Lucro da Alibaba cai entre abril e junho, mesmo com aumento de 34% nas receitas
A Alibaba está a investir os "lucros excedentários" no apoio aos vendedores que operam através das suas plataformas e noutras "áreas estratégicas".
O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba obteve lucros de 45.141 milhões de yuan (cerca de 5.874 milhões de euros) no seu primeiro trimestre fiscal, menos 5% do que no mesmo período de 2020, foi esta terça-feira anunciado.
O volume de negócios do grupo entre abril e junho atingiu 205.740 milhões de yuan (31.832 milhões de dólares, 26.767 milhões de euros), um aumento de 34% em relação ao ano anterior.
Num comunicado esta terça-feira divulgado enviado à Bolsa de Hong Kong, onde a empresa está cotada, a diretora financeira da empresa, Maggie Wu, explica que a Alibaba está a investir os “lucros excedentários” no apoio aos vendedores que operam através das suas plataformas e noutras “áreas estratégicas”, tais como a exploração de novos mercados.
Estes investimentos reduziram os lucros de exploração do grupo em 11% em termos homólogos, tendo afetado também a margem de exploração, que caiu de 23% para 15%.
A isto é preciso acrescentar a multa recorde – de cerca de 2.820 milhões de dólares – imposta em maio pelas autoridades chinesas ao grupo por violação dos regulamentos antimonopólio, que provocou uma redução de quase 33% na liquidez da Alibaba, embora Wu sublinhe que esta continua a ser “forte”.
A CFO (Chief Financial Officer) também revelou que a direção da empresa de tecnologia aprovou um aumento de 50% para 15.000 milhões de dólares do plano de recompra de ações até ao final de 2022, o maior da história da empresa, devido à “confiança nas perspetivas de crescimento a longo prazo”. Desde 01 de abril, a Alibaba recomprou até 3.700 milhões de dólares das suas ações de Nova Iorque.
As vendas a retalho na China – principalmente através dos seus populares portais Taobao e Tmall – continuam a representar a maior parte das receitas da empresa, designadamente 66%. Entretanto, as vendas a retalho internacionais – segmento em que se destaca o portal AliExpress – aumentaram 54%, embora ainda representem apenas 5% do volume total de negócios da Alibaba.
Fora do segmento do comércio eletrónico, que representa 87% das receitas totais, as empresas de ‘cloud computing’ cresceram 29% e os meios digitais e de entretenimento 15%. No final de junho, as plataformas de Alibaba acumulavam cerca de 1.180 milhões de utilizadores ativos anuais, dos quais mais de três quartos se encontram na China.
O conglomerado, uma das maiores empresas da China e do mundo, parece estar na mira das autoridades, que não só impuseram a referida multa antimonopólio, mas também impediram no último minuto a admissão à bolsa da sua filial ‘fintech’ Ant Group, que deveria ter sido a maior operação do género da história. Embora as ações da Alibaba tenham subido 0,83% na sessão de hoje em Hong Kong, desde o início do ano perderam cerca de 15% do seu valor.
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