Fitch alerta que “renovado stress no setor financeiro” requer “apoio adicional”
No "Panorama do Crédito Soberano da Europa Ocidental, segundo trimestre de 2021", divulgado esta quinta-feira, a agência de rating Fitch alerta para riscos negativos.
A Fitch prevê para Portugal uma perspetiva estável do rating ‘BBB’ no segundo trimestre deste ano, porque acredita que o rácio da dívida face ao PIB retome uma trajetória descendente baseada numa política orçamental prudente, depois de um forte aumento em 2021.
No “Panorama do Crédito Soberano da Europa Ocidental, segundo trimestre de 2021”, divulgado esta quinta-feira, a agência de rating Fitch estima “uma melhoria do potencial de crescimento a médio prazo de Portugal, particularmente se apoiado por reformas estruturais”. Como riscos negativos para Portugal, a Fitch sublinha “uma deterioração das perspetivas a médio prazo projetadas para as finanças públicas” e um “renovado stress no setor financeiro que requer um apoio adicional significativo do setor público e/ou afete a estabilidade financeira e as perspetivas de crescimento”.
A empresa refere que “existe incerteza quanto ao futuro apoio ao Novo Banco e à companhia aérea portuguesa TAP” e que “o apoio relacionado com a pandemia, sob a forma de linhas de garantia estatal, aumentou o passivo contingente do Estado”.
Em relação ao turismo em Portugal, a Fitch sublinha que a recuperação no setor continua a ser uma incerteza fundamental para as previsões de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) e que para 2021 assume que as receitas do turismo recuperarão 50% dos níveis de 2019. A perturbação no setor do turismo continuará a pesar no mercado de trabalho, adianta, prevendo que o desemprego aumente para 8,5% em 2021, contra 6,5% em 2019 e 7,0% em 2020.
“Os ratings de Portugal equilibram fortes indicadores de governação e rendimento ‘per capita’ acima dos pares da categoria “BBB”, contra altos níveis de dívida pública e baixo potencial de crescimento a médio prazo”, refere a Fitch, sublinhando que, com 133,6% do PIB no final de 2020, o rácio da dívida de Portugal está entre os mais elevados da Europa.
Contudo, a Fitch considera que “os riscos a curto prazo associados ao elevado stock da dívida são mitigados pelos baixos custos dos juros e por uma maturidade média da dívida de cerca de 7,4 anos” e que “as condições de financiamento de Portugal são altamente favoráveis, porque beneficia do programa de aquisição de ativos do Banco Central Europeu (BCE) e da resposta à pandemia à escala da UE (União Europeia).
A última revisão do rating da Fitch para Portugal foi em divulgada em 20 de novembro de 2020 e a próxima será em 14 de maio de 2021. Na altura, a agência de notação financeira manteve o ‘rating’ da dívida de longo prazo de Portugal em BBB, nível de investimento, e com perspetiva estável, alertando para os níveis de dívida pública.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Fitch alerta que “renovado stress no setor financeiro” requer “apoio adicional”
{{ noCommentsLabel }}