Maioria dos europeus e portugueses apoia orçamento da UE reforçado para combater crise pandémica
Um inquérito do Parlamento Europeu mostra que a maioria dos europeus, em especial os portugueses, apoia um orçamento reforçado da União Europeia para combater a crise pandémica.
Não há unanimidade entre os Estados-membros, mas é possível dizer que a maioria dos europeus inquiridos num estudo de opinião defende que a União Europeia deve dispor de maiores recursos financeiros para ultrapassar o impacto da crise pandémica. Os resultados do inquérito do Parlamento Europeu foram revelados esta terça-feira em antecipação do Conselho Europeu de sexta-feira e sábado onde os líderes europeus vão discutir o Fundo de Recuperação.
São 56% os europeus que consideram que os recursos financeiros devem ser reforçados, contra 30% que consideram que os valores atuais são suficientes e 14 que responderam que não sabem. Contudo, esta “maioria” europeia esconde uma divergência clara que existe entre a opinião pública dos vários Estados-membros: Grécia (79% favorável), Chipre (74%) e Portugal (71%) são os países onde há mais apoios a um orçamento reforçado enquanto na Holanda (36%), Suécia (35%) e Dinamarca (28%) — os apelidados “frugais” — esse apoio é inferior a 40%. Em 15 dos 27 Estados-membros, há uma maioria absoluta favorável.
Ainda assim, para o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, considera que “os resultados deste inquérito indicam claramente que os cidadãos europeus esperam que a UE demonstre maior solidariedade e intervenha mais para apoiar a recuperação”, reconhecendo “também a necessidade de um orçamento europeu mais robusto para fazer face ao impacto sem precedentes que a pandemia teve na nossa economia e sociedade“. O italiano diz ainda que “no contexto das atuais negociações sobre o orçamento da UE, o Parlamento está ao lado dos cidadãos no apelo que fazem para uma União mais eficaz e ambiciosa”.
Questionados sobre qual deve ser o destino do reforço do orçamento europeu, a maioria dos inquiridos prefere que seja investido na saúde pública, a principal prioridade para 55% cidadãos europeus e que aparece em primeiro lugar em 17 Estados-membros, registando-se em Portugal a percentagem mais elevada (72%). Além da saúde, os europeus dão prioridade também à recuperação económica e às novas oportunidades para as empresas (45%), ao emprego e aos assuntos sociais (37%) e à luta contra as alterações climáticas (36%).
No total, foram realizadas 24.798 entrevistas para este inquérito, incluindo 1.031 entrevistas em Portugal. As entrevistas deste estudo de opinião, que é da responsabilidade da Kantar, foram realizadas na segunda quinzena de junho. Os resultados totais da UE são ponderados de acordo com a dimensão da população em cada país participante.
(Notícia atualizada às 12h11 com mais informação)
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