Lisboa estuda mercado digital com produtos e serviços dos comerciantes
Proposta da vereadora Teresa Leal Coelho apela ao desenvolvimento de um "marketplace" para os lojistas do concelho de Lisboa. Escala permitiria negociar comissões mais baixas, entende o partido.
O PSD propôs à Câmara Municipal de Lisboa o desenvolvimento de “uma plataforma de vendas online do tipo marketplace” para alojar os comerciantes do concelho. O objetivo é que os lojistas possam aí “desenvolver as suas atividades de comércio online através de um portal único do município de Lisboa”, refere a proposta assinada por Teresa Leal Coelho e que deverá ser votada pelo executivo camarário esta quarta-feira à tarde.
A vereadora entende que esta é também uma forma de negociar “as comissões de pagamento digital, assim como os custos de entrega”, promovendo a digitalização dos negócios destes comerciantes num mercado digital único. O partido acredita que, agregando uma maior massa crítica, com escala, será possível negociar custos logísticos mais reduzidos junto de empresas de entregas como os CTT — ou até uma eventual isenção destes encargos para os consumidores.
Na proposta de quatro páginas e 15 pontos, a social-democrata salienta que “a presença online é determinante para as lojas lisboetas sobreviverem em contexto de pandemia, mas também para evoluírem e captarem cada vez mais consumidores online, quer em Portugal, quer no estrangeiro”. “Apesar dos apoios municipais e estatais, o comércio de Lisboa vive tempos de incerteza e manifesta dificuldade, muitos comerciantes já se viram obrigados a fechar portas e outros lutam pela sobrevivência”, alega.
Assim, “o PSD considera fundamental apoiar o futuro do comércio de Lisboa, promovendo a transição digital e sobretudo garantindo ao pequeno comércio uma alternativa viável para manter e expandir os seus negócios”. O partido acredita ainda que “a criação de um marketplace é essencial ao desenvolvimento do comércio de Lisboa, pois dará a possibilidade a todos os comerciantes da cidade que o pretenderem, de vender os seus bens online e a todos os munícipes que, não dispondo de espaço físico, pretendam desenvolver o seu negócio online na cidade de Lisboa”.
“A centralização de uma plataforma deste tipo, além das vantagens óbvias para os pequenos e médios empresários que não conseguem por meios próprios criar o seu canal de vendas online, permitirá também outras externalidades positivas como diferentes economias de escala diretamente relacionadas com a isenção ou redução das habituais comissões de plataformas de venda ou de sistemas de pagamento digital bem como ao nível dos custos da operação logística de distribuição”, remata, por fim, a vereadora do PSD.
Vereadora “absolutamente convencida” de que proposta terá apoio
Contactada pelo ECO, Teresa Leal Coelho mostrou-se “absolutamente convencida” de que a criação deste mercado digital será aprovada pelo executivo camarário, admitindo até que surjam “propostas de alteração” de outros vereadores.
Questionada sobre quanto tempo levaria a implementar após a decisão, numa altura em que o país está perto de assinalar um ano desde a chegada da pandemia, a vereadora não quis “dar um prazo”, mas afirmou esperar que seja “a muito breve trecho” e através de “pequenos passos”. “Temos que nos apoiar em estudos que já existem e contactar empresas que estejam disponíveis e tenham pacotes já preparados, que terão necessariamente de ser adaptados para este projeto”, explicou.
Reconhecendo que, para ter sucesso no contexto pretendido, o projeto teria de ser, por isso, “rapidamente implementado”, Teresa Leal Coelho disse que este marketplace não seria apenas uma oportunidade para comerciantes atuais. “Quem tem uma ideia e quer desenvolver um projeto, mas não tem condições financeiras, poderá usar esta plataforma para o seu próprio lançamento. Com esta plataforma, damos impulso à economia interna e damos também um impulso às exportações. Em plataformas digitais, o produto chega a qualquer parte do mundo”, concluiu.
O mercado digital do concelho de Lisboa seria, por isso, não só uma plataforma para produtos mas também para serviços, e não focada em restaurantes nesta fase inicial. A ideia é que seja mais uma espécie de Amazon local do que uma Uber Eats.
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