Despedimentos “não têm de ser inevitáveis” para reestruturar TAP, diz Governo
Ministro das Infraestruturas garante que os despedimentos "não têm de ser inevitáveis" para reestruturar a TAP e que "ninguém tem interesse em manter uma empresa que não seja viável e sustentável".
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, garantiu esta terça-feira em Viana do Castelo que os despedimentos “não têm de ser inevitáveis” para reestruturar a TAP, considerando que o processo terá de contar com a participação dos sindicatos.
“Os despedimentos não têm de ser inevitáveis. Há várias formas de fazermos uma reestruturação da empresa. O que ela tem é de ser feita com os sindicatos e há várias formas de fazermos isso. Os sindicatos têm várias sugestões e propostas. É um trabalho que vamos fazer”, afirmou Pedro Nuno Santos.
O governante, que falava aos jornalistas à margem do lançamento da empreitada de dragagem do canal de acesso aos estaleiros subconcessionados à WestSea, num investimento de 17,4 milhões de euros, assegurou que os postos de trabalho são uma “preocupação central” do Governo.
“É uma preocupação central que o Ministério das Infraestruturas tem, que eu tenho, em particular. Tenho estado em contacto, praticamente, com todos os sindicatos da TAP e continuarei. Eles são centrais nas nossas preocupações, mas eles percebem, são os primeiros a perceber, que querem ter para os próximos anos uma empresa viável e sustentável. Ninguém tem interesse em manter uma empresa que não seja viável e sustentável”, referiu.
O ministro adiantou que ser “necessário” fazer as “transformações” que que “tornem” a transportadora aérea portuguesa numa “empresa sustentável para os próximos anos”.
“Uma crise é também uma oportunidade. Tínhamos uma empresa com alguns problemas. Podemos ter aqui uma oportunidade para fazer um reset, conseguirmos ter a empresa em condições para enfrentar o futuro, servir o país e preservar os empregos. Essa é uma preocupação que nós temos. Podem ter a certeza que qualquer processo de reestruturação terá no centro das preocupações os trabalhadores da TAP são aqueles que fazem a TAP o que ela é”, referiu.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de novas ajudas do Estado, o ministro das Infraestruturas disse não poder antecipar o futuro.
“O futuro do setor da aviação dependerá muito da recuperação do turismo que, por sua vez, depende muito da confiança dos turistas. Temos sinais positivos, mas estamos no início, o cenário é de incerteza e não podemos antecipar sem dúvida nenhuma o futuro. Fizemos os cálculos chegamos a um determinado valor, mas não podemos ter certeza sobre o futuro. Seria um erro da minha parte a ser taxativo sobre necessidades futuras da TAP”, referiu.
Adiantou ainda que o plano de reestruturação da empresa ainda não começou a ser feito por ser necessário “acertar” a intervenção com o parceiro privado na transportadora aérea.
“O Estado apresentou um conjunto de condições que tem de ser aceites. Não andamos aqui a passar cheques em branco, que o dinheiro é do povo português”, sustentou.
O ministro defendeu ainda que a TAP “dá mais à economia nacional do que o valor” que o Estado vai ser injetado na transportadora.
“Iremos sempre olhar para o valor da intervenção, mas aquilo que a TAP dá à economia nacional não tem comparação com aquilo com o que lá vamos injetar. É bom que tenhamos consciência disso. A TAP é o principal exportador nacional, 80 a 90% dos nossos turistas chegam de avião, metade são transportados pela TAP. Quando estamos a falar de resgatar ou auxiliar a TAP, estamos a falar de economia, empregos, exportações, impostos. É disso que estamos a falar. Para não nos esquecermos porque vamos ouvindo que é demasiado dinheiro”, disse.
(Notícia atualizada às 14h44)
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