Custo da nova dívida do Estado cai para novo mínimo histórico de 0,2%
Cristina Casalinho avisou que o chão dos juros mínimos pode ter ficado para trás. Ainda assim, o arranque do ano foi favorável para os cofres da República, com o custo da dívida a cair para mínimos.
Portugal nunca se financiou a um custo tão baixo nos mercados de dívida como no arranque deste ano. O juro das emissões realizadas em janeiro caiu para 0,2% em termos médios, o que representa a taxa mais baixa de sempre.
Os dados foram revelados pelo IGCP e comparam com a taxa média de 0,5% registada ao longo do ano passado, segundo o boletim mensal divulgado esta terça-feira pela agência responsável pela gestão da dívida da República.
No mês passado, o IGCP obteve um financiamento de 1.250 milhões de euros com obrigações com maturidade em 2030 e 2034, pagando taxas de juro de -0,012% (uma estreia) e 0,319%, respetivamente. Também já realizou um duplo leilão de Bilhetes do Tesouro, tendo levantado 1.500 milhões de euros em operações que registaram juros inferiores a -0,5%.
Portugal tem tirado partido das condições de mercado mais favoráveis e potenciadas pela política do Banco Central Europeu (BCE). Cristina Casalinho, que lidera o IGCP, já avisou no entanto que o “chão dos juros mínimos” já terá ficado para trás. “Há uma expectativa de que as taxas de juro podem não descer muito mais a partir daqui”, disse em entrevista ao jornal Público.
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