📹 Como o Facebook transforma os seus dados em dinheiro

O Facebook é gratuito, mas lucra milhares de milhões de dólares todos os anos. Já pensou como é que isto acontece? Conheça o segredo por detrás da "máquina" criada por Mark Zuckerberg.

Ninguém tem de pagar para usar o Facebook. Mesmo assim, a rede social lucra milhares de milhões de dólares todos os anos. Já pensou como é que isto acontece?

Diz-se que os dados pessoais são o “novo petróleo”. E isso espelha-se no valor de mercado do Facebook: vale mais do dobro da petrolífera Exxon Mobil. A chave está na “máquina” desenhada por Mark Zuckerberg. Uma máquina que transforma os nossos dados em dinheiro. Como? Veja o vídeo:

Tudo começa com o formulário que é preciso preencher para criar uma conta na plataforma. Nele, o Facebook pede informações básicas, como o nome, data de nascimento ou e-mail. Aberta a conta, a empresa não tarda a querer saber mais sobre o Facebook: onde o utilizador vive, com quem se dá ou quais os seus passatempos.

À medida que o Facebook vai aprendendo mais e mais sobre os utilizadores, o algoritmo vai-lhes apresentando cada vez mais conteúdo de potencial interesse. Isto gera um ciclo em que o utilizador vai ficando cada vez mais cativado pela rede social: um like aqui, um comentário ali, e o algoritmo vai sendo alimentado com mais informação sobre os utilizadores.

Ora, esta informação é o segredo do negócio. Sobretudo, do negócio da publicidade, que é o principal foco do Facebook. Com os dados pessoais dos utilizadores, o Facebook é capaz de cobrar mais aos anunciantes em campanhas cirurgicamente orientadas. Por exemplo, se o algoritmo sabe que o João gosta muito de bicicletas, provavelmente vai exibir anúncios de bicicletas, na esperança de gerar uma compra por parte do João.

Este método é chamado “segmentação”. Enquanto os anúncios classificados num jornal em papel impactam da mesma forma todos os leitores, a publicidade no Facebook é exibida de forma mais eficaz a quem o algoritmo considere ser mais provável conseguir converter na ação pretendida.

Mas este negócio não funciona apenas com produtos. É também usado em pedidos de donativos e até em campanhas políticas — algo que o Facebook tem insistido em manter, apesar de alguns concorrentes, como o Twitter, terem decido banir por completo.

Com perto de 2,5 mil milhões de utilizadores ativos mensalmente em todo o mundo, o Facebook tornou-se uma das maiores e mais precisas bases de dados pessoais do planeta. A relevância desta informação, assim como o seu real valor, ficou mais evidente em 2018, quando se soube que uma empresa privada, chamada Cambridge Analytica, usou indevidamente os dados pessoais de 87 milhões de utilizadores do Facebook para ajudar a eleger Donald Trump como Presidente dos EUA.

Desde então, o Facebook tem estado debaixo de fogo, com os utilizadores e entidades terceiras a exigirem que Mark Zuckerberg tome medidas que ajudem a proteger melhor a informação dos utilizadores, mas também a travar conteúdos ilegais na plataforma ou discursos de ódio.

Por sua vez, Zuckerberg avançou com a intenção de criar uma espécie de “tribunal” independente com capacidade para decidir que conteúdo deve ou não fazer parte da rede social. Isto é particularmente relevante, uma vez que é o conteúdo que “prende” os utilizadores ao Facebook — e, simultaneamente, o que faz com que a empresa consiga, de trimestre para trimestre, continuar a subir as receitas na ordem dos dois dígitos.

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