Violenta explosão destrói porto de Beirute e abala cidade. Governo local teme “número muito elevado de vítimas”
A explosão na zona portuária de Beirute, capital do Líbano, foi ouvida em várias zonas da cidade. As causas ainda são desconhecidas, mas o Governo libanês confirma um "número elevado de vítimas".
Duas fortes explosões abalaram esta terça-feira a zona do porto da capital do Líbano, Beirute, causando dezenas de feridos, segundo uma fonte da segurança e correspondentes da AFP no local. Já a AP indicou que uma forte explosão ocorrida em Beirute feriu várias pessoas e causou danos generalizados.
Algumas emissoras televisivas locais indicaram que o incidente ocorreu no porto de Beirute. A Reuters avança ainda que a explosão aconteceu numa zona com armazéns e atingiu várias zonas da capital, causando vários feridos.
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Na rede social Twitter estão a ser publicados diversos vídeos de residentes da cidade, que mostram vários ângulos da explosão no porto de Beirute. O ministro da saúde libanês já confirmou “um número muito elevado de vítimas” e danos generalizados, avançou a televisão nacional LBC, citada pela Reuters.
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Segundo a AP, a explosão partiu janelas a quilómetros de distância. Algumas emissoras de televisão locais indicaram que a explosão ocorreu no porto de Beirute, numa área onde estava armazenado fogo-de-artifício.
São visíveis nuvens de fumo laranja sobre a cidade e os media locais transmitiram imagens de pessoas presas em escombros, algumas cobertas de sangue, segundo a AFP. Um repórter fotográfico da AP viu pessoas feridas no chão perto do porto de Beirute e destruição generalizadas no centro da cidade.
A zona do porto foi fechada pelas forças de segurança, que apenas deixam passar a defesa civil, ambulâncias e viaturas dos bombeiros.
Correspondentes da AFP viram habitantes feridos a deslocarem-se para hospitais, assim como viaturas abandonadas nas ruas, com os airbags inflados.
“Senti-me como se estivesse perante um terramoto e depois ouvi uma explosão, seguida de outra, que abriram as janelas. Foi mais forte do que a explosão que matou Rafik Hariri”, disse uma habitante da cidade, referindo-se ao atentado à bomba, em 2015, que vitimou um conhecido homem de negócios libanês.
Os media locais transmitiram imagens de pessoas presas nos escombros de prédios, cobertas de sangue e testemunhas disseram que viram dezenas de feridos na área portuária, momentos depois das explosões.
“Os prédios tremeram”, disse um morador, na sua conta pessoal da rede social Twitter, relatando que as janelas do seu apartamento tinham quebrado com o impacto das explosões.
Explosões causaram mais de 50 mortos e 2.700 feridos
Mais de 50 pessoas morreram e pelo menos 2.700 ficaram feridas, segundo os números mais recentes do balanço das duas violentas explosões que sacudiram o porto de Beirute, capital do Líbano.
“É um desastre em todos os sentidos da palavra”, lamentou o ministro da Saúde do Líbano, enquanto visitava um hospital da capital libanesa para onde estão a ser transportadas algumas das vítimas.
Navio atracado em frente ao porto está em chamas
Um navio atracado em frente ao porto de Beirute está em chamas, depois das violentas explosões que abalaram a área da capital libanesa.
Duas fortes explosões sucessivas sacudiram o porto de Beirute hoje, causando número ainda indeterminado de mortos e feridos, semeando o pânico e causando um enorme cogumelo de fumo no céu da capital libanesa, disseram as autoridades.
No porto, um oficial de segurança pediu aos jornalistas para se afastarem da zona, temendo uma explosão do navio que se encontra em frente à área do acidente, devido ao seu tanque de combustível. Vários armazéns do porto foram devastados pelas explosões, com o chão a ficar cheio de vidros, segundo o testemunho de um jornalista da AFP.
Uma fonte de segurança no local disse que ainda havia corpos de feridos no local e que as operações de salvamento iriam prosseguir.
Autoridades admitem tratar-se material explosivo em armazém
As violentas explosões que abalaram o porto de Beirute, no Líbano, podem ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos, disse um oficial de segurança libanês.
A origem das explosões, que partiram as janelas de muitas casas e lojas, ainda não foram esclarecidas, mas as autoridades admitem que a origem possa estar em material que estava armazenado na zona.
“Parece que há um armazém que contém materiais confiscados há vários anos. Parece que alguns desses materiais eram muito explosivos”, disse o diretor-geral da Segurança Geral do Líbano, Abbas Ibrahim. “Os agentes estão a realizar uma investigação e dirão qual é a natureza do incidente”, concluiu Ibrahim.
O presidente libanês, Michel Aoun, convocou uma “reunião urgente” do Conselho Supremo de Defesa e o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, declarou um dia de luto nacional, na quarta-feira, “pelas vítimas da explosão”.
O Líbano enfrenta a sua pior crise económica das últimas décadas, marcada por uma desvalorização da moeda sem precedentes, uma hiperinflação, despedimentos em massa e restrições bancárias, que alimenta há vários meses a agitação social.
(Notícia atualizada pela última vez às 21h46)
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