Prémios na saúde abrangem só quem trabalhou na primeira vaga
Apenas os profissionais de saúde que trabalharam de 19 de março a 2 de maio vão receber o prémio de desempenho prometido pelo Governo, revela o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
O prémio aos profissionais do Serviço Nacional da Saúde que estiveram na linha da frente do combate à Covid-19 e que foi aprovado por unanimidade na discussão do Orçamento Suplementar deveria ter sido regulamentado até 24 de Agosto, mas só no último sábado foi aprovado em Conselho de Ministros. Contudo, sindicatos e médicos defendem que esta atribuição vai criar desigualdades e o número abrangido é reduzido.
“Só vão receber o prémio quem daqueles 45 dias [de 19 de março a 2 de maio] esteve, pelo menos, 30 dias a trabalhar de forma direta com doentes com Covid-19 infectados ou suspeitos em enfermarias, cuidados intensivos e áreas dedicadas a testes à Covid-19, profissionais de saúde pública e do INEM envolvidos no transporte de Covid”, assegura Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Neste contexto, o dirigente sindical defende que atribuir este prémio “só aos profissionais que estiveram em áreas dedicadas à Covid-19 significa muito poucas pessoas”, salientado que vão ficar de fora vários profissionais. “Sobre a perspetiva de vir a abranger mais pessoas foram muito taxativos. Não irá abranger os 170 mil profissionais de saúde”, lamenta. Outra das críticas apontadas diz respeito ao desfasamento temporal na atribuição do prémio. “O prémio foi aprovado durante a primeira vaga. Hoje a situação é de maior gravidade, o número de enfermeiros em áreas Covid-19 e intermédias é muito maior. O prémio vem fora de tempo e não abrange todos os profissionais. Atribuir o prémio só à primeira vaga é um presente envenenado e a forma como o está a gerir, mais envenenado vai ser”, sinaliza Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros.
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