Mais turistas, regresso às aulas e aos desportos. Estas são as razões para Portugal dar um passo atrás
Mudanças "significativas" que vão ocorrer em setembro, com o regresso às aulas e também de alguns portugueses ao local de trabalho, motivaram a decisão do Governo, que entra em vigor a 15 de setembro.
A generalidade do país (com exceção da Área Metropolitana de Lisboa) estava já no nível mais baixo de regras, limitações e proibições no combate à pandemia, o estado de alerta. No entanto, a 15 de setembro, Portugal vai voltar a apertar as restrições, passando para a situação de contingência, com medidas ainda por definir. Por que razão se vai dar este “passo atrás”?
A decisão foi tomada, esta quinta-feira, na reunião do Conselho de Ministros. Para já, as medidas em vigor vão manter-se as mesmas na próxima quinzena de setembro. Apesar do novo aumento no número de casos, a avaliação do Governo é que o Serviço Nacional de Saúde “tem tido capacidade de resposta” e a tendência de casos tem sido “constante”, apesar dos aumentos registados nos últimos dois dias, como explicou a ministra da Presidência.
Mariana Vieira da Silva adiantou, no entanto, que o Governo decidiu, a partir de 15 de setembro, passar todo o país para estado de contingência, para poder “definir medidas que precisamos de organizar em cada área”. Na base desta decisão está o regresso às aulas, bem como o regresso ao local de trabalho de vários portugueses, “alguns dos quais depois de terem estado muitos meses em teletrabalho”.
Será então definido um conjunto de medidas para “preparar o outono e inverno”, explicou Mariana Vieira da Silva. Apesar de o Governo ter “dito sempre que faz a mudança das medidas em função da evolução epidemiológica”, desta vez a alteração prende-se mais com a situação que se irá verificar a partir de setembro.
Desta forma, quer-se “antecipar, preparar e aumentar a previsibilidade” da situação, porque se dará uma “mudança significativa nas rotinas, na utilização dos transportes, o regresso as aulas e um regresso mais significativo ao local de trabalho pode necessitar de medidas adicionais”, esclareceu a ministra.
Setembro traz regresso à escola, mas também turistas e desporto
O Presidente da República teve conhecimento antecipadamente desta decisão do Governo, e também aponta a necessidade de prevenir a situação que se vai verificar no próximo mês. Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta inclusivamente alguns fatores que vão aumentar o risco de contágio em setembro, nomeadamente o desporto.
Por um lado, Marcelo admitiu que “nos esperam semanas e meses com altos e baixos, haverá períodos menos positivos do que aqueles que vivemos nas ultimas semanas”, em declarações aos jornalistas, a partir da Feira do Livro, transmitidas pelas televisões na quinta-feira. Tal como aconteceu noutros países da Europa, poderão vir aí “semanas piores do que aquelas que vivemos”.
Além disso, há outra questão, que se prende com a prevenção do que “vem aí”. “Vamos ter o regresso de férias, maior entrada de turistas, vamos ter o começo do ano letivo, e vamos ter o começo de atividades desportivas, as mais variadas atividades desportivas amadoras e coletivas”, salientou o Presidente.
Não irá acontecer tudo “ao mesmo tempo, mas é tudo a partir de finais e agosto e princípios de setembro”, sinalizou Marcelo Rebelo de Sousa. Estes aspetos estão assim na base da iniciativa do Governo de “agravar um pouco o regime de disciplina sanitária com fins preventivos em todo o território nacional”.
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