Mais comboios, mais metros e alta velocidade. Estes são os projetos para a ferrovia

Até 2030 o Estado vai investir mais de dez mil milhões de euros em 16 projetos ferroviários de norte a sul do país. Vêm aí mais linhas, deslocações mais rápidas e transportes mais modernos.

Nos próximos dez anos estão previstos mais de 48 mil milhões de euros em investimentos, dos quais 25% serão canalizados para a ferrovia. O Plano Nacional de Investimentos (PNI) tornado público esta quinta-feira contempla 16 projetos ferroviários, que passam pela criação de novas linhas de metro e comboio, modernização de muitas das já existentes e ainda pela compra de mais material circulante.

Dos 21.660 milhões de euros que serão investidos até 2030, 10.510 milhões vão ser aplicados na ferrovia. Neste ponto, foram identificados 16 programas e projetos, cujos objetivos são “melhorar as condições de segurança e de circulação, reduzir os custos operacionais, cumprir o quadro legal em vigor relativamente à exposição da população a níveis elevados de ruído e robustecer a rede ferroviária face às incertezas geradas pelas alterações climáticas”, refere o PNI.

Estes são os 16 projetos para a ferrovia até 2030

  • Nova Linha Porto – Lisboa (4.500 milhões de euros): Aqui o objetivo é “materializar uma nova linha no Eixo Porto – Lisboa que permitirá segregar os tráfegos rápidos e lentos, reduzindo os tempos de viagem e aumentando a capacidade para passageiros e mercadorias”. Ou seja, uma viagem entre as duas principais cidades do país demorará apenas 1h15, menos do que as cerca de 3h atuais;
  • Programa de aumento de capacidade na rede ferroviária das áreas metropolitanas (290 milhões de euros): Este programa prevê várias intervenções, tais como o prolongamento da via quádrupla entre Roma-Areeiro e Braço de Prata, a instalação de via quádrupla ou via tripa (onde não for viável a instalação de via quádrupla) entre Alverca e Castanheira do Ribatejo, e outra via dupla adicional entre as estações de Contumil e Ermesinde, bem como a modernização das principais estações e interfaces rodoferroviário;
  • Programa de segurança ferroviária, renovação e reabilitação, redução de ruído e adaptação às alterações climáticas (450 milhões de euros): Aqui inclui-se, entre outros, a supressão de 155 passagens de nível e automatização de 79, a melhoria de atravessamentos em estações, a instalação de sistemas de rádio comunicações em veículos ferroviários;
  • Programa de sinalização e implementação do ERTMS/ETCS + GSM-R (270 milhões de euros): Neste ponto pretende-se garantir a atualização e/ou substituição dos encravamentos de sinalização elétrica e eletrónica, sobretudo nas nas linhas do Minho, Douro, Norte, Oeste, Leste, Sintra, cintura Sul e Alentejo, ramal de Alfarelos e nos centros de comando e operações (CCO) do Porto e de Lisboa;
  • Programa de Eletrificação e Reforço da Rede Ferroviária Nacional (740 milhões de euros): O objetivo aqui passa pela modernização e eletrificação da rede ferroviária, mas também serão feitos os “estudos necessários à expansão e reforço da rede onde tal se revele pertinente, em particular, com a reativação do troço Beja – Ourique e a construção de uma nova linha ferroviária no Vale do Sousa”;
  • Programa de telemática, estações e segurança da operação (165 milhões de euros): Este programa prevê, por exemplo, a renovação de estações e interfaces de passageiros com vista a melhorar a acessibilidade para deficientes, a intermodalidade e a sinalética;
  • Programa de melhoria de terminais multimodais (200 milhões de euros): Aqui pretende-se eliminar as restrições operacionais e funcionais existentes em ramais, terminais e estações ferroviárias de mercadorias e construir a plataforma rodoferroviária da região Norte;
  • Modernização das ligações ferroviárias a Beja e a Faro (230 milhões de euros): Neste ponto pretende-se “reduzir tempos de viagem na ligação Algarve – Lisboa e Beja – Lisboa e potenciar a acessibilidade respetivamente à região Algarvia e ao Baixo Alentejo, contribuindo para o desenvolvimento do turismo e da restante atividade económica”;
  • Modernização da Linha do Vouga (100 milhões de euros): Este projeto consiste na “reabilitação e modernização da linha entre Espinho e
    Aveiro”, que permitirá “aumentar significativamente a procura do transporte ferroviário nesta linha, que atravessa várias zonas densamente
    povoadas”;
  • Ligação da Linha de Cascais à Linha de Cintura (200 milhões de euros): O objetivo é criar um “desnivelamento em Alcântara e uma nova estação subterrânea de Alcântara Terra (e desativação da existente), com possibilidade de articulação com a futura estação do Metro de Lisboa”. Assim, será também “criado um novo acesso ao Porto de Lisboa com um feixe de receção subterrâneo”;
  • Nova Linha Porto – Valença – Vigo (1.ª Fase) (900 milhões de euros): Prevê-se a criação de uma “nova linha Porto – Vigo que permitirá segregar tráfegos rápidos e lentos, reduzir os tempos de viagem e aumentar a capacidade para passageiros e mercadorias”. Esta ligação será feita de “forma faseada, dando prioridade ao troço entre Braga e Valença”. Para isso, será criada uma “nova linha de via dupla de alta velocidade para passageiros (LAV) entre Porto Campanhã e Vigo viabilizará um tempo de percurso próximo de 1h00”.
  • Corredor Internacional Sul (2.ª Fase) (150 milhões de euros): Aqui pretende-se “potenciar a competitividade do setor ferroviário a nível internacional, no eixo Lisboa – Madrid, e a nível nacional, em todas as ligações de Lisboa para Sul”. Assim, a segunda fase prevê a “construção de uma nova ligação ferroviária em via única eletrificada entre Sines e Grândola Norte”, a “duplicação do troço Poceirão – Bombel” e a “retoma dos estudos de viabilidade de um novo atravessamento do Tejo em Lisboa”;
  • Corredor Internacional Norte (2.ª Fase) (600 milhões de euros): O desenvolvimento do Corredor Internacional Norte é “fundamental para melhorar o acesso das regiões Norte e Centro do país a Espanha e do resto do país à Europa além-Pirinéus”;
  • Novo Material Circulante – Comboios Urbanos (680 milhões de euros): Aqui o Estado vai adquirir 62+36 novas automotoras elétricas de serviço urbano, que “poderão operar serviços urbanos em qualquer ponto da rede, sendo uma parte destinada à substituição do material circulante da linha de Cascais e a restante ao reforço de oferta de comboios suburbanos em todas as linhas das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa”;
  • Novo Material Circulante – Comboios de Longo Curso (685 milhões de euros): No que diz respeito às viagens de longo curso, serão adquiridas “12+14 novas automotoras” que “permitirão aumentar a oferta regular no eixo Braga – Faro, com horário cadenciado entre Porto – Lisboa e uma melhor capacidade de resposta a picos de procura”;
  • Novo Material Circulante – Comboios Regionais (385 milhões de euros): Serão também adquiridas “55 novas automotoras de serviço interurbano para substituir as atuais unidades com mais de 50 anos que efetuam a maioria dos serviços regionais no país”. Isto “permitirá uma melhoria significativa da qualidade do serviço, potenciando o crescimento da procura destes serviços”.

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