Depois de Paris e Bruxelas, AVOCAP chegou a Lisboa. Empresa quer dar novas ferramentas aos advogados
A AVOCAP disponibiliza instalações para os advogados, onde possam trabalhar, receber clientes ou até fazer reuniões, escolhendo o espaço que pretendem utilizar através de uma aplicação.
“Ser um bom colega”. É este o único requisito para integrar a empresa que é “feita por advogados para advogados”, a AVOCAP. Depois de Paris, em 2006 e de Bruxelas, em 2012, a AVOCAP chegou a Lisboa em novembro de 2019 e já juntou uma comunidade de mais de 260 membros na Europa.
David Fróis, presidente da AVOCAP Portugal, esteve à conversa com a Advocatus e explicou que o conceito por detrás do projeto é muito mais do que partilhar instalações e ferramentas de trabalho. Para o presidente, o objetivo é proporcionar condições para que os advogados desenvolvam as suas competências, inseridos numa comunidade onde partilham conhecimentos e experiências.
“Isso faz-se através da criação de comissões temáticas, geralmente subordinadas a temas do direito, que são geralmente dinamizadas pelos membros, com a organização de ações de formação para membros ou ainda pela criação de um canal fechado numa rede social, que permite que comuniquem entre si”, explicou David Fróis.
Desta forma, a AVOCAP disponibiliza instalações para os advogados, onde possam trabalhar, receber clientes ou até fazer reuniões, escolhendo o espaço que pretendem utilizar através de uma aplicação.
"Podemos encontrar desde jovens advogados, a advogados com uma vasta experiência, que sempre exerceram em prática individual ou em estruturas de mera repartição de custos.”
A AVOCAP pretende ainda oferecer uma “multiplicidade de ferramentas tecnológicas”, como bases de dados online, inteligência artificial e alojamento em servidor próprio, aos seus membros.
Os custos para os associados variam de plano para plano consoante a necessidade dos mesmos. Podem variar entre os 119 euros aos 1.250 euros mensais, acrescidos de IVA. Sem período de fidelização, a AVOCAP impôs apenas prazos de pré-aviso para denúncia de cerca de dois meses.
“Acresce que as necessidades dos membros podem variar ao longo do tempo, sendo igualmente possível, dentro dos prazos de pré-aviso, mudarem para um outro plano que se ajuste à realidade de cada momento”, assegurou David Fróis.
Desde advogados em prática individual a firmas
A comunidade da AVOCAP é constituído por um núcleo variado de associados desde in houses a sociedades, mas existe um número importante de advogados em prática individual.
“Podemos encontrar desde jovens advogados, a advogados com uma vasta experiência, que sempre exerceram em prática individual ou em estruturas de mera repartição de custos. E ainda há os que tiveram experiências em sociedades de advogados, como sócios, associados ou of counsel, ou que exerceram in house, num contexto empresarial”, assegurou o presidente da AVOCAP Portugal.
"Em Paris foi possível negociar com o nosso parceiro financeiro local, um banco, a criação de uma linha de crédito específica para os nossos membros, antes mesmo da implementação das moratórias.”
Sobre as sociedades de advogados, David Fróis explicou que as mesmas procuram estabelecer sinergias com outros colegas ou sociedades. “É deste modo que expandem as suas áreas de competência e atividade para outras jurisdições, com maior segurança, ou ainda para acederem à multiplicidade de ferramentas que a AVOCAP vai colocando à disposição”, acrescentou.
Desde a procura por sinergias e na dimensão internacional até ao interesse em conferências, vários são os pedidos que chegam à AVOCAP. “Naturalmente, a possibilidade de ter domicílio profissional e de utilizar as diferentes instalações da AVOCAP constitui um dos principais alvos de interesse dos colegas”, revelou.
Com as instalações sediadas em Lisboa, mas concretamente em Arroios, atualmente, a AVOCAP constitui um grupo encabeçado por uma holding sedeada em Paris, que controla as sociedades que acolhem as estruturas locais. À Advocatus, David Fróis referiu que está em curso a criação da AVOCAP Dakar, esperando inaugurar a mesma em 2021.
“Para além disso, o nível de interação atingido com alguns parceiros está a levar a AVOCAP a criar estruturas autónomas, destinadas a desenvolver projetos em áreas precisas: é o caso, por exemplo, das ferramentas de inteligência artificial, com a criação da Avocap Analytics, cujo objeto é gerir parcerias com Legaltechs e identificar oportunidades investimento nessa indústria”, referiu o presidente.
Pandemia beneficiou comunidade
A pandemia Covid-19 teve fortes repercussões negativas no mundo, mas a AVOCAP explicou que no seu negócio o impacto foi positivo e que o acompanhamento aos membros foi permanente.
“Não só houve um aumento de colegas aderentes, como foi possível atender às dificuldades financeiras conjunturais de vários membros, decorrentes de quebra de atividade ou por motivos de saúde”, explicou David Fróis.
Desde o início da pandemia todas as instalações mantiveram-se abertas, dentro das regras estipuladas pelas entidades de saúde competentes de cada país.
“Em Paris foi possível negociar com o nosso parceiro financeiro local, um banco, a criação de uma linha de crédito específica para os nossos membros, antes mesmo da implementação das moratórias“, contou.
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