UE fecha acordo para Novavax. Como funciona esta vacina contra a Covid-19?
A vacina da norte-americana Novavax utiliza tecnologia diferente da Pfizer e Moderna, mas prevê também duas doses. Ainda não foi aprovada na Europa mas mostra sinais de eficácia contra variantes.
A Comissão Europeia fechou mais um acordo de compra antecipada, desta vez para adquirir 200 milhões de doses da vacina da Novavax. Que vacina é esta que se deverá juntar àquelas que já estão a ser administradas na Europa? Ainda não obteve aprovação do regulador europeu, mas já avançou com estudos clínimos que mostram eficácia contra variantes.
Esta vacina “potencial”, como apelida Bruxelas, é fabricada pela norte-americana Novavax, uma empresa de biotecnologia que desenvolve vacinas para doenças infecciosas graves. Começou a ser revista pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em ingês) em fevereiro, tendo em vista uma possível autorização de comercialização, estando ainda neste processo.
O contrato fechado agora prevê que “os Estados-membros poderão adquirir até 100 milhões de doses da vacina Novavax, com opção de 100 milhões de doses adicionais ao longo de 2021, 2022 e 2023, uma vez revista e aprovada pela EMA como segura e eficaz”, sinaliza a Comissão Europeia, em comunicado.
A Novavax já tinha chegado a um acordo preliminar com o bloco em dezembro, mas o acordo final foi adiado por meses porque a empresa enfrentava problemas de produção.
Então quando se pode esperar a chegada deste fármaco? A Novavax adiantou que está a trabalhar para concluir o envio dos dados da vacina ao regulador de medicamentos da UE no terceiro trimestre deste ano, com a entrega das doses iniciais esperada para começar após a aprovação, de acordo com um comunicado citado pela Reuters.
A vacina que está a ser desenvolvida pela farmacêutica Novavax revelou ter uma eficácia de mais de 90% contra várias variantes do Sars-CoV-2, de acordo os resultados da última fase de ensaios clínicos divulgados em junho.
Com a designação oficial de NVX-CoV2373, esta vacina é baseada em proteína desenvolvida a partir da sequência genética de SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença Covid-19. É assim diferente das vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna, por exemplo, mas prevê também duas tomas. Os ensaios clínicos desta vacina envolveram mais de 30.000 voluntários em todo o mundo.
De acordo com a empresa, o fármaco está a ser testado em dois ensaios principais de Fase 3: um ensaio no Reino Unido que demonstrou eficácia de 96,4% contra a estirpe de vírus original, 86,3% contra a variante B.1.1.7/501Y.V1 (inicialmente detetada no Reino Unido) e 89,7% no geral; e o estudo PREVENT-19 nos EUA e no México que demonstrou 100% de proteção contra doenças moderadas e graves e 90,4% de eficácia geral.
A eficácia da Novavax fica assim em linha com a das vacinas Pfizer (95%) e Moderna (94%), e acima da vacina Johnson & Johnson, que foi 66% eficaz em testes clínicos.
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