Novo Banco vende 25% da GNB Seguros por 15,9 milhões

Banco concretizou a primeira venda após polémica com alienação de ativos. Tal como avançou o ECO, instituição vendeu 25% do capital da GNB Seguros ao Crédit Agrícole. Encaixa quase 16 milhões.

O Novo Banco concretizou a primeira venda após a polémica com alienação de ativos. Tal como avançou o ECO, a instituição liderada por António Ramalho vendeu 25% do capital da GNB Seguros à seguradora do Crédit Agrícole, que já detinha 75%. O banco encaixa quase 16 milhões e reafirma em comunicado que vai voltar aos lucros no próximo ano.

“Com esta transação, o banco cumpre o último dos 33 compromissos previstos no acordo com a DGComp para 2019, e coloca o Novo Banco em situação preferencial para que 2020 seja o último ano de reestruturação e limpeza de balanço focalizando a sua estratégia no plano de transformação e foco no futuro do negócio bancário em 2021”, assinala o banco enviado às redações.

Apesar de o negócio com a Crédit Agricole Assurances, entidade pertencente ao grupo francês Crédit Agricole, ter sido feito por 15,9 milhões de euros, a venda da seguradora do ramo não vida terá um impacto positivo esperado nos resultados de aproximadamente seis milhões de euros.

Novo Banco recebe prémio superior a 60%

Ao que o ECO apurou, a operação teve implícito um prémio superior a 60%, isto porque a participação na GNB Seguros estava contabilizada no balanço do Novo Banco em 9,7 milhões de euros.

Em comunicado, o Novo Banco revela que a operação inclui ainda a celebração de um contrato de distribuição de seguros não vida, para o mercado português, com a GNB Seguros, por um período de 22 anos.

Desta forma, o banco liderado por António Ramalho completa todos os compromissos que o Estado português assinou com a União Europeia em 2017, aquando da venda ao Lone Star. Este acordo prevê o desinvestimento do Novo Banco em ativos não estratégicos até final de 2021. António Ramalho já tinha dado algumas pistas sobre o desfecho deste dossiê quando foi ao Parlamento no mês passado.

“O plano estratégico tinha 33 objetivos para cumprir até 2021. E nós cumprimos 32 dos 33. Esperamos vir a cumprir o 33.º este ano e este mês. A verdade é que tínhamos estes 33 compromissos e havia consequências estruturadas caso houvesse incumprimento”, referiu o presidente do Novo Banco.

A GNB Seguros (ex-BES, Companhia de Seguros) foi criada em 1996 e opera no segmento de mercado de particulares nos seguros de ramos não vida (seguros de trabalho, responsabilidade civil automóvel, de saúde e incêndio).

Esta companhia é distinta da GNB Vida, que foi vendida pelo Novo Banco no final do ano passado a fundos da Apax, numa transação que veio a revelar-se polémica devido às perdas que gerou e às eventuais ligações do comprador a um empresário (Greg Lindberg) que foi condenado por corrupção nos EUA. Essas dúvidas já foram esclarecidas tanto pela Apax como pelo banco.

Desta vez, a venda da GNB Seguros não deverá gerar suspeitas em relação ao beneficiário final, tendo em conta que a Crédit Agrícole Assurance integra o grupo francês Crédit Agrícole.

A transação ocorre depois de o Novo Banco ter estado impedido de vender ativos, na sequência das polémicas com vendas de imóveis e a GNB Vida. Entretanto, depois de o primeiro-ministro ter pedido ao Ministério Público para investigar estas operações, a Procuradoria-Geral da República veio concluir que a documentação que analisou não encontrou provas para as acusações feitas ao banco. Com este esclarecimento, o banco considerou que foi levantado o impedimento de António Costa em relação à venda de ativos. Et voilá, concluiu agora a venda da GNB Seguros.

(Notícia atualizada às 17h11)

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