Filipa Drumond, da Cimpor: “O maior desafio é acompanhar o crescimento das pessoas”
Recém-chegada a uma empresa com tradição, Filipa Drumond quer estar próxima das pessoas, ajudar a rejuvenescer a força de trabalho e reposicionar a organização no mercado nacional e internacional.
Foi entre testes laboratoriais e medicamentos, enquanto diretora de recursos humanos da farmacêutica Tecnimede, que descobriu a paixão pela área e pelo setor industrial. “A matéria-prima é diferente, o produto acabado é distinto, mas o processo industrial em si não é assim tão diferente. Quem está na fábrica de uma farmacêutica e quem vê uma fábrica da Cimpor, consegue perceber perfeitamente como é que as coisas fluem, como é que funciona o processo industrial”. A explicação é de Filipa Drumond, diretora de recursos humanos da Cimpor, depois de 15 anos a gerir as pessoas na farmacêutica, antes de agarrar o novo desafio na cimenteira.
A 1 de junho, assumiu a direção de recursos humanos da Cimpor, empresa onde encontrou o peso da tradição e da herança de várias gerações que por lá passaram. “Gosto muito da parte de produção, é uma área que me fascina. Quando ouvi falar desta oportunidade da Cimpor, achei que podia fazer todo o sentido”, sublinha.
Daqui para a frente, assegura que um dos grandes desafios do seu novo cargo será combater o envelhecimento da estrutura de pessoal, através do “rejuvenescimento” da força de trabalho, de forma sustentada, e a passagem de conhecimento para as próximas gerações de talento, pois “quando as pessoas me dizem: o meu avô trabalhou aqui, o meu pai trabalhou aqui, aquilo faz parte delas”, descreve a responsável.
No setor da indústria, revela Filipa Drumond, “o maior desafio é acompanhar o crescimento das pessoas”, e por isso é preciso estar próximo delas, conhecer as suas necessidades e, no caso específico de uma empresa com a tradição como a da Cimpor, acompanhar a sua evolução de forma a garantir a formação e a passagem de conhecimento.
Criada em 1976, a Cimpor emprega atualmente 1.000 trabalhadores nos quadros de pessoal e acolhe várias gerações de profissionais, com competências muito particulares do setor: um operador de comando centralizado pode demorar dois anos a ser formado. Ainda este ano, o objetivo é chegar às 100 novas contratações nas várias estruturas da empresa e o importante é “evitar sobreposições nas funções”. Por isso, a meta passa por ajudar a adequar a passagem de conhecimento para as novas gerações de profissionais.
O maior desafio é acompanhar o crescimento das pessoas.
A gestora conta que na empresa encontrou uma forte cultura organizacional e acredita que esse será um ponto a seu favor. “Há muita colaboração. Aquilo que tenho visto ao passar pelas várias unidades é que existe muito gosto das pessoas mais velhas em passarem o know-how para as outras. As pessoas têm amor à camisola. É uma característica única da Cimpor”, sublinha. Recém-chegada à empresa, Filipa Drumond confessa que ainda há muito para explorar, mas já tem a certeza de que quer “trabalhar com as pessoas e desenvolvê-las o mais possível, para ultrapassar esta fase atual de constrangimento devido à antiguidade da estrutura”, aponta.
Em simultâneo, a gestora quer ajudar a fazer a empresa crescer e a reposicionar-se no mercado nacional e internacional. No setor da indústria cimenteira não é difícil atrair talento, assegura, e em muitos casos esta atração de profissionais passa pelo “passa a palavra”. O mais difícil, revela, é encontrar pessoas com competências que se adequem às particularidades e exigências da própria indústria e preparar os recursos humanos para as acolher.
“As pessoas que trabalham cá dedicam a vida a esta empresa. Não há muita rotatividade. Neste momento, a prioridade é desenvolver uma estratégia que passe por dar competências às pessoas, garantir que são capazes de fazer. Estamos numa altura em que temos de aproveitar o know-how das pessoas que cá estão e na reta final”.
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