Lucro do Abanca cai para 133 milhões. Provisões de 163 milhões penalizam contas do banco
O Abanca terminou o primeiro semestre deste ano com lucros de 133,1 milhões de euros, 47% abaixo do resultado alcançado no mesmo período de 2019. Banco fez provisões de 163 milhões de euros.
O Abanca terminou o primeiro semestre deste ano com lucros de 133,1 milhões de euros, quase metade face do resultado alcançado no mesmo período de 2019. Contas do banco foram afetadas pela necessidade de constituir provisões de 163 milhões de euros para fazer face aos efeitos da Covid-19. A operação em Portugal respondeu por mais de 8% dos resultados do grupo.
Os lucros alcançados pelo banco liderado por Juan Carlos Escotet na primeira metade do ano representam uma quebra de 47% face ao resultado líquido de 250,1 milhões de euros registado no período homólogo.
“O resultado obtido pelo banco no primeiro semestre evidencia a capacidade de geração de rentabilidade do Abanca, apesar do foco no reforço de provisões”, refere o banco em comunicado. Segundo o Abanca, o reforço dessas provisões colocaram o custo do risco em 0,68%.
O resultado alcançado na primeira metade do ano foi suportado pela margem financeira que cresceu 15%, com contributo tanto da intermediação como dos serviços, a margem bruta subiu 27,4%, com a instituição financeira galega a destacar ainda a margem antes de provisões que melhorou em 56,1%.
Por sua vez, o volume de negócio cresceu 12,8% “graças ao aumento equilibrado do crédito e dos recursos de clientes”, tendo-se situado nos 88.693 milhões de euros.
O crédito a clientes aumentou em 15,6% para os 37.944 milhões de euros, sendo que a carteira está centrada no financiamento a famílias e empresas, que representam 47% e 38%, respetivamente.
Ao nível dos recursos, o Abanca reporta um aumento de 11,6% para os 49.662 milhões de euros, com os depósitos de clientes a registarem “um incremento de mais de 5.000 milhões no último ano (+15,3%)“, destaca o banco.
A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) do banco espanhol ficou em 5,7%, o que compara como 10,7% no final do primeiro semestre do ano passado. Já o rácio de capital de máxima qualidade, CET1, subiu para 13,0%, “com um excesso de 496 pontos base (1.489 milhões de euros) sobre os requisitos”, enquanto o rácio de capital total situou-se nos 16,0%, “com um excesso de 370 pontos base (1.110 milhões de euros) sobre os requisitos exigidos”.
Portugal mantém-se como “aposta estratégica”
Relativamente à atividade em Portugal, esta teve um peso de 8,4% sobre o resultado total, com a instituição a salientar que “o Abanca Portugal mantém o seu importante contributo para o negócio do grupo com um elevado dinamismo”.
Questionado na conferência de imprensa sobre o crescimento por aquisições em Portugal, Juan Carlos Escotet referiu que o Abanca desistiu “em definitivo” do EuroBic, contextualizando que “as condições acordadas para o referido objetivo não foram cumpridas”. O anúncio de desistência do negócio foi feito a 20 em junho, isto depois de em maio, o Abanca ter dito que tinha renovado a aposta na compra do Eurobic, mas por um preço inferior ao inicial, devido ao “efeito adverso” provocado pelo Covid-19.
Apesar de fechar a porta à compra do Eurobic, Juan Carlos Escotet diz que o “interesse em Portugal permanece”, lembrando que “é absolutamente relevante” para o posicionamento ibérico.
“Estamos muito atentos ao mercado português e quando se apresentarem oportunidades vamos olhar para elas com todo o interesse, disse o responsável máximo do Abanca, encerrando o tema durante a apresentação das contas do banco galego que decorreu por videoconferência.
(Notícia atualizada às 12h05)
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