Pedro Nuno Santos “compreende” decisão da CGD de recusar empréstimo ao “ainda sócio” Casimiro
Ministro das Infraestruturas e da Habitação diz que a TAP terá novo CEO nos próximos dias e desvaloriza o impacto do eventual fim da ponte aérea entre Lisboa e Porto para a companhia.
A Caixa Geral de Depósitos prepara-se para recusar o empréstimo pedido pela Groundforce por não ter confiança no acionista privado Alfredo Casimiro. O ministro das Infraestruturas e da Habitação Pedro Nuno Santos diz “compreender” a decisão, referindo-se ao empresário como “ainda sócio” da TAP.
“Compreendo bem a posição da Caixa Geral de Depósitos. Espero que a breve prazo tenhamos notícias boas sobre a Groundforce“, respondeu Pedro Nuno Santos, em declarações transmitidas pela RTP3, a partir de Paredes de Coura. Como o ECO avançou, o banco decidiu não conceder o empréstimo de 30 milhões de euros que tinha sido pedido pela empresa com aval do Estado por não ter confiança no acionista maioritário e o mesmo não ter capital, não estando reunidas as garantias necessárias para avançar com o processo.
A recusa deixa a Groundforce em dificuldades já que — após a rutura de tesouraria causada pelo impacto da pandemia — foi encontrada apenas uma solução temporária. A operação de sale and leasback de equipamentos da Grounforce à TAP libertou apenas sete milhões de euros suficientes para salários, impostos e pagamentos a fornecedores de março e abril. A companhia aérea (que detém 49,9% do capital, mas é também o maior cliente) tem reiterado que não irá dar mais dinheiro sem garantias e o ministro voltou a dizê-lo.
“A TAP ajudou naquilo que podia e não pode continuar a injetar mais dinheiro na Groundforce sem garantias. É óbvio e evidente para todos”, referiu Pedro Nuno Santos. “Estamos a aguardar que a situação seja resolvida nomeadamente no que diz respeito ao nosso ainda sócio“, sublinhou, numa altura em que Casimiro está em negociações exclusivas para vender a empresa de handling aos espanhóis da Atitlan, apurou o ECO.
CEO da TAP conhecido “nos próximos dias”
Quanto ao plano de reestruturação da TAP — que continua a aguardar aprovação pela Comissão Europeia –, o ministro não quis fazer comentários, prometendo apenas novidades em breve. “Nas próximas semanas, nos próximos dias, vamos conhecer a equipa que vai gerir a TAP“, garantiu Pedro Nuno Santos, clarificando que os nomes serão divulgados “quando tivermos a equipa concluída”.
O Governo tinha um acordo com o gestor alemão Jaan Albrecht Binderberger para a liderança da TAP, e entraria depois de Bruxelas aprovar o plano de reestruturação, mas o antigo gestor da Saudi Arabian Airlines já não deverá assumir funções, revelou o ECO Insider, a newsletter semanal do ECO exclusiva para assinantes. O atraso na aprovação do plano de reestruturação será uma das razões que levou a este desfecho, além do pacote salarial.
Tal como nunca confirmou o nome, o ministro não quis agora comentar o recuo. “Não sei de recusa nenhuma. Nunca comentámos essa notícia”, disse apenas Pedro Nuno Santos, que visitava os trabalhos da empreitada da ligação do Parque Empresarial de Formariz à A3. O Ministério das Infraestruturas e da Habitação apresentou esta segunda-feira o Plano Ferroviário Nacional, que antecipa que permita reforçar as ligações por comboio dentro do país e com Espanha, limitando ligações aéreas curtas, incluindo entre Lisboa e Porto.
“É uma ligação importante, mas deixará de ser necessária no dia em que tivermos uma ligação a fazer Lisboa-Porto em 1h15”, afirmou esta terça-feira. “Isso é bom. Só é mau para a TAP que é uma coisa que me entristece porque obviamente estamos a fazer um grande trabalho de recuperação da companhia aérea, mas temos de nos preparar para um novo mundo e verdadeiramente ligações curtas de avião — o meio de transporte que mais contribui para a emissão de gases com efeito de estudo — temos de as diminuir”.
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