano ameaçou: “Podemos fazer isso com tarifas ou de outras formas”.

Donald Trump afirmou que a China podia ter contido a covid-19, mas deixou que a doença se propagasse, assegurando ter visto provas de que o vírus foi criado num laboratório de Wuhan, cidade do centro da China onde o novo coronavírus foi detetado, no final de dezembro.

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