Mais de metade das empresas vão manter ou recrutar trabalhadores em 2021
A confiança dos gestores está a aumentar e esperam retomar a atividade até ao final de 2021. Não planeiam cortar empregos e apontam a inovação como principal objetivo estratégico, revela barómetro.
Mais de metade dos gestores (64%) espera manter, ou aumentar, o número de trabalhadores no próximo ano e a confiança parece estar a crescer, revelam os dados do “Barómetro Kaizen”, que inquiriu 230 gestores de empresas em junho. O mesmo estudo revela que cerca de metade dos inquiridos considera que será possível à sua empresa retomar o nível de atividade pré Covid-19 até ao final de 2021.
Numa escala de 0 a 20, o grau de confiança dos gestores subiu de 8,4, em abril, para 10,4, em junho, revela o barómetro.
Faturação cai, mas confiança cresce
Cerca de 46% dos participantes considera que será possível à sua empresa retomar o nível de atividade pré Covid-19 até ao final do próximo ano. Já 24% dos inquiridos responde que só vai conseguir atingir essa meta entre 2022 e 2023; e dois em cada dez acreditam que conseguirão fazê-lo ainda durante este ano.
Em 43% do casos, a empresa registou, em maio, uma faturação entre 5 e 25% abaixo do orçamentado, situando em 23% dos casos, entre 25% e 50% abaixo do previsto. Os resultados corresponderam às previsões de apenas 15% dos inquiridos, sendo que em 12% das empresas a faturação ficou abaixo do orçamentado em mais de 50%.
Apesar destes dados, 43% mantém os investimentos que tinha previstos para os próximos 12 meses, 33% vai deixar estes planos em stand by e 22% só avançará em 2021.
Rever estratégias com foco na inovação
Quase metade dos gestores inquiridos (49%) identificou a necessidade de rever a estratégia da organização para os próximos três a cinco anos, e 30% está a equacionar essa possibilidade, com grande foco na inovação do modelo de negócio, da tecnologia, do processo ou do próprio produto.
“A pandemia trouxe aos gestores uma maior consciência sobre a importância da estratégia, e o seu reflexo na construção de uma cultura organizacional sólida, na melhoria dos processos e da produtividade, que sustentam uma empresa forte, resiliente e rápida na resposta às crises”, refere António Costa, senior partner do Kaizen Institute Western Europe, citado em comunicado, acrescentando: “A velocidade de alteração dos padrões de consumo, e a necessidade de adaptação e reinvenção perante novas variáveis que surgiram durante este período reforçaram a importância de se ter a inovação como um dos pilares do desenvolvimento organizacional”. A inovação é identificada como principal objetivo estratégico por 81% dos inquiridos.
Para mais de 70% dos gestores, a melhoria contínua e a transformação cultural serão a melhor estratégia para promover a motivação e a cooperação dos trabalhadores. Além disso, os empresários consideraram ainda prioritários o aumento da receita por via do crescimento orgânico (65%) e a redução de custos por via do aumento da produtividade e da eficiência (64%).
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