O que ainda falta reabrir para a vida voltar mesmo ao normal
Público nos estádios, discotecas, bares e os grandes festivais. Estas são algumas das coisas pelas quais os portugueses vão ter de aguardar mais um pouco, apesar do desconfinamento deste sábado.
A partir deste sábado, a vida dos portugueses vai assemelhar-se um pouco mais à “normalidade”. Já vai ser possível passar a tarde do fim de semana na esplanada, ou jantar num restaurante. Passa também a ser possível frequentar aulas de grupo nos ginásios e praticar todas as modalidades desportivas.
No entanto, é tudo uma questão de aparência. Muitas coisas continuam a ser bem diferentes do que eram antes da pandemia. Vários setores de atividade continuam impedidos de abrir ao público e o próprio mundo do trabalho permanece sujeito à obrigatoriedade do teletrabalho sempre que possível.
Um dos setores mais afetados desde que a pandemia chegou a Portugal tem sido o da vida noturna. Bares e discotecas foram obrigados a fechar portas por altura do primeiro confinamento, em março do ano passado, e desde então que nunca mais abriram.
Não há Conselho de Ministros em que António Costa não seja questionado sobe a situação dos bares e das discotecas. Esta quinta-feira não foi exceção, mas o primeiro-ministro limitou-se a dizer que “não tem nada a acrescentar” sobre estas atividades. Por serem espaços fechados, de pouco distanciamento social, são locais com condições excecionais para a propagação do coronavírus. Por isso, continuam sem perspetivas de quando poderão voltar ao ativo.
No que toca aos festivais de verão, o futuro ainda é incerto. Esta quinta e sexta-feira foram realizados os primeiros eventos piloto com centenas de pessoas. O objetivo foi a “definição de novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2” inerentes à realização de espetáculos e festivais, com os organizadores a estarem à espera de orientações que deles surjam, explicou o Governo num comunicado emitido a 1 de abril.
E embora, com a reabertura das salas de espetáculos, alguns já estejam a acontecer, o mesmo não se pode dizer dos grandes festivais de música. Nos últimos tempos, muitos dos festivais de verão acabaram por confirmar o seu adiamento para 2022, sendo cada vez menos aqueles que ainda têm agenda para este ano.
Para breve, está marcado o Santa Casa Portugal ao Vivo, que, entre 21 de maio e 26 de junho, vai realizar 20 espetáculos distintos — 10 no Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota, no Porto, e 10 no Campo Pequeno, em Lisboa. No entanto, quanto aos festivais com milhares de pessoas e vários concertos em diversos palcos em simultâneo, será preciso esperar mais um pouco.
A presença de público nos eventos desportivos também não voltará a ocorrer tão cedo. António Costa já o tinha dito: não é expectável que os adeptos voltem às bancadas durante a presente época. Portanto, as idas aos estádios de futebol também terão de ficar para outros tempos.
Os espaços infantis privados, como é o caso de certos parques infantis e recreativos, continuam também sem uma data para reabrir. O presidente da Associação Nacional de Espaços Infantis e Recreativos (ANEIR), André Resende, adiantou à TSF que este é um setor que “continua esquecido e sem que até hoje exista um compêndio normativo ou um vislumbre de uma data” para uma retoma da atividade.
Também o mundo do trabalho irá permanecer diferente em relação àquilo que era antes da pandemia. Em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, António Costa salientou que a “obrigatoriedade do teletrabalho mantém-se até ao final do ano”, sempre que as funções em causa o permitam.
Já uma fonte do Ministério do Trabalho adiantou ao ECO que foi aprovado, por parte do Governo, um diploma que define que a modalidade remota continuará a ser obrigatória em todos os concelhos do território continental até ao dia 16 de maio, pelo menos. Portanto, ainda não será já que a grande maioria dos portugueses retomará à normalidade do trabalho presencial.
Também o uso de máscara continuará a ser a regra. Aliás, António Costa acrescentou esta quinta-feira que, tendo que “fazer uma aposta, há 99,99999% de probabilidade de que a obrigatoriedade do uso de máscara se prolongue até atingirmos o grau de imunidade de grupo, no verão”. Portanto, é algo que irá permanecer durante mais alguns meses, sendo, todavia, uma matéria da responsabilidade direta de outro órgão de soberania: a Assembleia da República.
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