Caixa junta 4.500 pessoas no Zoom. Quer cativar 1 milhão de clientes
O banco público pediu uma licença especial no Zoom para juntar na mesma reunião 4.500 trabalhadores. Paulo Macedo disse no encontro que queria “cativar” mais de um milhão de clientes.
Uma reunião de trabalho no Zoom com meia dúzia de pessoas às vezes pode ser um pouco difícil de gerir. Agora imagine uma reunião no Zoom não com meia dúzia, mas com 4.500 pessoas ao mesmo tempo. Foi o que aconteceu, este sábado, na Caixa Geral de Depósitos (CGD), que resolveu, mesmo em tempo de pandemia e de confinamento, juntar os trabalhadores numa reunião online para apresentar as contas de 2020, as conclusões do plano estratégico e ainda anunciar metas e objetivos para o futuro.
Segundo apurou o ECO, a CGD teve mesmo de pedir uma licença especial à plataforma Zoom para juntar, em simultâneo, esses 4.500 quadros da instituição que, este sábado de manhã, ouviram o chairman do banco Rui Vilar e a equipa executiva liderada por Paulo Macedo falarem sobre os números e o percurso do banco público.
Rui Vilar falou de casa, enquanto Paulo Macedo e os seus administradores estiveram presencialmente na sede da Caixa, e foi a partir do LAB, o laboratório de inovação da CGD na Avenida João XXI, em Lisboa, que conversaram remotamente com milhares de colaboradores do banco.
Paulo Macedo, que ontem também viu o ministro das Finanças, João Leão, confirmar o seu nome para um novo mandato à frente do banco público, foi o último a falar e, segundo relatou ao ECO um dos presentes na reunião, fez um discurso motivacional, mas com metas claras.
“Na Caixa, o sucesso neste tempo novo constrói-se com mais distância, mas a mesma ambição.”
Entre os desafios lançados por Paulo Macedo no Zoom, apurou o ECO, está a “necessidade de rentabilizar um volume de negócios ‘notável’”, tendo o presidente da instituição fixado como meta “cativar mais de um milhão de clientes que apesar de serem clientes ainda não têm a CGD como primeiro banco”. A CGD tem atualmente cerca de seis milhões de clientes, mas muitos não têm o banco público como o principal fornecedor de serviços financeiros.
A meta é ambiciosa, e atingir esse objetivo corresponderia a captar mais do que a totalidade do número de clientes que alguns dos seus concorrentes têm no mercado nacional. Mas ambição é coisa que aparentemente não falta a Paulo Macedo: “Na Caixa, o sucesso neste tempo novo constrói-se com mais distância, mas a mesma ambição”. Esta foi uma das frases ditas pelo presidente do banco na reunião de acordo com o relato feito ao ECO por um dos participantes.
Macedo pediu ainda aos colaboradores que ajudassem a consolidar a Caixa como a maior instituição financeira nacional, mas também “a mais inovadora” e com o melhor serviço aos seus clientes, mantendo o foco na sua competitividade.
No encontro, foram também analisados os resultados referentes ao exercício de 2020, bem como a conclusão dos quatro anos do plano de reestruturação. Esta sexta-feira, a Caixa anunciou ao mercado que fechou 2020 com lucros de 492 milhões de euros, uma redução de 36,6% face ao ano anterior. A quebra nos resultados é reflexo dos efeitos da pandemia do novo coronavírus que obrigou o banco público a reconhecer imparidades e a realizar provisões para crédito malparado de mais de 300 milhões de euros.
No encontro de quadros, que durou mais de três horas, a Caixa também passou um vídeo gravado pelo ator português Diogo Infante num monólogo sobre os tempos atuais, de pandemia, que termina com uma mensagem a dizer que “o sucesso ou o insucesso” dos clientes é o “o sucesso ou o insucesso” da Caixa.
Além do vídeo de Diogo Infante, houve ainda um momento musical na reunião, com a exibição do fado Sonata de Outono, escrito nos últimos dias de vida pelo compositor Ary dos Santos e interpretado pela voz de Carlos do Carmo.
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