Ao fim de 15 anos, há uma cara nova na liderança da OCDE
O australiano Mathias Cormann vai ser o próximo secretário-geral da OCDE, substituindo o mexicano Angel Gurría que estava no cargo desde 2006.
Após 15 anos à frente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), o mexicano Angel Gurría vai deixar de ser o secretário-geral. A OCDE esteve meses em busca de um sucessor e o resultado final foi conhecido esta sexta-feira: o australiano Mathias Cormann, ex-ministro das Finanças, foi o escolhido, derrotando a sueca Cecilia Malmström, ex-comissária europeia para o comércio.
A informação é veiculada por vários órgãos de comunicação internacionais, nomeadamente a AFP, e espera-se que a OCDE faça o anúncio oficial ainda esta sexta-feira. Cormann começará o mandato a 1 de junho, em Paris, sucedendo a Gurría, o qual esteve no cargo desde 2006. À sua espera está uma organização com mais de 3.500 funcionários, um orçamento superior a 350 milhões de euros e um lugar à mesa do G20.
A maioria dos 38 países da OCDE são da União Europeia (27), mas estes não terão sido capazes de se unir em torno de Cecilia Malmström, abrindo a porta à vitória de Mathias Cormann, ainda que por uma curta margem, de acordo com os relatos da imprensa. Caso fosse eleita, a política sueca seria a primeira mulher a liderar a OCDE.
Entre os seus principais desafios para o mandato que se aproxima estão as negociações sobre a área fiscal, desde a tributação digital à tributação mínima comum nas economias avançadas para evitar o planeamento fiscal agressivo. As recentes declarações de Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, indicam que um acordo parece estar mais próximo.
Mathias Cormann, que nasceu na Bélgica e passou décadas a viver na Europa, foi ministro das Finanças da Austrália durante sete anos, entre 2013 e 2020, tendo sido o ministro mais duradouro nessa pasta. Contra si tem as duras críticas da Greenpeace relativamente ao seu “track record” (histórico) sobre as alterações climáticas, nomeadamente ter dito a jovens ativistas pelo clima para irem para a escola quando estavam numa manifestação e por ter elogiado um discurso do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em que este dizia que os ativistas eram os “profetas da desgraça”.
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