CIP tem falado com o Governo sobre preços da energia e quer usar Fundo Ambiental
A almofada que existe do Fundo Ambiental andará a rondar os 270 milhões, salientou o presidente da CIP. Montante pode ser "forma de minorar efeito" da subida de preços da energia.
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) tem-se reunido com o Governo acerca do aumento dos preços da energia, e pretende que seja usado o Fundo Ambiental para atenuar os custos, disse esta quarta-feira o seu presidente, António Saraiva.
“Temos vindo a falar com o Governo, não apenas com o senhor ministro do Ambiente, Matos Fernandes, mas também com o senhor secretário de Estado [Adjunto e da Energia] João Galamba, e até com o senhor ministro da Economia [Pedro Siza Vieira] para, de alguma maneira, se aliviar este efeito conjugado catastrófico, porque estamos com a tempestade perfeita”, disse António Saraiva na conferência de imprensa de apresentação das propostas do Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) para o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que decorreu hoje na Culturgest, em Lisboa.
Os preços da energia têm atingido máximos históricos nos últimos dias, o que já levou o executivo espanhol a reduzir a componente fiscal, aprovando uma série de medidas para baixar o preço, entre elas a redução de 5,11% para 0,5% do imposto especial sobre a eletricidade, que é cobrado na fatura de famílias e empresas.
Na semana passada, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, garantiu que, com a informação disponível à data, não haverá “subidas significativas” do preço da eletricidade para os consumidores domésticos, mas não se comprometeu com a ausência de subida. Para fazer face ao problema, o líder da CIP mencionou a possibilidade de se recorrer ao Fundo Ambiental face à conjugação do preço do gás natural e do dióxido de carbono.
“O que se está a ver é que a almofada que existe do Fundo Ambiental, que se pensava que andaria na casa dos 150 milhões de euros, sabemos hoje que andará mais nos 270 milhões, e por isso temos aí uma almofada que o Governo pode – e eu digo, deve – utilizar para reduzir este efeito conjugado que o gás natural e o preço do CO2 [dióxido de carbono] lamentavelmente nos trazem”, referiu.
António Saraiva disse ter “fundada esperança que o Governo também está desperto para isso”, fazendo “justiça” ao executivo, que “está a trabalhar nesse sentido”.
“É do Fundo Ambiental, dessa almofada que o país extraordinariamente constituiu, que pode haver forma de minorar esse efeito, porque de facto os custos energéticos são hoje insustentáveis, e não podem ser repercutidos no preço dos bens e dos serviços que as empresas prestam, e isto é fatal para a sua manutenção e sobrevivência”, alertou.
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