Um “raio x” às carreiras tecnológicas explicado em cinco gráficos
A tecnológica Landing.Jobs voltou a lançar o "Tech Careers Report PT", que pretende aumentar a liberdade de escolha e de decisão dos profissionais tech, proporcionando-lhes informação sobre o setor.
Na área da tecnologia, os contractor ganham, em média, mais de 50% do que os colaboradores permanentes. Além disso, os homens continuam a ganhar mais do que as mulheres, uma diferença salarial que diminuiu mas que está ainda presente. Já no que toca a linguagens de programação, os salários mais altos são os dos profissionais dedicados a Go, seguindo-se as linguagens Perl e Kotlin.
Estas são algumas das conclusões do “Tech Careers Report PT 2021” elaborado pela Landing.Jobs e a que a Pessoas teve acesso, que pretende contribuir para aumentar a liberdade de escolha no que toca à carreira dos profissionais tech, melhorando, ao mesmo tempo, as suas decisões, que devem ser tomadas com informação.
“Os profissionais da tecnologia tomam, por vezes, decisões de carreira no escuro, com quase nenhum conhecimento do seu valor ou informação comparativa do mercado”, lê-se logo no início do report. “A investigação fornecida pela Landing.Jobs neste relatório é uma ferramenta para o crescimento justo e transparente, uma vez que oferece uma análise abrangente da realidade de uma grande parte dos profissionais da tecnologia em Portugal”.
Por outro lado, o “Tech Careers Report PT 2021” é também destinado a empresas e organizações, que podem obter informação específica e detalhado sobre os profissionais tech.
Contractors e residentes em Lisboa: salários mais elevados?
Além da maior flexibilidade, os contractors, que são independentes que trabalham num projeto de cada vez, têm vantagem no que toca a salários. De acordo com o relatório da Landing.Jobs, estes profissionais ganham, em média, mais 54% do que os colaboradores permanentes, algo que se mantém em linha com a tendência apurada já no relatório do ano passado.
Nos últimos 12 meses, a maioria dos profissionais (tanto contractors como empregados permanentes) não teve nenhuma alteração no salário. No entanto, entre aqueles que, ainda assim, viram algumas alterações ao nível salarial, existe uma vantagem para os que trabalham sem vínculo permanente. Enquanto os contractors obtiveram aumentos salariais de mais de 15%, os empregados permanentes engordaram o salário apenas entre 0% e 5%.
Existem, também, diferenças ao nível geográfico. Residir na Área Metropolitana de Lisboa supõe, em média, um pagamento mais elevado em 18,4% do que a média total nacional. No ranking das regiões onde se recebem os maiores salários, segue-se a Área Metropolitana do Porto e, no lado oposto, com os ordenados mais baixos, está a região norte do país, embora seja também uma das regiões onde mais aumentos salariais tem havido.
Já a nível internacional, está claro que trabalhar para empresas fora de Portugal engorda ainda mais o salário. De acordo com os 4.050 profissionais portugueses inquiridos, trabalhar para organizações no estrangeiro pode traduzir-se num aumento de 33% no ordenado. E, mesmo lá fora, também há distinções: mercados da América do Norte surgem como a região melhor pagadora, seguindo-se a Europa.
Se quer auferir salários altos, o conselho da tecnológica é que se mantenha na área tech. “Os salários são ainda mais elevados do que na maioria das outras indústrias”, refere a Landing.Jobs. No entanto, mesmo dentro das linguagens de programação, existem algumas melhor pagas do que outras. É o caso das linguagens Go, Perl e Kotlin. Na ponta oposta do gráfico está VBA e PHP.
Gap salarial entre géneros persiste
No que toca a igualdade salarial, existe ainda um fosso entre os géneros. De acordo com o relatório da Landing.Jobs, na área tecnológica, os homens ganham em média mais 16% do que as mulheres. A percentagem era ainda mais acentuada no ano passado, quando se registava uma diferença salarial de 23%. “É um sinal positivo e esperamos que esta diferença diminua progressivamente”, lê-se no relatório.
Por outro lado, a plataforma de recrutamento tecnológico salienta o aumento das respostas que não se identificam nem com o género feminino nem com o género masculino, preferindo não responder à pergunta sobre o género. “Esperamos que o ‘Data Challenge’ que propusemos à comunidade tecnológica ajude a trazer mais clareza sobre este assunto”, diz a empresa. No seguimento do “Tech Careers Report”, a Landing.Jobs lançou um “Data Challenge” à comunidade de data science em Portugal para que se produzam análises a partir dos dados base do relatório. As melhores análises vão ser votadas pela comunidade e por um júri, e serão premiadas, com 1.000 euros, 500 euros e 250€ euros para, respetivamente, o primeiro, segundo e terceiro lugares. A iniciativa decorrerá entre 17 de março e 28 de abril. Através deste link encontrará mais informação sobre o desafio.
A importância de equilibrar o profissional e o pessoal
Conseguir um equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é o principal benefício que os empregadores tech podem oferecer aos seus colaboradores, sendo este o fator ao qual, atualmente, é dada maior importância pelos profissionais. Além deste, e um pouco em linha com ele, as oportunidades de crescimento na carreira, a compensação e benefícios, o horário flexível, a cultura e a autonomia são também elementos que os profissionais privilegiam, mais do que, por exemplo, a variedade de projetos ou a possibilidade de escolher clientes ou projetos nos quais trabalhar.
Apesar dos desafios de 2020 — e que, de alguma forma, influenciaram o “raio x” feito pela empresa fundada por José Paiva e Pedro Oliveira — o mercado tecnológico em Portugal continua a expandir-se como um hotspot para a inovação, o investimento e o talento altamente qualificado. Para a Landing.Jobs, o país continua a ser um dos países mais atrativos para empresas tecnológicas e profissionais.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Um “raio x” às carreiras tecnológicas explicado em cinco gráficos
{{ noCommentsLabel }}