Confinamento provoca “deterioração marcada” da economia, diz Banco de Portugal
O Banco de Portugal divulgou um novo indicador diário de atividade económica em que identifica já uma "deterioração marcada" da atividade económica na semana passada por causa do confinamento.
O Banco de Portugal começou a divulgar um novo indicador diário de atividade económica, o qual será publicado semanalmente às quintas-feiras. Na primeira edição, a novidade não é boa: o indicador mostra uma “deterioração marcada” da atividade económica por causa do confinamento restritivo, segundo os dados publicados esta quinta-feira.
“Após o início do confinamento decretado a 15 de janeiro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma deterioração marcada durante a semana passada“, escreve o Banco de Portugal, mostrando um gráfico deste indicador com valores desde janeiro de 2020, o que permite comparar o impacto deste confinamento com o de março e abril do ano passado.
Para já, até 24 de janeiro (domingo), os dados apontam para que a atividade económica esteja em janeiro ao nível dos piores dias de novembro e dezembro, mas a tendência é de queda. E esta pode ainda prolongar-se dado que o estado de emergência e o confinamento ainda vão prolongar-se pelo menos mais 15 dias, até 14 de fevereiro, de acordo com o decreto presidencial que deverá ser aprovado esta quinta-feira no Parlamento.
Esta é a primeira edição de um novo indicador do Banco de Portugal — que o governador Mário Centeno já tinha referido na entrevista à RTP1 esta quarta-feira — que tem como objetivo facilitar a identificação de “alterações abruptas” na economia causadas pela crise pandémica.
“As disrupções causadas pela pandemia de Covid-19 na economia global tornaram premente recorrer a dados de alta frequência para captar os desenvolvimentos económicos de muito curto prazo“, explica o banco central, esclarecendo que este indicador “sumaria um conjunto de informação de natureza quantitativa e frequência diária”. É o caso do tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, do consumo de eletricidade e de gás natural, da carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e das compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.
“Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.
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