ISEG revê estimativas e já vê PIB a crescer até 5% em 2021
A economia portuguesa vai acelerar no terceiro trimestre, crescendo entre 1,7% e 2,2% face ao segundo trimestre, segundo as previsões do ISEG. Em termos homólogos, o intervalo vai de 3,5% a 4%.
Após o crescimento de 15,5% em termos homólogos e de 4,9% em cadeia no segundo trimestre, os economistas do ISEG antecipam que a economia portuguesa continue a acelerar no terceiro trimestre: o PIB deverá crescer entre 3,5% e 4% em termos homólogos e entre 1,7% e 2,2% em cadeia. Estes números permitem uma revisão em alta do intervalo de crescimento para o conjunto de 2021 para entre 4% e 5%.
“Mantendo-se a tendência da informação atualmente disponível, e atendendo à base homóloga, espera-se que no 3º trimestre de 2021 o PIB possa vir a crescer entre 3,5% e 4,0% em relação ao trimestre homólogo e entre 1,7% e 2,2% em relação ao trimestre anterior“, diz a síntese de conjuntura de agosto divulgada esta sexta-feira, assinalando que “para a totalidade do ano, a crescimento do PIB é revisto em alta para valores no intervalo entre 4% a 5%”.
Anteriormente, a previsão do ISEG para o conjunto do ano era de entre 3,5% a 4,5%. Com o novo intervalo, os economistas da faculdade aproximam-se dos valores que já são admitidos pelo próprio ministro das Finanças, João Leão, que em entrevista à RTP3 voltou a indicar que está “convicto de que as estimativas vão ser superadas”, referindo-se à meta oficial de 4% de crescimento do PIB em 2021. Anteriormente, Leão tinha apontado para os 5%.
Para esse nível de crescimento contribuirá o dinamismo da economia no terceiro trimestre. O grupo de análise económica do ISEG prevê que, “depois de um trimestre de alto crescimento homólogo, seguir-se-á um trimestre de crescimento mais moderado, mas ainda assim aumentado pelo efeito base do impacto negativo da pandemia no ano anterior“.
Os economistas descrevem o terceiro trimestre como um período de “progressiva normalização da atividade” que contará com um “forte crescimento da atividade nos serviços, a alguma desaceleração na construção e a uma evolução incerta, mas mais provavelmente negativa, na indústria, em consequência da crise no fornecimento de semicondutores”. Desde logo, há o exemplo da Autoeuropa que tem tido dias de paragem da produção por falta de semicondutores.
Apesar das restrições no mercado automóvel, o grupo de análise económica do ISEG antecipa que o consumo privado terá continuado a crescer face ao segundo trimestre, principalmente na componente de serviços (turismo, por exemplo). Já o investimento poderá desacelerar por causa da construção, “mas pode ter havido aceleração noutros domínios”, admitem.
“No âmbito da Procura Externa Líquida, espera-se, ao fim de vários trimestres, um contributo positivo para o crescimento do PIB impulsionado pela retoma parcial da procura externa turística“, antecipam os economistas. Como as exportações de bens já estão a crescer face a 2019, uma ajuda das exportações de serviços graças à retoma do turismo durante o verão poderá ser suficiente para que o contributo seja positivo, mesmo com o aumento das importações por causa da recuperação do consumo privado.
Neste momento, apenas o Banco de Portugal tem uma previsão próxima de 5%: o banco central estimava em junho que a economia portuguesa iria crescer 4,8% este ano, tornando-se na instituição mais otimista. Um mês depois, a Comissão Europeia manteve a sua previsão nos 3,9%, justificando-o com o impacto da variante Delta, cujo impacto económico, para já, não parece ser significativo. O Banco de Portugal irá atualizar as suas previsões em outubro e nesse mesmo mês o Governo deverá revelar uma nova estimativa para 2021 na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022).
(Notícia atualizada às 11h52 com mais informação)
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