Testes de “stress” do BCE analisaram Novo Banco e outros 50 médios e pequenos bancos
O banco liderado por António Ramalho poderia, num cenário adverso, perder entre 600 e 899 pontos base e atingir um rácio de CET1 abaixo de 8%.
O Banco Central Europeu (BCE) revelou esta sexta-feira os resultados dos seus testes de ‘stress’, que abrangeram 51 médios e pequenos bancos europeus, incluindo o Novo Banco, adiantou num comunicado.
De acordo com a instituição, que revelou estes resultados no mesmo dia em que a Autoridade Bancária Europeia (EBA) também divulgou os resultados dos seus testes de resistência, o rácio Core Tier 1 (CET1) final para 89 bancos, num cenário adverso a três anos seria de 9,9%, uma queda de 5,2 pontos percentuais face a um ponto de partida de 15,1%.
Estes dados incluem 38 bancos da amostra da EBA, e pela primeira vez, mais 51 instituições de dimensão média e pequena, supervisionados pelo BCE, entre os quais o Novo Banco.
De acordo com os dados publicados pela instituição, o banco liderado por António Ramalho poderia, num cenário adverso, perder entre 600 e 899 pontos base e atingir um CET1 ‘fully loaded’, ou seja, tendo em conta futuras exigências de capital, abaixo de 8%.
De acordo com o BCE, no geral dos testes de ‘stress’, os principais fatores para a deterioração dos rácios de capital seriam os riscos de crédito, o risco do mercado e a capacidade de geração de rendimento.
O BCE acredita que “os bancos estão numa melhor forma no início deste exercício do que estavam há três anos”, mas alertou para um aumento da deterioração dos rácios “a nível do sistema”, visto que o cenário usado foi pior do que o usado nos testes de 2018.
O BCE revelou ainda que, no caso da amostra de 38 bancos também testada pela EBA, a média do rácio CET1 caiu cinco pontos percentuais de 14,7% para 9,7%.
Já para as 51 instituições de dimensão mais pequena, a queda atingiu os 6,8 pontos percentuais, para 11,3%, de um ponto de partida de 18,1%.
A principal razão para estas diferenças no cenário adverso, disse o BCE, é que os bancos de tamanho médio são mais afetados por juros baixos, comissões reduzidas e menos rentabilidade no mercado num horizonte de três anos.
“Apesar da resiliência generalizada do sistema bancário, emergiram novos desafios relacionados com a pandemia de covid-19 e os bancos devem assegurar que avaliam e gerem adequadamente o risco de crédito”, indicou o BCE.
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