Custo do trabalho subiu o dobro em Portugal do que na UE
O custo do trabalho cresceu 6,6% em Portugal, no último trimestre de 2020, face ao período homólogo. Na UE e na Zona Euro, o aumento foi bem menos significativo, andando na ordem dos 3%.
O custo do trabalho horário na Zona Euro aumentou 3%, nos últimos três meses de 2020, face ao período homólogo. Na União Europeia, a subida foi ligeiramente mais pronunciada: 3,3%. Já em Portugal, o salto foi consideravelmente mais expressivo: 6,6%. Isto num trimestre marcado pela quebra das horas trabalhadas, em resultado do endurecimento das restrições impostas para conter a propagação do vírus pandémico.
De acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Eurostat, em comparação com o quarto trimestre de 2019, o custo do trabalho na área da moeda única, só na componente salarial, aumentou 3,5%. Já no que diz respeito às componentes não relacionadas com as remunerações, o aumento foi de 1,5%. Também no conjunto da União Europeia, a componente salarial subiu mais (3,7%) do que a não salarial (1,8%), em termos homólogos.
“Tanto na UE como na Zona Euro, a componente não salarial mitigou o crescimento dos custos do trabalho horário, em particular devido ao alívio fiscal e aos subsídios concedidos pelos Governo para apoiar as empresas afetadas pela crise“, explica o gabinete de estatísticas.
Na nota agora divulgada é detalhado que, na área da moeda única, o custo do trabalho na indústria subiu 2,2%, enquanto na construção aumentou 3,2% e nos serviços cresceu 2,6%. De notar que a construção tem sido um dos poucos setores não afetados pelos confinamentos e que têm registado atualizações salariais positivas, o que ajuda a explicar estes dados.
De acordo com o Eurostat, Portugal viu aumentar, de outubro a dezembro, em 6,6% os custos do trabalho, isto é, mais do dobro da média da Zona Euro e da União Europeia. A componente salarial subiu 6,5% e a componente não salarial cresceu 7,1%. A justificar estes saltos esteve, tem dito o Instituto Nacional de Estatística, a redução das horas trabalhadas, já que houve uma adesão significativa aos regimes de lay-off (que permitem reduzir os horários de trabalho) nos vários períodos de confinamento e endurecimento das restrições.
Tudo somado, Portugal registou o nono salto mais acentuado dos custos do trabalho, entre os Estados-membros. Aparece, assim, atrás da Áustria (11,6%), Bulgária (10%), República Checa (9,8%), Roménia (8,7%), Hungria (8,3%), Polónia (7,3%), Eslováquia (7,3%), Letónia (7,1%).
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