Hoteleiros algarvios “desiludidos” por Reino Unido manter quarentena
“É uma enorme desilusão. Estávamos à espera que o Reino Unido pudesse reverter a situação”, disse o o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
A decisão do Reino Unido de manter Portugal fora do corredor aéreo que dispensa quarentena no regresso ao país devido à pandemia foi recebida com “desilusão” pelo presidente da principal associação hoteleira algarvia.
“É uma enorme desilusão. Estávamos à espera — pelas notícias que vinham sendo divulgadas ultimamente — que o Reino Unido pudesse reverter a situação”, afirmou o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, à Lusa. O presidente da AHETA frisou que uma mudança de parecer do Reino Unido, a ter acontecido, não iria permitir já uma recuperação dos “prejuízos maiores causados pela primeira decisão”, no início de julho, mas produziria efeitos na procura a partir de setembro, quando o golfe entra na época alta no Algarve.
“Esperávamos que, com a reversão dessa situação, a partir de setembro, pudéssemos ter já aqui uma operação normal quando começasse a época turística alta do golfe, mas esta decisão veio comprometer tudo isto”, lamentou.
O dirigente da associação empresarial algarvia criticou o Reino Unido por ter “dois pesos e duas medidas” e disse “não compreender” por que razão Portugal fica fora do corredor aéreo, enquanto “destinos concorrentes apresentam contágios e óbitos em número bastante superior, não apenas a Portugal, mas sobretudo ao Algarve”.
“Podemos indagar se os critérios utilizados são sérios e responsáveis”, questionou Elidérico Viegas, dando os exemplos de “Espanha, Itália e outros destinos que não fazem testes e aparecem na estatística como bons da fita”, enquanto Portugal continua obrigado a quarentena com uma situação epidemiológica menos gravosa.
Elidérico Viegas voltou a pedir ao Governo e à diplomacia portuguesa para “desenvolverem os esforços que lhes compete no sentido de reverter uma situação”, que qualificou como “injusta e penalizadora, não apenas para o Algarve e as empresas algarvias, mas também para o país”.
“Esperava que o Reino Unido fosse sensível e mostrasse sensibilidade às opiniões que têm sido publicamente manifestadas, quer aqui, quer na imprensa britânica, porque esta decisão não é só lesiva dos nossos interesses, mas também dos interesses dos britânicos que querem vir ao Algarve e a Portugal”, acrescentou.
Portugal continua de fora dos corredores de viagens que isentam os passageiros de quarentena na chegada ao Reino Unido, apesar de o Governo britânico ter adicionado hoje cinco países. Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia e as ilhas de St. Vincent, nas Caraíbas, foram hoje acrescentadas à lista pelo ministério dos Transportes britânico, na sequência de uma avaliação dos riscos de infeção.
A partir de dia 28 de julho, as pessoas que viagem destes países para Inglaterra não precisam de cumprir a quarentena de 14 dias exigida, cabendo depois às restantes nações (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) aplicar a decisão do Governo britânico. O ministério dos Transportes acrescenta que poderá introduzir “alterações semanalmente (se necessário), para refletir a mudança do panorama da saúde a nível internacional”, adicionando países à lista ou impondo restrições se a situação de saúde de um país se deteriorar.
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