Stock da Cunha diz que é “fácil” grandes devedores fugirem com garantias
Gestor considera que aval pessoal não deve ser fator decisivo para conceder crédito pois é “relativamente fácil” devedor fugir com essa garantia.
Stock da Cunha diz que “pedir aos grandes devedores avais pessoais é uma armadilha que não funciona” pois “quando querem fugir dessa preocupação, é relativamente fácil” fazê-lo.
“A experiência provou em alguns casos no Novo Banco que quando o devedor quer dar o aval pessoal dá. Quando quer fugir dessa preocupação é relativamente fácil. Quando fomos tentar ir buscar alguma coisa, havia pouca coisa disponível. Isto não é nenhuma novidade”, disse antigo CEO do banco na comissão de inquérito.
O gestor bancário lamentou que a legislação em Portugal limite os bancos na recuperação dos créditos, ao contrário do que se passa nos EUA ou no Reino Unido, países onde já viveu e onde é mais fácil os bancos “irem atrás dos devedores”. Algo que foi contrariado pelos deputados, incluindo o presidente da comissão, que disseram que existem soluções no atual enquadramento que dão ferramentas aos bancos nestas situações. Stock da Cunha tomou nota positiva, mas lembrou que “o problema da dificuldade de execução afeta os bancos, mas também afeta a sociedade em geral”.
Stock da Cunha explicou de seguida que “a vida tem mostrado, nomeadamente em Portugal, quando é dado cash em colateral, é uma garantia muito forte” e que “um imóvel também tende a ser muito forte”.
Já “um aval pessoal é menos forte” e também não deve ser o fator decisivo na hora de conceder o crédito a alguém, acrescentou o gestor que trabalha atualmente no britânico Lloyds. “Se alguém me pede 1.000 euros e me diz que tem um relógio de 5.000 euros, que vá à casa de penhores”.
Em relação aos grandes devedores, Stock da Cunha disse que há uma “certa tendência para olhar para casos de insucesso” e afirmou que a “Sogema e a Ongoing são casos de insucesso pois o banco não conseguiu recuperar quase nada”.
Contudo, disse que mudou a política de risco do banco quando chegou e esses créditos já não seriam passíveis de serem concedidos.
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