PAN critica ausência de planeamento na gestão da pandemia
O PAN “desde o início da crise sanitária, desde março de 2020” tem apelado “ao Governo para o reforço dos profissionais de saúde pública, dos profissionais de saúde ambiental”.
O PAN defendeu esta segunda-feira que a gestão da pandemia por parte do Governo “traz bastantes preocupações”, porque tem faltado “um planeamento”, e defendeu que os apoios às famílias e às empresas devem ser mantidos “enquanto for necessário”.
“É incontornável, ao falarmos do Estado da Nação, partirmos daquilo que tem sido a vivência desta crise sanitária ao longo destes últimos meses”, disse a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza.
Em declarações à Lusa antes do debate sobre o Estado da Nação, marcado para quarta-feira, na Assembleia da República, Bebiana Cunha defendeu que “aquilo que tem sido a atuação do Governo em matéria de saúde traz ainda bastantes preocupações, nomeadamente porque tem faltado aquilo que é um planeamento e tem-se feito muito a correr atrás do prejuízo”.
Sublinhando que rastrear o novo coronavírus na comunidade é um aspeto “fundamental e que não pode ser descurado”, a deputada assinalou que o partido “desde o início da crise sanitária, desde março de 2020” tem apelado “ao Governo para o reforço dos profissionais de saúde pública, dos profissionais de saúde ambiental”.
“E só agora é que vamos ver reforçados estes profissionais”, lamentou, apontando que “isto é sintomático daquilo que têm sido as políticas de saúde em Portugal, nomeadamente face ao parco investimento na prevenção e sempre assente numa lógica remediativa”.
Bebiana Cunha notou que esta opção se verifica também ao nível dos cuidados de saúde primários, por exemplo, com os profissionais de psicologia, de nutrição, de saúde oral ou de saúde visual.
“Estamos a falar de profissionais cuja presença no Serviço Nacional de Saúde é fundamental para prevenir e para poupar o erário público”, afirmou, defendendo que, “se as verbas alocadas forem de facto destinadas à prevenção”, será possível “poupar dinheiro” e “garantir um Serviço Nacional de Saúde eficiente”.
No que toca à crise social e económica, “o PAN tem defendido que os apoios que têm sido concedidos quer às famílias quer às empresas não podem terminar de um momento para o outro”.
“Portanto, tem que haver aqui uma progressividade e um apoio do Estado enquanto for necessário para garantirmos que não há uma hecatombe social”, salientou a líder parlamentar do PAN.
“Ao mesmo tempo, aquilo que temos defendido nos apoios às empresas implica é que haja compromissos ambientais porque continuamos a enfrentar uma crise climática e ambiental”, indicou Bebiana Cunha, frisando que é fundamental “serem cumpridos” os compromissos ambientais.
Pedindo também “um investimento mais estrutural em matéria de educação”, a deputada advogou que o Governo deve optar por “investimentos estruturais e não investimentos remediativos”.
O debate sobre o Estado da Nação está agendado para quarta-feira, na Assembleia da República, e tem duração prevista de quase quatro horas. O Governo e os partidos com representação parlamentar vão analisar em retrospetiva a última sessão legislativa.
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