Portugal é o 7.º país da UE com menor produtividade por hora de trabalho

  • Lusa
  • 27 Junho 2020

Comemora-se o Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas e a Pordata comparou a produtividade de Portugal em relação aos seus parceiros europeus.

Portugal é o sétimo país da União Europeia com menor produtividade por hora de trabalho, divulgou este sábado a Pordata, num retrato ao tecido empresarial do país, a propósito do Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

Em termos de produtividade por hora de trabalho, face à média da UE27 (=100), Portugal é um dos países com menor produtividade (65% da média da UE27)”, revelou a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que analisou dados de 2018.

Por outro lado, Irlanda, Luxemburgo e Dinamarca estão no topo da lista dos que geram mais riqueza por hora trabalhada.

A Pordata concluiu também que, em média, as PME gastam cerca de 1.000 euros mensais por trabalhador, metade do custo mensal de uma grande empresa, que gasta cerca de 2.000 euros mensais por trabalhador.

Entre 2008 e 2018, os gastos das grandes empresas com o pessoal decresceram 9% (a preços constantes), acrescenta o documento.

Em termos de setores, os gastos médios por trabalhador são maiores nas atividades financeiras (quase 3.400 euros mensais), transportes e armazenagem, indústrias extrativas e na eletricidade, gás e água (cada um com cerca de 2.000 euros mensais).

Com cerca de 800 euros de gastos mensais com cada trabalhador estão os setores das atividades de saúde e apoio social, o alojamento e restauração e as atividades imobiliárias.

A educação gasta, em média, cerca de 700 euros, e a agricultura e pescas menos de 500 euros mensais, sendo o setor que mais viu decrescer os gastos com pessoal entre 2008 e 2018.

Portugal é o 3.º país europeu que mais recorre ao trabalho temporário

Portugal é o terceiro país europeu que mais recorre ao trabalho temporário, a seguir à Espanha e à Polónia, com um em cada cinco trabalhadores com contrato a prazo, divulgou a Pordata.

Portugal é o terceiro país europeu com mais contratos a prazo, a seguir à Espanha e Polónia. Um em cada cinco trabalhadores tem um contrato a prazo, mais seis pontos percentuais que o verificado na UE27 (15%)”, revela um retrato do tecido empresarial português com dados de 2018, hoje divulgado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a propósito do Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME). Já nos países bálticos e na Roménia, esta situação atinge menos de 4% dos trabalhadores.

Quanto aos salários, 22% dos trabalhadores por conta de outrem recebia em 2018 o salário mínimo nacional (580 euros, à data), o triplo do valor registado em 2008 (7,4%).

A Pordata sublinha, contudo, que o salário mínimo nacional aumentou 23% naquele período, o equivalente a mais de 100 euros (a preços constantes), crescimento bem superior ao das remunerações médias mensais no mesmo período (4%, ou mais 35 euros).

Empresas portuguesas têm dimensão média mais baixa da União Europeia

As empresas portuguesas têm a dimensão média mais baixa da União Europeia, a par da Eslováquia, com 3,4 pessoas, divulgou este sábado a Pordata, a propósito do Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME).

Numa análise ao tecido empresarial português, com dados até 2018, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos concluiu que Portugal tem a dimensão média das empresas mais baixa da União Europeia, com 3,4 pessoas, tal como a Eslováquia, enquanto Alemanha e Luxemburgo têm a média mais alta, de pelo menos 10 pessoas.

De acordo com a Pordata, em 2018, as PME representavam 99,9% das empresas em Portugal e empregava, 78% do pessoal ao serviço.

Aquelas empresas foram ainda responsáveis por 56% do volume de negócios do total das empresas e 60% da riqueza (valor acrescentado bruto) criada no país.

Quanto ao nascimento e morte de empresas, em 2017, Portugal ocupava o segundo lugar no ‘ranking’ europeu da taxa de natalidade, com 16 empresas criadas por cada 100 existentes, e o terceiro na taxa de mortalidade, com 14 empresas extintas por cada 100 existentes. Isto significa que por cada empresa que encerra, é criada uma nova.

Já em relação ao crédito bancário, os montantes dos empréstimos concedidos às empresas são hoje menos de metade dos valores concedidos entre 2003 e 2005, refere a Pordata. Desde 2015 que mais de metade dos montantes dos empréstimos são iguais ou inferiores a um milhão de euros.

Em 2018, mais de um quinto das empresas (21%) tinham crédito malparado (menos 10 pontos percentuais que em 2014, ano com maior percentagem de empresas com crédito malparado desde 2002). Do montante dos empréstimos concedidos, 9% estava em incumprimento em 2018.

Proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas de 6 de abril de 2017, o Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas assinala-se, anualmente, em 27 de junho, com o objetivo de evidenciar a importância dos pequenos negócios nas economias locais e global.

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