Casa da Moeda fecha contrato de 200 milhões com Camarões para passaporte biométrico
O contrato vai abranger "todo o processo de emissão de documentos de viagem, assegurando assim os mais altos níveis de segurança, privacidade e conveniência aos seus cidadãos”.
Um consórcio entre a Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM) e a empresa alemã Augentic GmbH fechou um contrato de 200 milhões de euros com a República dos Camarões para implementação do passaporte biométrico, foi esta segunda-feira anunciado.
“Esta conquista da empresa pública portuguesa, referência no fornecimento de soluções de identidade topo de gama e de elevada segurança, reforça o seu posicionamento na modernização do setor público de outras geografias, prosseguindo a sua mais recente estratégia de exportação de expertise nacional, na qual já tem presença relevante em mais de 10 países de quatro continentes”, refere a INCM em comunicado.
Com um prazo de 10 anos, o contrato para implementação do programa de passaporte eletrónico na República dos Camarões “vai abranger todo o processo de emissão de documentos de viagem, assegurando assim os mais altos níveis de segurança, privacidade e conveniência aos seus cidadãos”, refere.
“Além disso – acrescenta – está também prevista a transferência abrangente de tecnologia e capacitação nos Camarões, apoiada pela experiência comprovada da INCM em outras implementações de ‘e-government’ a nível nacional e internacional”.
O contrato foi assinado no passado dia 17 em Yaoundé, capital dos Camarões, entre o Delegado Geral para a Segurança Nacional, Martin Mbarga Nguele, e o presidente executivo da Augentic, Labinot Carreti, em representação do consórcio com a INCM.
Citado no comunicado, o presidente do Conselho de Administração da INCM, Gonçalo Caseiro, sublinha que este contrato representa “um passo relevante na exportação de bens e tecnologia de ponta, correspondendo por si só a um aumento de 5% do volume anual de vendas” da instituição.
Algo que, sustenta, “só é possível aliando dois fatores que têm sido fundamentais na história” da INCM: “A permanente modernização da empresa e das suas infraestruturas e os seus recursos humanos”.
“Portugal foi pioneiro neste produto quando, em 2006, foi um dos primeiros países do mundo a implementar o passaporte biométrico, uma das mais emblemáticas medidas [do programa] Simplex dessa altura. Hoje dominamos a cadeia de valor, em grande parte devido à aproximação à academia em Portugal que nos permite trabalhar com os mais conceituados investigadores do país e à nossa engenharia de topo mundial. Colocar este arsenal ao serviço de outros países, como a República dos Camarões, é não só um motivo de orgulho como uma missão desta instituição”, salienta Gonçalo Caseiro.
De acordo com a INCM, o projeto inclui três fases, totalmente financiadas pela parceria INCM-Augentic no modelo de concessão ‘build, operate & transfer’.
“Na primeira fase será criada toda a infraestrutura de emissão dos novos passaportes, com um centro de registo e personalização e um data center de última geração em Yaoundé, um moderno centro de registo de cidadãos em Douala, a renovação ou construção de oito outros centros regionais e ainda diversos postos nas principais embaixadas e consulados em todo o mundo”, adianta.
Ainda incluídas nesta fase estão a configuração de sistemas de última geração e a formação a operadores e engenheiros do país.
A fase seguinte criará novos postos de trabalho na área da alta tecnologia e estabelecerá um sistema logístico otimizado para permitir a emissão dos passaportes biométricos no país em menos de 48 horas.
O sistema de emissão permitirá ainda a disponibilização de relatórios e estatísticas imediatos para o Gabinete de Segurança Pública dos Camarões, estando ainda contemplada, no final do contrato, a fase de transferência de toda a solução para as autoridades nacionais.
A INCM é uma empresa pública que resulta da fusão, em 1972, da Imprensa Nacional com a Casa da Moeda, dois dos mais antigos estabelecimentos industriais do país.
Apontando atualmente “a inovação tecnológica, desenvolvida em parceria com algumas das principais universidades e centros de investigação nacionais”, como “um dos pilares estratégicos” da sua atuação, a INCM tem por missão a produção de documentos de segurança, como o cartão de cidadão ou o passaporte, a autenticação de metais preciosos, a edição do Diário da República, a publicação de obras fundamentais da língua e da cultura portuguesa e a cunhagem de moeda corrente e de coleção.
A INCM está sediada em Lisboa, com dois centros de produção, e emprega mais de 700 trabalhadores.
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