Paulo Leite deixa funções de CEO da Groundforce após “violação grave dos deveres de lealdade”
O acionista e presidente do conselho de administração Alfredo Casimiro vai assumir funções de CEO de forma provisória.
Paulo Neto Leite foi destituído de funções de CEO da Groundforce após uma “violação grave dos deveres de lealdade”. A decisão foi tomada de forma unânime, esta segunda-feira, pelos membros do conselho de administração da empresa de handling. O acionista e chairman Alfredo Casimiro vai acumular provisoriamente as funções de CEO, segundo apurou o ECO.
“No seguimento dos acontecimentos das últimas semanas, e perante a total quebra de confiança do presidente do Conselho de Administração, Paulo Neto Leite deixa hoje [segunda-feira] de ocupar o cargo de CEO da Groundforce“, explica o acionista maioritário em declarações enviadas ao ECO.
As razões para o despedimento não são explícitas. No entanto, a saída poderá estar relacionada com a tentativa de Paulo Leite Neto de explorar uma operação de management buyout na qual ficasse com a participação detida atualmente pelo acionista privado Pasogal. A empresa de Alfredo Casimiro é dona de 50,1% da Groundforce, sendo que os restantes 49,9% são detidos pela TAP.
“A destituição de Paulo Neto Leite, com efeitos imediatos, justifica-se por um conjunto de situações que configuraram uma violação grave dos deveres de lealdade. Os acionistas entenderam que a confiança no até aqui CEO foi ferida de morte e que este não tem condições para conduzir os negócios sociais da empresa ou para se envolver na procura de soluções sustentáveis para a Groundforce”, revela.
A decisão foi tomada por deliberação unânime, em reunião do Conselho de Administração, que é composto por cinco elementos, incluindo dois administradores ligados à TAP. A mudança na gestão acontece numa altura de dificuldades para a empresa de handling. O impacto da pandemia na aviação e na atividade da Groundforce levou a uma rutura de tesouraria e à impossibilidade de pagar a horas os salários de fevereiro aos 2.400 trabalhadores.
Após avanços e recuos nas negociações entre Governo e acionista para encontrar uma solução, a Groundforce e a TAP fecharam, no dia 19 de março, uma operação de venda de todos equipamentos da primeira à segunda, o que permitiu desbloquear 7 milhões de euros para remunerações, impostos e pagamentos a fornecedores.
O dinheiro da operação de saleand lease back deverá chegar apenas para pagar os salários de abril e ambos os acionistas concordam que é preciso encontrar uma alternativa mais alargada. Esta solução poderá ser o empréstimo bancário de 30 milhões de euros com garantias públicas, que está a ser trabalhado e que deverá contar com uma garantia pública de 90%, assegurada pelo Banco Português de Fomento através da linha Produto Garantias Financeiras Covid-19.
(Notícia atualizada às 22h20)
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