Portugal avança com emissão sindicada. Vai vender dívida a 15 anos
Bloomberg avança que o IGCP contratou um sindicato bancário para realizar uma nova emissão de dívida de longo prazo para financiar os custos da pandemia. Operação terá maturidade de 15 anos.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP está de volta ao mercado, preparando-se para avançar com uma nova emissão de dívida sindicada. De acordo com a Bloomberg, citada pelo Jornal de Negócios (acesso livre), já foram contratados os bancos para a realização desta operação de financiamento de longo prazo.
A agência liderada por Cristina Casalinho pretende realizar uma emissão com recurso a um sindicato bancário do qual fazem parte o Caixa BI, Credit Agricole, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan e Nomura.
Esta emissão terá maturidade em 2035, ou seja, dentro de 15 anos, refere a agência noticiosa norte-americana, não sendo indicado qual o montante a emitir, nem quando chegará ao mercado esta operação. Contudo, diz que será “no curto prazo, sujeita às condições do mercado”.
Esta operação é idêntica àquela que o IGCP realiza todos os anos nos primeiros meses do ano, que tem permitido ao país assegurar logo grande parte das necessidades de financiamento em cada exercício. Habitualmente são obtidos cerca de 3 a 4 mil milhões de euros.
O regresso ao mercado com uma emissão sindicada já tinha sido anunciado pelo IGCP aquando da divulgação do programa de financiamento para o terceiro trimestre do ano, sendo o recurso a estas operações em que conta com a ajuda dos bancos para colocar a dívida prende-se, desta vez, com as necessidades adicionais de empréstimos para cobrir os custos da pandemia.
A Covid-19 praticamente parou o país, levando a uma quebra acentuada da economia nacional. O país vai mergulhar numa profunda recessão, com o défice a disparar à custa dos gastos do Estado, nomeadamente com a proteção do emprego.
No programa de financiamento, o IGCP avançou que terá de emitir mais 14 mil milhões de euros em títulos de dívida de longo prazo este ano para salvaguardar as necessidades do país.
No mercado, numa altura em que os títulos de dívida a 10 anos estão a tocar mínimos desde antes da pandemia, muito por causa da “rede de segurança” do Banco Central Europeu, em torno dos 0,45%, a taxa a 15 anos está nos 0,75%. Nas emissões sindicadas, contudo, o custo tende a ser superior tendo em conta as comissões dos bancos.
(Notícia atualizada às 13h57 com mais informação)
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