Zurich reduz lucro anual 8% e averba 850 milhões de perdas por Covid-19
Fechando o exercício com queda de 20% no resultado operacional, a seguradora suíça afirma que limitou o impacto de pandemia ao primeiro semestre, tendo regressado ao crescimento na 2ª metade do ano.
O Zurich Insurance Group (Zurich) contabilizou 4,24 mil milhões de dólares de resultado operacional em 2020 (cerca de 3,5 mil milhões de euros), menos 20% em comparação com 2019, apresentando lucro líquido de 3,83 mil milhões (-8%), refletindo a quebra no desempenho operacional, em parte compensada por ganhos de capital num ano marcado sobretudo pelo impacto da pandemia de Covid-19, divulgou a seguradora global num comunicado.
Ao efeito da pandemia, que o grupo suíço afirma ter ficado limitado à primeira metade do ano, sucedeu regresso a um crescimento do negócio no segundo semestre.
Ressalvando que a estimativa está condicionada por alguma “incerteza” devido à natureza continuada do evento, a Zurich inscreveu nas contas do grupo 850 milhões (cerca de 700,6 milhões de euros) relativos ao impacto covid-19, dos quais 450 milhões de dólares (líquido de resseguro) referem-se à fatura da pandemia no negócio P&C (propriedade e acidentes), inalterada face ao valor sinalizado no primeiro semestre.
Adicionalmente, as perdas relacionadas com catástrofes ascenderam a 588 milhões de dólares, superando montante de um ano antes.
Citado no comunicado, Mario Greco, CEO do grupo Zurich, afirmou: “Os resultados confirmam a força da nossa empresa, a agilidade das pessoas e da organização e a estratégia digital continuada. Mantivemos o negócio plenamente operacional ao longo do ano e as medidas que tomámos sublinham o nosso forte sentido de responsabilidade social”.
Além do desempenho no negócio, “com forte crescimento nos seguros comerciais, continuámos a executar as prioridades estratégicas”, acrescentou Greco, salientando a renovação da parceria de distribuição com o Deutsche Bank, o lançamento de plataformas globais de inovação (Global Business Platforms), de que destacou a LiveWell (plataforma de serviços de saúde e bem estar anunciada em 2020) e a aquisição (em parceria o Farmers Group e a Farmers Exchange) do negócio P&C da MetLife nos EUA, “que estabelece as bases para um maior crescimento”.
Na vertente operacional, a Zurich destaca a evolução do negócio de linhas comerciais, que representam dois terços do volume bruto de prémios não Vida do grupo suíço, apontando crescimento de 7% em base like-for-like (perímetro e câmbio constantes), sustentado pela expansão nos mercados norte-americano e europeu e a colocar a seguradora global em posição de aproveitar o aumento de preços à entrada de 2021, explica o comunicado do grupo suíço.
No segmento P&C (não Vida), o volume bruto de prémios (incluindo comissões) alcançou 35,5 mil milhões de dólares, gerando resultado operacional de 2,08 mil milhões, ou 27% menos do que em 2019. Sob efeito da pandemia e perdas com catástrofes, o rácio combinado deteriorou em dois pontos percentuais, passando de 96,4% em 2019, para os 98,4% no final de dezembro de 2020.
No negócio Vida, a receita (prémios brutos, comissões e depósitos) encolheu 18%, para 27,6 mil milhões de dólares (-4% em base like-for-like), com resultado operacional a decrescer (-4% reportado ou -3% em base like-for-like), para 1,432 mil milhões de dólares. Excluindo 173 milhões de dólares de parcela relacionada com a Covid-19, o resultado do negócio Vida teria crescido 7% face ao ano anterior, assinala o documento.
O rácio de solvabilidade do grupo (SST – Swiss Solvency Test) foi calculado em 182%, em declínio de 40 pontos percentuais, uma estimativa sujeita a confirmação do regulador (Finma) até final de abril.
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