Google mostra Portugal confinado, mas a mexer mais do que em 2020. Veja os dados do seu distrito
Os dados de localização da Google mostram que a mobilidade está fortemente pressionada quando comparada com os níveis pré-Covid. Mas os portugueses estão a confinar menos do que na primeira vaga.
Portugal está confinado, mas menos parado do que em março de 2020. Os dados de mobilidade da Google indiciam que os portugueses estão efetivamente a passar mais tempo em casa, mas também estão a sair mais vezes à rua.
A multinacional apresenta estes dados com base na localização dos telemóveis Android e em dados recolhidos noutros serviços da marca. O relatório referente a 29 de janeiro, divulgado esta terça-feira, compara as tendências de mobilidade em várias categorias de locais face à média dos primeiros meses de 2020, antes da chegada da Covid-19.
Na categoria “residencial”, os últimos dados, que já incluem o efeito das regras de confinamento decretadas em 2021 na terceira vaga da pandemia, mostram que a tendência de mobilidade em locais residenciais está 26% acima do nível pré-Covid. Trata-se de uma subida de três pontos percentuais face aos 23% avançados no relatório de 5 de abril de 2020 e quatro pontos acima dos 22% do relatório de 29 de março, em plena primeira vaga.
Esta é a única categoria do relatório da Google que “mostra uma alteração na duração”. As demais debruçam-se sobre a “alteração no total de visitantes”. Assim, o facto de o indicador ser superior este ano do que em 2020, na primeira vaga, indicia, em geral, que os portugueses estão a passar mais tempo em casa.
Consulte os dados do seu distrito (a partir da pág. 3):
Portugueses estão a ir mais à rua…
Apesar de passarem mais tempo em casa, os dados da Google mostram que os portugueses vão mais à rua do que em março e abril de 2020. Ou seja, o primeiro confinamento mostrou-se bem mais eficaz e apertado do que o deste ano.
Por exemplo, a tendência de mobilidade em locais como parques nacionais, praias, praças e jardins públicos é de 56% abaixo do nível pré-Covid. No final de março de 2020, com o país praticamente parado, este indicador tinha afundado 80% face aos valores “normais”. A diferença é expressiva, alcançando os 24 pontos percentuais.
Outra diferença acentuada reside nas deslocações a locais como super e hipermercados e até farmácias. Em 2020, quando o país confinou, a mobilidade associada a estes sítios estava 59% abaixo do nível pré-Covid. Este ano, a 29 de janeiro, era apenas 14% inferior, segundo os dados da Google.
No caso de locais de recreação, como museus, restaurantes, parques temáticos e outros, enquanto a quebra face ao “normal” era de 83% em março de 2020, é agora de 64%, uma diferença de 19 pontos. Já a categoria de locais como estações e paragens dos transportes públicos registava uma quebra de 78% a 29 de março de 2020, sendo agora de 63%, ou seja, menor.
Os dados mais recentes já incluem o encerramento das escolas decretado a 21 de janeiro, perante o avançar da pandemia. Atualmente, a lei obriga a ficar em casa, regra geral. Aos fins de semana, é mesmo proibido sair do concelho de residência.
… e até mais ao escritório
Também as visitas a locais de trabalho evidenciaram uma quebra muito mais elevada em 2020 do que no confinamento deste ano, apesar da obrigatoriedade do teletrabalho.
Segundo os dados da Google, a tendência de mobilidade em locais de trabalho era, no final de março, 53% inferior ao nível pré-pandemia. Está agora nos 48% abaixo do “normal”, apesar da maior exigência e fiscalização por parte do Executivo.
Em suma, quase um ano depois da chegada da Covid-19 ao país, a situação pandémica é bem mais grave do que em março e abril de 2020 e o tempo passado em locais de residência é superior. Mas o confinamento está a mostrar-se menos expressivo nos demais indicadores registados pelos milhões de telemóveis com sistema da Google.
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