BRANDS' CAPITAL VERDE Em busca da sustentabilidade em toda a cadeia de valor
Pedro Sampaio, diretor do departamento de Leaf da Philip Morris International (PMI), fala deste centro que apoia as boas práticas agrícolas na Europa, Médio-Oriente e África a partir de Sintra.
O Grupo Philip Morris International tem um centro de excelência para as boas práticas agrícolas sediado em Portugal. É a partir de Sintra e do Leaf PMI para a Europa, Médio-Oriente e África que se presta apoio a milhares de produtores de tabaco, presentes em mais de uma dezena de países, como Espanha, Itália, Grécia, Macedónia do Norte, Polónia, Suíça, Líbano, Turquia, África do Sul, Malawi e Moçambique.
A Tabaqueira e a empresa-mãe, Philip Morris International (PMI), têm amplamente comunicado a sua visão de transformar a indústria do tabaco e criar um futuro livre de fumo. Mas não só. É também nosso compromisso construir um futuro melhor, mais sustentável e capaz de esbater desigualdades. Acreditamos que a nossa atividade é essencial para melhorar a qualidade de vida dos muitos milhares de pessoas e as boas práticas das inúmeras empresas que fazem parte da nossa cadeia de valor integrada, nos mais de 180 países onde estamos presentes.
A sociedade contemporânea espera que as empresas invistam parte dos seus lucros na procura de soluções que protejam um bem comum – o nosso planeta – e contribuam para proporcionar uma vida digna a milhões de pessoas nos países em vias de desenvolvimento.
"Temos a nível global quase três mil técnicos no terreno que, diretamente e através dos nossos fornecedores, prestam assistência aos nossos 335 mil produtores de tabaco, presentes em 24 países.”
O esforço de transformação em busca de soluções sustentáveis passou a ser uma preocupação global e inclui a defesa da sociedade e a proteção do meio ambiente. Este trabalho deve iniciar-se desde logo nos primeiros estágios das cadeias produtivas. No nosso caso, esta ação começa nos remotos campos de tabaco, junto das populações locais, antes mesmo de se iniciar o cultivo da matéria-prima que chegará, mais tarde, às unidades produtivas do grupo.
É precisamente nesta linha de ação que se destaca o papel da Tabaqueira e do centro de excelência que o Grupo PMI escolheu estabelecer em Portugal. A partir de Sintra, a equipa de profissionais do Leaf, que integra especialistas provenientes de áreas como Agronomia e Sustentabilidade, trabalha todos os dias para apoiar as boas práticas agrícolas na Europa, Médio-Oriente e África. Para levar a cabo essa exigente missão, temos a nível global quase três mil técnicos no terreno que, diretamente e através dos nossos fornecedores, prestam assistência aos nossos 335 mil produtores de tabaco, presentes em 24 países, tais como Moçambique, Brasil, EUA, Turquia, Grécia, Indonésia, Malawi, Argentina, África do Sul, Paquistão, Filipinas, Itália e Polónia, entre outros.
Tendo por base os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS) da Nações Unidas, o Grupo PMI delineou o seu novo Roteiro para 2025, onde estabelece compromissos ambiciosos, cujo progresso é medido anualmente. Uma das frentes de ação a que se propõe é, precisamente, o “Bem-estar Socioeconómico das comunidades de produtores de tabaco”, com metas bem definidas:
- 100% dos trabalhadores em explorações de tabaco com alojamento condigno até ao final de 2020;
- 100% dos produtores e respetivos trabalhadores com equipamentos de proteção individual (EPI) para aplicação de agentes protetores de cultivos, igualmente até ao final de 2020;
- 100% dos trabalhadores em explorações de tabaco que fazem parte da nossa cadeia de abastecimento a receber salário mínimo legal até 2022;
- 100% dos produtores dos agricultores na cadeia de abastecimento da PMI com acesso a um Living Income, rendimento de subsistência anual que permita ao agregado familiar aceder a bens que proporcionem acesso a todos os bens essenciais, até 2025;
- Zero trabalho infantil na cadeia produtiva até 2025;
- Acesso a água potável a menos de um quilómetro, em todas as explorações até 2025, e acesso a todas as condições de higiene e sanidade até 2030.
Deste Roteiro da PMI destaca-se também outra linha de ação de grande relevância: “Proteger o meio-ambiente”, cujas metas estabelecidas para a cadeia produtiva de tabaco foram alcançadas até ao final de 2020:
- 100% do tabaco comprado curado com madeira será não proveniente de florestas nativas;
- 0% de utilização de carvão para cura de tabaco;
- 70% do tabaco curado terá origem em combustíveis de fontes renováveis;
- 100% do tabaco sem vestígios de pesticidas altamente nocivos.
