Grupo Fidelidade conseguiu 197 milhões de lucro em 2019
Os resultados líquidos do maior grupo segurador baixaram 27%, menos que a produção nacional que quebrou 31%. Ramo Não Vida cresceu e as operações internacionais começam a ter expressão.
O Grupo Fidelidade baixou os resultados líquidos para 197 milhões de euros em 2019, menos 27% que o obtido um ano antes. Este valor significa um desvio em relação à previsão inicial de fevereiro deste ano que estimava um valor de 209 milhões. A evolução negativa dos lucros vem explicada no relatório e contas da Fidelidade, agora divulgado, onde se lê que a redução dos proveitos de investimentos diretamente relacionada com o contexto de baixas taxas de juros e a alienação, em 2018, de diversos imóveis de rendimento, contribuíram para este desempenho. Também o grande investimento com a aquisição dos terrenos em Entrecampos, Lisboa, onde vai ser edificada a futura sede penalizaram os resultados do ano passado, diz o relatório do grupo presidido por Jorge Magalhães Correia.
Nos grandes agregados operacionais existiu uma melhoria do rácio combinado para 96,5% em 2019 (foi de 97,7% em 2018) insuficiente para compensar o baixa do rendimento dos investimentos (investment yield) para 2,7% (3,9% em 2018). Os capitais próprios saíram reforçados para 2,83 mil milhões de euros quando eram, excluídos interesses minoritários, de 2,36 mil milhões um ano antes. O Ativo líquido superou os 20,2 mil milhões de euros, enquanto a rentabilidade dos capitais próprios foi de 7,6% e, em solvabilidade, os últimos valores apresentados são de 2018 e indicam 166% para o SCR – Requisito de Capital de Solvência e 589% para o MCR – Requisito de Capital Mínimo, referindo a Fidelidade que, em 2019, “continua a cumprir com os requisitos de capital de forma muito confortável”.
Os prémios emitidos foram de 4.077 milhões de euros, distribuídos quase em partes iguais entre os ramos Vida e Não Vida. Em Portugal a Fidelidade continua líder de mercado com uma quota de mercado total de 25,5%.
Os seguros de Vida Risco, muito ligados ao crédito à habitação, foram a área do ramo Vida com melhor desempenho e ganho de quota de mercado para 18,3% para a Fidelidade. Nas restantes áreas o grupo perdeu quota mas manteve posições relevantes com 33% do mercado em Anuidades, 26,2% em PPR e 22,6% em Vida Capitalização. No total Vida a quota de mercado em 2019 foi de 23,6%.
Nos ramos Não Vida a Fidelidade cresceu acima do mercado, o que lhe permitiu aumentar a sua parcela para 27,9%, com destaque para o reforço de posições em Saúde (37,2% deste ramo), Multiriscos empresas (28,8%) e Habitação (22,9%), para além de reforço em Automóvel (28,3% de quota) e Acidentes de Trabalho (28,3%).
Os negócios internacionais do grupo começam a ter expressão relevante, com a aquisição da La Positiva, no Perú, que estende a sua presença à Bolívia e ao Paraguai. No final de 2019 começaram as operações da Fid Chile e no conjunto a área internacional mais que triplicou em 2019, atingindo os 974 milhões de euros de prémios emitidos, 28% do total do grupo. Para além da América Latina, a presença internacional tem lugar na Europa: Espanha onde está desde 1995 com foco em bancassurance através do Banco Caixa Geral (recentemente vendido pela CGD ao Abanca) e França/Luxemburgo onde o foco são, desde 1997, as comunidades portuguesas. Em África o grupo está em Cabo Verde com 60% da seguradora Garantia e diretamente em Angola e Moçambique, sendo ainda a 4ª maior seguradora de Macau em Vida e a 6ª em Não Vida.
Em marcas utilizadas, valorizadas no balanço em 82 milhões de euros, o grupo continua a usar Fidelidade em todos os canais de distribuição quer para Vida, quer para Não Vida, Multicare para toda a oferta de seguros de saúde e Ok! teleseguros com foco em produtos Não Vida, como automóvel e habitação, vendidos por canal remoto.
O número de colaboradores subiu para 5.914, passando a considerar os 3.173 baseados no estrangeiro e que já significam 54% do total. Em Portugal, estavam em 31 de dezembro último cerca de 2.740 colaboradores, número semelhante ao registado um ano antes.
A distribuição foi realizada através de 4.635 agentes, 68 corretores, 60 agências próprias, em bancassurance através de 721 balcões da CGD e do Eurobic, no canal postal pelas 740 agências e dependências bancárias da CTT, para além dos canais internet e telefónico. O canal bancário e CTT continuaram os fundamentais no ramo Vida, enquanto os canais tradicionais são os mais relevantes no ramo Não Vida.
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