Empresários e cientistas pedem ao Governo aposta estratégica na ciência e inovação
Para os signatários, a ciência e a inovação ocupam “um espaço imprescindível e determinante na sociedade, nomeadamente na identificação de soluções para emergências em saúde pública.
Cientistas, empresários e gestores pediram esta quinta-feira ao Governo para que defina urgentemente “estratégias visionárias” de desenvolvimento económico e social alicerçadas “numa forte aposta em ciência e inovação”, considerando que a investigação deve ser uma das prioridades em Portugal.
Num manifesto, que foi enviado ao primeiro-ministro, António Costa, 50 cientistas e outros tantos empresários e gestores defendem uma tomada de posição urgente para relançar o futuro de Portugal. Os signatários defendem que “garantir mecanismos financeiros e de cooperação entre setor público e privado permitirá a Portugal assumir uma posição de liderança e um forte contributo para o aumento de competitividade na Europa”.
“No momento em que, no Conselho Europeu, decorrem as negociações para a definição do orçamento do Programa Quadro Europeu (Horizonte Europa, 2021-2027), já com um possível corte de cinco mil milhões de euros, e em que em Portugal será debatido o Plano de Recuperação Económica e Social (2020-2030), no Conselho de Ministros de dia 17 e 18 de julho, é urgente uma tomada de posição assente em estratégias que coloquem a investigação e a inovação nas prioridades nacionais e europeias”, refere o manifesto.
Os cientistas e os empresários consideram que a pandemia de covid-19 “trouxe para a ribalta uma verdade conhecida, mas muitas vezes esquecida”, tendo a posição assumida por Portugal no combate um “resultado do investimento e produção de conhecimento dos últimos 30 anos”. Os signatários sustentam que em tempo recorde houve mobilização, reorganização na produção de conhecimento, nos métodos de diagnóstico e na utilização de equipamentos indispensáveis à luta contra a pandemia.
O manifesto entregue ao primeiro-ministro aponta uma estratégia consolidada em torno de três pilares fundamentais, designadamente “uma visão para o futuro, a cooperação entre público e privado e o reforço do investimento em inovação”. O documento realça a necessidade de visão estratégica de longo prazo, defendendo que “só uma investigação fundamental de qualidade permitirá criar conhecimento e ferramentas para fazer face aos desafios futuros e imprimir a concretização das nossas aspirações”.
Os signatários defendem também a cooperação entre público e privado, com uma aposta conjunta na investigação e inovação ao longo da cadeia de valor e sua integração na sociedade e economia nacionais, sendo necessário “maior investimento a longo prazo em recursos humanos excelentes, ecossistemas e infraestruturas tecnológicas das universidades, politécnicos, institutos de investigação e empresas”.
Os cientistas e os empresários consideram que é também necessário “investir na ligação da indústria nacional e internacional à investigação e inovação e assegurar uma maior articulação e coordenação entre instituições nacionais e internacionais, antecipando cenários e melhorando a resposta conjunta a desafios globais”.
Para tal, segundo o manifesto, é necessário um reforço orçamental que permita destacar Portugal e a Europa a nível mundial, potenciando a competitividade e o emprego. Os signatários sustentam ainda que Portugal e os seus parceiros devem apoiar um investimento em investigação e inovação forte, seja através do quadro financeiro plurianual, seja através do Plano de Recuperação Económica e Social, devendo o orçamento europeu complementar o investimento de base nacional.
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