Diretor do BCE vai para a comissão liquidatária do BES “mau”

Luís Carvalho, que trabalha no supervisor europeu desde 2013, substituirá Miguel Morais Alçada na equipa de gestão do BES mau, que se encontra em processo de liquidação.

A comissão liquidatária do BES “mau” vai ter um novo administrador. Luís Carvalho, diretor no Banco Central Europeu (BCE), foi o nome designado para substituir Miguel Morais Alçada na equipa que tem como missão gerir o processo de liquidação do banco intervencionado em 2014, designadamente o pagamento aos credores.

Segundo apurou o ECO junto de fonte próxima do banco, Miguel Morais Alçada abandona o banco mau por motivos pessoais. Já Luís Carvalho iniciará funções a partir do dia 1 de setembro.

A comissão liquidatária do BES é liderada por César Bento Brito, tendo ainda como vogal Joana Soares Martins (além de Miguel Morais Alçada, que está agora de saída). Contará agora com Luís Carvalho, que trabalha no supervisor europeu desde 2013, sendo atualmente diretor de secção na divisão de Execução e Sanções do supervisor europeu. Luís Carvalho tem ainda uma longa passagem pelo Banco de Portugal, para onde entrou em 1995 e saiu apenas em 2013, diretamente para o BCE, de acordo com as informações disponibilizadas pelo próprio na sua conta de LinkedIn.

Luís Carvalho é head of section da Divisão de Execução e Sanções no BCE desde 2018.

Compete a esta comissão liquidatária preparar o pagamento das dívidas do insolvente BES “mau” à custa das quantias em dinheiro existentes na massa insolvente e do produto de eventuais vendas de ativos, e ainda proteger os direitos do banco e assegurar a exploração da instituição de forma a evitar o agravamento da sua situação económica.

Em 2019, o BES viu a sua situação financeira deteriorar-se com um aumento das suas responsabilidades perante terceiros. O passivo aumentou cerca de 260 milhões de euros no ano passado, para 6,54 mil milhões. Estão aqui as responsabilidades com títulos de dívida, como os titulares de obrigações que foram passadas do Novo Banco para o BES “mau” em 2015, por determinação do Banco de Portugal.

Por seu turno, o banco apresenta um ativo de apenas 180,8 milhões de euros, o que significa que, por cada 100 euros de responsabilidades, a instituição disponha de apenas 2,77 euros para reembolsar.

O BES foi alvo de uma medida de resolução no dia 3 de agosto de 2014, há seis anos, tendo sido separado em dois: no banco “mau”, com os ativos tóxicos da instituição, e no Novo Banco.

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