Moçambique, um dos países produtores prioritários
A PMI abastece-se hoje em mais de duas dezenas de países produtores com níveis de desenvolvimento muito diferentes. Enquanto alguns atingem já a maioria ou a totalidade dos nossos objetivos de longo prazo, outros, infelizmente, encontram-se numa fase de desenvolvimento económico e social deficitário onde as nossas metas representam um enorme desafio.
Estas geografias são, por isso, classificadas como prioritárias para a nossa organização e, em conjunto com fornecedores e em parceria com organizações governamentais, não-governamentais e privadas, desenvolvemos planos que nos permitam alcançar os objetivos globais a que nos propomos em todos os mercados em que operamos e de acordo com o calendário definido, sem exceção.
"Nesta frente da proteção do meio ambiente, trabalhamos na redução da nossa pegada de carbono pela proteção das florestas nativas, apoiando o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para a cura de tabaco, potenciando as explorações de madeira comerciais sustentáveis e certificadas e promovendo a correta utilização de pesticidas e proteção dos recursos hídricos.”
Um dos países em que estamos muito empenhados em contribuir para uma mudança positiva das populações rurais nas províncias produtoras de tabaco – e que, para nós, Tabaqueira, é muito próximo até pelos laços históricos que temos e cultivamos – é Moçambique. Com um dos PIB mais baixos do continente africano, as prioridades da nossa ação são múltiplas e imediatas.
Na componente de direitos dos trabalhadores de tabaco:
- Até ao final de 2020, todos os trabalhadores em campos de tabaco terão uma habitação que cumpra os critérios de habitabilidade;
- Todos os agricultores têm formulários de contratos para os trabalhadores e recebem formação relativa a direitos dos trabalhadores, incluindo o pagamento de salário mínimo;
- Todos os produtores e trabalhadores recebem Equipamento de Proteção Pessoal. Da mesma forma, a PMI fornece todos os agentes protetores de cultivo com rótulo azul (ou seja, não apresentam níveis altos de toxicidade).
Na vertente de erradicação da pobreza:
- Todos os mais de 100 mil agricultores contratados recebem anualmente semente híbrida de milho para um hectare de cultivo, de forma a assegurar o fornecimento de comida e algum rendimento adicional;
- Em 2019, foram realizados 60 furos artesianos e estão a ser terminados mais 50, até ao final de 2020, por forma a garantir que, até 2025, todos os produtores e agricultores terão acesso a água potável a menos de um quilómetro da exploração onde trabalham;
- Mais de dois mil produtores receberam, em 2019, uma bomba a pedal, sementes para hortícolas e adubos para que, assim, possam produzir alimentos durante a estação seca, complementar a nutrição e obter uma nova fonte de receitas. Em 2020 estendemos este tipo de apoio a mais 1.800 produtores;
- Iniciámos a instalação de campos experimentais em colaboração com outras empresas para estudar o potencial de culturas complementares, tendo sido já observados progressos notáveis com algodão e milho para a indústria de cereais. Tão importante como produzir bem é o estabelecimento dos canais comerciais que garantam o escoamento dos bens agrícolas a preços vantajosos para os agricultores.
Nesta frente da proteção do meio ambiente, trabalhamos na redução da nossa pegada de carbono pela proteção das florestas nativas, apoiando o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para a cura de tabaco, potenciando as explorações de madeira comerciais sustentáveis e certificadas e promovendo a correta utilização de pesticidas e proteção dos recursos hídricos.
Acreditamos que, no curto prazo, Moçambique poderá constituir-se como um caso de estudo – podendo afirmar-se como um exemplo para o continente africano. Mas esta transformação, da qual muito nos orgulhamos, só chegará a bom termo com o somatório dos esforços de várias entidades, incluindo governos regionais e nacionais.
O Governo Moçambicano tem sido um parceiro da PMI, por excelência, e muito comprometido com a nossa ação. Depositamos muitas esperanças no programa “Sustenta”, que o Executivo lançou recentemente e que visa, precisamente, o desenvolvimento sustentável das zonas rurais em parceria com entidades privadas.
Já iniciámos colaborações, em Moçambique e noutras geografias também, com outras empresas do setor privado que têm programas similares e estamos ativamente em busca de novas parcerias.
Na PMI e na Tabaqueira, a sustentabilidade social e ambiental da nossa cadeia produtiva já não é uma opção, mas sim um compromisso assumido em toda a sua plenitude. As empresas que pretendam prevalecer no futuro terão de ter como prioridade uma estratégia clara de sustentabilidade, capaz de estabelecer metas agressivas, destinar recursos significativos para esses mesmos objetivos e desenvolver esforços em parceria e de uma forma integrada.
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