Catarina Martins responde a Carlos César: “Falta da parte do PS respostas essenciais”

A líder do BE respondeu ao desafio de Carlos César, argumentando que o BE quer compromissos mas que falta o PS dar "respostas essenciais" a temas como a saúde, a educação e a lei laboral.

O Bloco de Esquerda reitera que está disponível para negociar com o PS um acordo mais duradouro, mas alerta que os socialistas têm de se comprometer em áreas como a saúde, a educação e a lei laboral. O que, para já, não acontece, alertou Catarina Martins esta terça-feira, quando confrontada com as declarações de Carlos César, presidente do PS, que desafiou BE e PCP a definirem se querem ou não um acordo.

O Bloco de Esquerda nunca negou sentar-se à mesa para encontrar soluções para o país. Estamos muitos empenhados“, começou por responder a líder do BE, Catarina Martins, à margem de uma visita na Guarda. Contudo, “falta da parte do Partido Socialista respostas essenciais”, assinalou, prosseguindo com o caderno de encargos que os bloquistas já anunciaram: reforçar o SNS “de forma séria”, nomeadamente através de contratações permanentes, o setor dos cuidados, a educação e alterar as regras do trabalho “para proteger o salário e o emprego”.

Catarina Martins teme que os apoios que o Estado vai dar à economia sejam “para uns poucos”, sendo que o BE quer que esse dinheiro sirva para garantir salários. A líder do BE recordou ainda a “sangria financeira” que está a ser feita no Novo Banco, alertando para o custo que tem para os contribuintes portugueses. Sobre estes temas, “o Partido Socialista ainda não teve uma palavra”, disse.

O Bloco de Esquerda mostrou toda a disponibilidade, mas a disponibilidade tem de ser para construir soluções que possam valer pelo país“, concluiu Catarina Martins. Anteriormente, a líder dos bloquistas já tinha dito que “para haver acordos com a esquerda, não pode ser só conversa“, referindo que era preciso “haver políticas concretas e compromissos claros”.

No domingo, Carlos César pressionou o BE e o PCP — numa altura em que se negoceia o Orçamento do Estado para 2021 — a tomarem uma decisão: “É tempo de dizer ao BE, PCP e PEV, ou mesmo ao PAN, se são ou não capazes de reunir esses consensos num enunciado programático com o PS, suficiente mas claro, para a Legislatura…ou se preferem assobiar para o ar à espera dos percalços”, escreveu o ex-líder parlamentar dos socialistas, pedindo aos partidos para “definirem-se de uma vez por todas e sem mais demoras e calculismos“.

Carlos César pressiona assim os antigos parceiros da geringonça a definirem uma posição, dando argumentos para que aceitem um acordo com o PS. O primeiro-ministro já tinha ensaiado um pedido de maior acordo à esquerda durante a discussão do Orçamento Suplementar, mas a proposta oficial chegou no Estado da Nação quando pediu uma “base de entendimento sólida e duradoura”. “É com os partidos que connosco viraram a página da austeridade que queremos prosseguir o caminho iniciado em 2015. E, para esse efeito, necessitamos de um quadro de estabilidade no horizonte da legislatura”, disse.

Mais tarde, Ana Catarina Mendes esclareceu que António Costa não estava necessariamente a propor um acordo escrito com o BE, PCP, PEV e PAN. “O que António Costa está a propor neste momento é que continuemos a trilhar este caminho em conjunto, à esquerda, que reforce o Estado Social, a manutenção do emprego, a capacidade das empresas e que reforce o crescimento da economia”, disse em entrevista ao podcast “Política com palavra”, referindo que está “absolutamente convencida de que o PCP, o PEV e o BE continuam a partilhar connosco a necessidade de reforçarmos o Estado social, reforçarmos o papel do Estado e reforçarmos a nossa economia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Catarina Martins responde a Carlos César: “Falta da parte do PS respostas essenciais”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião