Fraude aos seguros pode atingir 74 milhões de euros por ano
Foram 136 mil os sinistros suspeitos detetados pelas seguradoras durante o ano passado, 34 milhões de euros de indemnizações foram já pagos mas poderão regressar às seguradoras.
As fraudes aos seguros praticadas no ano de 2019 devem ter causado prejuízos potenciais de 74 ,4 milhões de euros às companhias de seguros em 2019, revela um relatório divulgado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) que junta as empresas do setor segurador a operar a nível nacional. As seguradoras forneceram as informações sobre os ramos Automóvel, Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais, Multiriscos e Vida, este último na componente de risco puro.
As informações agregadas pela APS indicam que foram detetados 136 mil sinistros suspeitos, um aumento de 48% relativamente a um ano antes. Estes são casos cujas caraterísticas tenham gerado suspeitas de fraude, sejam elas indicadas por alertas automáticos ou manuais, pelo gestor de sinistros, por peritos ou por outros prestadores. No mesmo período foram averiguados 79 mil sinistros com suspeitas de fraude, mais 27% que em 2018. Estes casos são aqueles cujos resultados das averiguações identificaram ou não situações de fraude. Neste âmbito, são consideradas situações em que se recorreu ao serviço de um averiguador que atua no exterior e não faz apenas averiguação por sistemas informáticos.
Com fraude registada foram considerados 18 503 sinistros, valor superior em 5,6% ao verificado em 2018, e que são todos os casos que a empresa de seguros considerou como fraudulentos. Em geral, são os sinistros que não foram pagos por motivo de fraude, que foram pagos mesmo que exista fraude comprovada, devendo dar origem a reembolso, e também aqueles pagos porque no momento da regularização não foram considerados suspeitos, apenas se tendo detetado mais tarde a fraude devido à ocorrência de outros eventos.
O custo potencial ou custo inicial reclamado das fraudes atingiu 74 milhões de euros, menos 9,7% que no ano anterior. Este seria o montante de indemnizações que a empresa de seguros teria de pagar caso não detetasse a fraude. Nos ramos Vida, Acidentes de Trabalho e Acidentes Pessoais é considerado o valor reclamado, incluindo o montante total das pensões. Nos ramos Automóvel e Multirriscos é tido em conta o montante apurado no momento da peritagem ou da averiguação, ou o valor mais atualizado.
Finalmente, o valor das indemnizações pagas e que serão reembolsadas se se provar fraude, atingiu os 33 milhões de euros, mais 11% que em 2018. Nos ramos Vida, Acidentes de Trabalho e Acidentes Pessoais, os valores respeitam a prestações e pensões pagas, independentemente de serem futuramente reembolsadas. Nos ramos Automóvel e Multirriscos, os valores dizem respeito a custos com reparações e prestações já pagas.
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