EDP Renováveis entra no Chile com investimento de até 38 milhões em portefólio eólico e solar
A EDP Renováveis está a entrar no mercado chileno, onde metade da energia ainda é produzida pela queima de combustíveis fósseis. Assinou acordos para comprar portefólio eólico e solar de 628 GW.
A EDP Renováveis vai entrar no mercado chileno, lançando-se com um investimento de até 38 milhões de dólares na aquisição de um portefólio solar de 628 MW no país. O arranque das operações é esperado entre 2023 e 2025 e a empresa está otimista com as perspetivas.
“O setor elétrico chileno é de dimensão relevante e é ainda altamente dependente da geração térmica, que atualmente representa cerca de 50% da geração”, começa por justificar a EDP Renováveis, num comunicado enviado aos mercados para dar conta da novidade.
Em causa estão dois acordos distintos celebrados com duas empresas de energia no Chile. O primeiro abrange um parque eólico de 77 MW que tem um contrato de aquisição de energia a 20 anos. Deverá começar a produzir eletricidade em 2023, segundo a empresa. Atualmente, o ativo é detido pela Atacama Energy.
O segundo contrato abrange um total de 551 MW de projetos em desenvolvimento, incluindo dois parques eólicos de 297 MW no total e um projeto solar de 254 MWac (uma unidade nominal de potência fotovoltaica). Segundo a EDP Renováveis, estes projetos vão participar “nos próximos leilões regulados” no Chile e no mercado de contratos de aquisição de energia. Deverão entrar em operação até 2025 e são atualmente propriedade da Lader Energy Chile.
“Relativamente a renováveis, o Chile tem fortes fundamentais tanto para o vento como para solar e um quadro regulatório estável com visibilidade sobre CAE [contratos de aquisição de energia] de longo prazo através de leilões regulados e do crescente mercado de CAE privados”, explica a subsidiária da EDP.
Além disso, a empresa lembra que o Chile “definiu planos ambiciosos para acelerar a transição para energia renovável, com um plano nacional para atingir 20% da sua energia vinda de fontes renováveis não-hídricas até 2025, 60% até 2035 e 70% até 2050, e tem ainda potencial para o desenvolvimento de projetos de hidrogénio verde de grande escala, dando ao país um potencial de crescimento em renováveis atrativo a longo prazo”.
Os acordos estão dependentes “da concretização de objetivos pré-definidos para cada projeto”. Na ótica da EDP Renováveis, o portefólio adquirido com estes dois contratos permite à empresa “estabelecer a sua presença no Chile com um portefólio de dimensão, tecnologicamente diversificado e em diferentes fases de desenvolvimento, incluindo 77 MW de capacidade eólica já assegurada”.
Não será surpresa se a EDP Renováveis anunciar novos investimentos neste mercado. É a própria companhia que sinaliza aos investidores que vai procurar “oportunidade adicionais de crescimento” nas tecnologias de geração eólica e solar, e até de “hidrogénio verde no país”. A estratégia é “participar ativamente na transição energética” do Chile.
A aposta é ainda um reforço da presença da elétrica no mercado latino-americano, “onde atualmente tem 0,4 GW de capacidade operacional e 1,1 GW de capacidade assegurada no Brasil e 0,5 GW assegurados na Colômbia”.
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