ISEG vê PIB a disparar até 15% no segundo trimestre
Os economistas do ISEG antecipam um crescimento da economia portuguesa entre 10% a 15% no segundo trimestre. A variação é influenciada pela queda histórica no primeiro confinamento em 2020.
O grupo de análise económica do ISEG prevê que a economia portuguesa recupere significativamente no segundo trimestre deste ano. A variação homóloga poderá apontar para um crescimento de 15%, mas este número é influenciado pelo efeito de base dado que o segundo trimestre de 2020 registou uma quebra histórica (-16,3% em termos homólogos). No primeiro trimestre, o PIB contraiu 5,4% em termos homólogos por causa do segundo confinamento.
“Dados os efeitos base, os primeiros dados relativos ao segundo trimestre caracterizam-se por apresentarem variações homólogas altamente positivas”, explicam os economistas do ISEG na síntese de conjuntura de abril divulgada esta sexta-feira, concretizando que, “mais realisticamente, espera-se, em primeira análise, que o crescimento homólogo no 2º trimestre se deverá situar entre 10% a 15%“. Porém, os analistas notam que ainda há “poucos dados” disponíveis para abril.
O crescimento de 15% do PIB em termos homólogos representa uma expansão em cadeia (face ao primeiro trimestre de 2021) de 4,4%, de acordo com os cálculos do ECO com base nos dados atuais do Instituto Nacional de Estatística (as estimativas podem sofrer revisões). Este seria assim o trimestre com um PIB mais elevado desde que a pandemia chegou a Portugal. Já o cenário em que o PIB cresce 10% significa que o segundo trimestre será praticamente igual ao primeiro trimestre (crescimento em cadeia de 0,05%).
Apesar deste forte crescimento entre abril e junho, a economia portuguesa continuará a operar a um nível abaixo do segundo trimestre de 2019. “Como os dados também sugerem, o PIB do 2º trimestre de 2021 ainda irá ficar algo abaixo do seu homólogo de 2019“, antecipam, mantendo a previsão anual de crescimento do PIB português no intervalo entre 3,5% e 4,5%. No Programa de Estabilidade 2021-2025, o Governo prevê um crescimento de 4%.
A previsão anual do ISEG assume que, no “cenário plausível de controlo da pandemia”, a economia portuguesa vai regressar a um “crescimento mais regular e sustentado”, mas nem tudo são rosas. “Admite-se que a resposta da economia será, inicialmente, relativamente rápida e robusta, mas, entre os principais setores da economia portuguesa, a evolução do setor turístico aparenta maior incerteza, podendo a sua recuperação ser mais lenta do que noutros setores, sobretudo tendo em conta os níveis pré-crise“, alerta.
Esta é a primeira estimativa conhecida para a evolução da economia portuguesa no segundo trimestre. O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal, o qual pretende antecipar a evolução da economia a cada semana, sinalizou que na última semana de abril a economia já esteve a operar a um nível superior a 2019, de acordo com o governador do banco central.
Contudo, mesmo se o PIB crescer 15% no segundo trimestre de 2021, ainda continuará 3,85% abaixo do nível do PIB registado no segundo trimestre de 2019, de acordo com os cálculos do ECO. A expectativa do Ministério das Finanças é que a economia recupere totalmente da crise pandémica apenas durante o próximo ano.
(Notícia atualizada às 13h11 com mais informação)
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