Portugal entre os países com menor aumento dos gastos com pensões até 2060, diz OCDE
Portugal está entre os países que poderão registar um maior aumento da taxa de desemprego entre os mais velhos, podendo este grupo ter um PIB per capita entre 3% e 4% maior do que os restantes países.
Portugal está entre o grupo de países que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera terem condições para um menor aumento dos gastos públicos com pensões até 2060, depois do aumento da idade da reforma.
Num relatório publicado esta terça-feira, a organização coloca o país num conjunto de nações, que incluem ainda a Estónia e os Países Baixos, que “legislaram para aumentar a idade da reforma”, ligando ainda aumentos futuros a ganhos na esperança média de vida e que, de acordo com a OCDE, têm assim aumentos projetados com gastos em pensões mais reduzidos.
Além disso, disse a organização, em Portugal, tal como na Grécia e em Espanha, os rácios elevados iniciais nas pensões (face ao salário) deverão reduzir-se e ficar na média europeia, de cerca de 43% em 2060.
Por fim, segundo a OCDE, Portugal está também entre os países que poderão registar um maior aumento da taxa de desemprego entre os mais velhos, podendo este grupo ter um PIB ‘per capita’ entre 3% e 4% maior do que os restantes países.
Em sentido contrário, com aumentos projetados nestes custos estão países com “uma demografia particularmente desfavorável”, como Japão, Coreia e Polónia, indicou a entidade.
Globalmente, a OCDE estima que o aumento dos custos com pensões públicas deve aumentar em 2,8 pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto) em média entre 2021 e 2060, mas alerta para diferenças muito acentuadas entre os países.
A OCDE analisou ainda os gastos com saúde pública e cuidados a longo prazo e projeta que aumentem 2,2 pontos percentuais do PIB no mesmo período, sendo que as projeções são baseadas num cenário pré-pandémico e que qualquer aumento com a resposta à Covid-19 será um custo extra.
A OCDE referiu ainda que a Covid-19 teve um “impacto sério” nas posições orçamentais dos governos, elevando a dívida pública entre 20 a 25 pontos percentuais do PIB, face a um cenário sem pandemia, em 2022.
Ainda assim, referiu a organização, a longo prazo, o impacto direto orçamental da Covid-19 é muito reduzido face a pressões históricas como o envelhecimento da população e o aumento do preço dos serviços.
De acordo com a OCDE, as transferências orçamentais de emergência realizadas durante a pandemia contribuem pouco para a pressão a longo prazo, precisamente por serem temporárias.
No entanto, a organização acredita que todos os países da OCDE irão precisar de levar a cabo uma consolidação orçamental, aumentando as receitas. A entidade alerta, no entanto, que isso não quer dizer que os impostos devem ser aumentados no futuro, indicando que uma subida é “apenas um de muitos caminhos” para cumprir esta meta.
No caso dos países com uma baixa dívida, esta poderia ser aumentada, indicou a OCDE, apontando ainda estratégias como a reforma dos sistemas de saúde e de pensões.
A organização acredita que reformas que incluam o aumento do emprego e encorajem uma vida ativa mais longa são “particularmente desejáveis”.
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