Van Dunem diz ter condições para ser ministra. Rio reage no twitter
A ministra da Justiça afirma que o caso do procurador europeu está a ser empolado. Rui Rio critica Van Dunem por não defender a dignidade do cargo que exerce.
A ministra da Justiça considera que tem condições para continuar no Governo depois da polémica em torno da nomeação do procurador europeu, considerando que foi feito um “empolamento profundamente injusto” de uma situação “rigorosamente transparente”.
“Do meu ponto de vista, mantêm-se essas condições, mais do que isso, aquilo que se trata é de um empolamento profundamente injusto de uma situação que é rigorosamente transparente. Nós temos as instituições nacionais que tomaram uma decisão, o Governo respeitou essa decisão. O Governo poderia ter nomeado quem quisesse”, disse a ministra Francisca Van Dunem em entrevista no telejornal da RTP esta noite.
Questionada sobre as críticas e dúvidas levantadas pelos partidos políticos, que fizeram uma avaliação do caso distinta daquela que a ministra defendeu, e que pedem a presença da responsável pela pasta da Justiça na Assembleia da República para prestar esclarecimentos, Francisca Van Dunem declarou-se “ansiosa” por esse momento.
“Estou ansiosa por ir ao parlamento dar essas explicações para ver se isto acaba, porque, de facto, envenenar a vida política com argumentos desses é péssimo, é isto que leva ao populismo”, disse a ministra, que manteve um tom irritado ao longo da entrevista.
Rio: Governo mais empenhado em defender José Guerra do que a ministra em defender dignidade do cargo
Logo a seguir à entrevista, o presidente do PSD, Rui Rio, afirmou que o empenho do Governo em defender o procurador José Guerra parece ser maior do que o da ministra da Justiça “em defender a sua dignidade no exercício do cargo”.
Tweet from @RuiRioPSD
A sexta publicação do líder social-democrata na rede social Twitter sobre este tema desde quinta-feira foi feita poucos minutos depois de uma entrevista da ministra da Justiça à RTP, na qual Francisca Van Dunem defendeu que tem condições para continuar no Governo depois da polémica em torno da nomeação do procurador europeu, considerando que foi feito um “empolamento profundamente injusto” de uma situação “rigorosamente transparente”.
“Pelos vistos, o empenho do Governo socialista em defender o procurador José Guerra é maior do que o da própria ministra em defender a sua dignidade no exercício do cargo. Dá muito que pensar”, considera Rio.
Na sua publicação, o líder social-democrata não se refere em concreto à entrevista e partilha uma notícia do semanário Expresso, segundo a qual existe outra incorreção na informação enviada à União Europeia sobre José Guerra.
De acordo com o Expresso online, o Ministério da Justiça diz que procurador José Guerra “assegurou a direção da investigação do processo relativo à Junta Autónoma de Estradas” quando, na verdade, fez parte de uma equipa com vários magistrados que era dirigida por Daniel Sanches.
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